Trabalhadores da Educação do RJ aprovam continuidade de greve, que já dura um mês. Todo apoio!
Em uma assembleia lotada, os trabalhadores/as da rede estadual de educação do Rio de Janeiro aprovaram nesta quinta-feira (15), a continuidade da greve iniciada no dia 17 de maio. Segundo o Sepe-RJ, a quadra da escola de samba São Clemente reuniu cerca de 2 mil professores/as e demais funcionários da rede.
“A greve continua! Governador, a culpa é sua!”; “ô, Claudio Castro, seu caloteiro, pior salário é o do Rio de Janeiro”; foram palavras de ordem que ecoaram entre os participantes.
Após a assembleia, os profissionais realizaram uma grande manifestação na pista lateral da Avenida Presidente Vargas, uma das principais ligações do Centro com os bairros das regiões das zonas norte e oeste da cidade.
A categoria aprovou novo calendário de mobilização e já definiu para a próxima quarta-feira (21), às 14h, nova assembleia na quadra da São Clemente, seguida de um ato público.
30 dias de luta
Já são 30 dias de uma forte mobilização. Os trabalhadores e trabalhadoras denunciam que o estado do RJ paga o pior salário da Educação no país, além de uma série de problemas de falta de infraestrutura nas escolas.
As principais reivindicações dos trabalhadores/as são o pagamento do Piso Nacional do Magistério, reajuste para os funcionários administrativos e a revogação do Novo Ensino Médio.
Quadra da escola de samba São Clemente lotada para assembleia desta quinta-feira. Foto: Sepe-RJ
“Na assembleia desta quinta-feira, a continuidade foi aprovada numa votação unânime, porque governador não apresenta nenhuma proposta. A secretária da Educação disse que antes da assembleia haveria uma conversa com o Sindicato, mas não aconteceu”, explicou a professora, coordenadora do Sepe-RJ e integrante da direção estadual da CSP-Conlutas/RJ, Samantha Guedes.
“O governo do Rio tem dinheiro e tem de fazer uma negociação com os trabalhadores. O que não dá é aceitar que os professores tenham de enfrentar um calote já há 15 anos, pois o estado não paga o Piso, que é lei desde 2008. Já os funcionários das escolas ganham R$ 802, ou seja, menos que um salário mínimo”, afirmou.
Greve em Macaé
Professores/as e funcionários da rede municipal de ensino de Macaé (RJ) também estão fortemente mobilizados e nesta semana realizaram uma greve de 72 horas, que paralisou a rede nos dias 13, 14 e 15. A categoria denuncia seis anos sem reajustes nos salários e o plano de cargos congelado.
A categoria realizou manifestações diárias, mesmo diante dos ataques antissindicais do governo municipal, que conseguiu na Justiça uma liminar com ordem para suspensão do movimento, sob pena de multa.
Para a professora e ativista da CSP-Conlutas Sabrina Luz a forte mobilização expos o descaso do prefeito Welberth Rezende (Cidadania) com a educação e os serviços públicos. “Estamos lutando por melhorias na educação dos filhos e filhas da classe trabalhadora e nos enfrentando com os governos Welberth e Claudio Castro e também com o governo federal que aprovou o Arcabouço Fiscal que vai reduzir recursos para sáude e educação. Por isso, nenhuma confiança nesses governos e todo apoio às lutas”, afirmou.
Estado de greve em Pernambuco
Os professores/as da rede pública do estado de Pernambuco aprovaram estado de greve a partir de segunda-feira (12) e planejam um calendário de mobilização. A categoria também cobra o cumprimento do pagamento do Piso Salarial do Magistério.
Assim como fez Claudio Castro, no Rio de Janeiro, a governadora Raquel Lyra (PSDB) também utilizou a manobra de conceder o reajuste de 14,95% só para quem atualmente recebe abaixo do piso (R$ 4.420,55). Com isso, na prática, há um arrocho salarial e destruição do plano de carreira da categoria. Mais de 52 mil profissionais ficariam sem nenhum reajuste.