Internacional

Exército de Israel executa repórter palestina com tiro na cabeça

Redação

11 de maio de 2022
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A jornalista da emissora Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, uma veterana repórter palestina-americana de 53 anos, foi assassinada nesta quarta-feira, 11, com um tiro na cabeça, enquanto cobria uma operação militar israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Ela vestia colete com identificação de imprensa e foi alvejada por um franco atirador. Levada ao hospital, Abu Akleh não resistiu aos ferimentos.

Na mesma ocasião, o cinegrafista Ali al-Samoudi foi atingida por um tiro nas costas, e se encontra em estado estável. A sequência de disparos e o fato de não haver confronto durante o ataque, afastam a possibilidade de terem sido disparos acidentais. Testemunhas afirmaram à emissora árabe que o grupo de jornalistas foi deliberadamente atacado por militares das forças israelenses.

Ferido, Al-Samoudi reafirmou que os disparos partiram das forças israelenses. “Nós íamos filmar a operação do exército israelense e de repente eles atiraram em nós sem nos pedir para sair ou parar de filmar”, disse. Outra jornalista palestina, Shatha Hanaysha, confirmou que “aquele que matou Shireen pretendia matá-la porque atirou em uma área do corpo que não estava protegida”. O ataque também foi testemunhado por um fotógrafo da agência AFP.

De forma cínica, as autoridades israelenses chegaram a acusar os próprios palestinos de terem atirado contra Abu Akleh e os demais jornalistas. Diante da divulgação das imagens do momento do tiroteio, e das inúmeras testemunhas, o Estado sionista se prontificou a “investigar” as mortes. Como pontuou a emissora do Qatar, é o criminoso pedindo para investigar o próprio crime.

Veterana

Nascida em Jerusalém em 1971, e de família cristã, Abu Akleh se formou na Universidade de Yarmouk, na Jordânia, onde também foi co-fundadora da rádio “Voz Palestina”. Uma das pioneiras na cobertura da ocupação israelense na Palestina, ingressou na emissora em 1997. Seu assassinato está provocando uma grande comoção entre a comunidade palestina, além de colegas e profissionais da imprensa de todo o mundo.

Parte da ocupação israelense

O assassinato frio de Abu Akleh expõe um outro lado do genocídio palestino praticado pelo Estado sionista de Israel: o ataque deliberado a jornalistas que tentam cobrir as atrocidades israelenses praticadas contra a população palestina. Segundo o Comitê de Apoio aos Jornalistas Palestinos, desde 2000 o Estado de Israel matou 49 jornalistas palestinos.

Levantamento de órgãos de comunicação que atuam na região denunciam que, só em 2021, foram registradas 384 violações a jornalistas que atuam na zona ocupada por Israel. O Sindicato dos Jornalistas da Palestina classificou a execução de Abu Akleh como “claro assassinato perpetrado pelo exército de ocupação israelense”.

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