Rio de Janeiro

O escândalo da CEPERJ: da privatização da CEDAE para o bolso dos corruptos

psturj

4 de agosto de 2022
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Fachada da CEPERJ. Imagem: reprodução/Google Street View

A CEPERJ (Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores do Rio de Janeiro), instituição que tem como finalidade a pesquisa, produção e disseminação de informações e o desenvolvimento dos servidores públicos teve o seu orçamento turbinado com o dinheiro da venda da CEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro). No entanto, longe de servir para investir nos servidores do Estado, o Ministério Público do Rio de Janeiro suspeita que o valor esteja sendo utilizado no pagamento de funcionários fantasmas, desviado por meio de rachadinhas e utilizado em campanhas eleitorais.

Diferente do que é o seu papel, desde o segundo semestre de 2021, o CEPERJ assumiu a contratação de trabalhadores temporários em projetos de outras áreas do governo. Tudo de forma irregular, com contratos secretos, sem dados que permitam verificar as informações. Segundo o MP, construíram uma folha de pagamento secreta com mais de 5 mil funcionários fantasmas apenas no projeto “Esporte Presente”.

Além disso, o pagamento aos contratados era feito por meio de ordem de pagamento, sistema no qual a pessoa recebe o valor em dinheiro no banco, o que também não é permitido. E, dessa forma, ficava facilitado um esquema de “rachadinha”, como no caso Queiroz (a pessoa receberia o seu pagamento do governo, mas seria obrigada a devolver parte do valor para o político ao qual estava vinculada).

Cerca de 220 milhões de reais foram sacados dessa forma, com grandes concentrações em locais específicos. Em uma única agência em Campos dos Goytacazes, foram sacados R$ 12 milhões, cidade que é base eleitoral do deputado Rodrigo Bacellar, do PL, que era o secretário estadual de governo até julho. Na mesma cidade, o vereador Luciano Riolu, do PDT, confirmou ter indicado o próprio filho para coordenar um núcleo do projeto “Esporte Presente” e receber um salário de R$ 10 mil.

São milhões de reais tomados do povo do Rio de Janeiro por meio do roubo que foi a privatização da CEDAE e desviados para os bolsos de alguns, de acordo com as suspeitas do MP.

Punir os corruptos, reestatizar a CEDAE e estabelecer o controle operário nos órgãos e autarquias!

A privatização da CEDAE foi um crime contra a população do Rio de Janeiro. É preciso reestatizá-la, investigar a aplicação de cada centavo recebido e punir exemplarmente os corruptos e corruptores!

A CEPERJ poderia cumprir um papel importante no desenvolvimento dos servidores do Estado, assim como projetos como o “Esporte Presente” poderiam ter um papel importante de difundir, incentivar e apoiar a prática esportiva entre a classe trabalhadora, em especial na juventude. Mas para isso é preciso que o controle de órgãos, autarquias e empresas públicas estejam nas mãos do povo pobre e dos trabalhadores. Precisamos pôr fim às indicações políticas, valorizar os servidores públicos, realizar concursos, eleger as direções a partir do conjunto dos funcionários e submetê-las a Conselhos Populares, que devem ser construídos nas empresas e nas comunidades.

Para acabar com os esquemas de corrupção, é necessário pôr fim ao capitalismo. É preciso realizar uma revolução socialista que coloque o poder nas mãos da classe trabalhadora.