Lutas

Todo repúdio: Tropa de Choque faz desocupação violenta na UERJ e prende manifestantes

Reintegração, vergonhosamente, foi a pedido da reitoria e do governo Cláudio Castro. Leia nota da CSP-Conlutas

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

20 de setembro de 2024
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A UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) foi palco, nesta sexta-feira (20), de um lamentável episódio de violência e repressão contra estudantes que ocupavam pacificamente a reitoria da instituição, reivindicando melhores condições de permanência estudantil.

Em uma ação autoritária e desproporcional, a reitoria, sob o comando de Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará, e o governo Cláudio Castro pediram o uso da Tropa de Choque para realizar a desocupação. A ação foi feita de forma truculenta, com uso de bombas de efeito moral, spray de pimenta e repressão.

Como resultado, quatro pessoas foram presas, sendo três estudantes e o deputado federal Glauber Braga (PSOL) que prestava apoio aos manifestantes, em mais uma demonstração da política de criminalização das lutas sociais.

Repudiamos veementemente a postura da reitoria da UERJ e do governo Castro, que, ao invés de dialogar com os estudantes e ouvir suas justas demandas, utilizou a violência como resposta às legítimas reivindicações por condições dignas de permanência.

Os estudantes pedem a revogação da AEDA 038 (Ato Executivo de Decisão Administrativa), que estabelece novos critérios para a concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil para alunos da graduação. As novas regras, segundo a própria Uerj, excluem 1,2 mil estudantes, que deixam de se enquadrar nas exigências para recebimento de bolsas.

A verdade é que o governo neoliberal do bolsonarista Cláudio Castro não garante um orçamento para o atendimento das necessidades da universidade estadual. Já a reitoria reproduz o discurso do governo bolsonarista, bem como do governo Lula, que utiliza o ajuste fiscal para cortar direitos sociais.

Desde o início da mobilização dos estudantes, iniciada no dia 26 de julho, a reitoria, em vez de atender a demanda dos estudantes, agiu de forma intransigente.

Utilizou-se da segurança patrimonial terceirizada para reprimir a manifestação; realizou manobras para adiar o Conselho Superior Universitário; se negou a negociar com o comando geral de greve; não ouviu as reais demandas dos estudantes; convocou e conduziu uma passeata chapa branca contra a ocupação, e, no último dia 12/9, entrou na Justiça com pedido de reintegração e criminalização de manifestantes etc.

A CSP-Conlutas reafirma o apoio incondicional aos estudantes da UERJ e à luta pela permanência estudantil.

Sem condições adequadas de alimentação, moradia e transporte, a educação superior torna-se um privilégio de poucos, excluindo jovens de baixa renda e perpetuando as desigualdades sociais.

Condenamos qualquer tentativa de silenciar os que lutam por direitos por meio da repressão e reiteramos que a universidade deve ser um espaço de debate, transformação social e respeito aos direitos.

Defendemos uma universidade pública democrática, laica e diversa, que sirva ao povo brasileiro em sua integralidade. Abaixo a atual reitoria, pela instauração de uma gestão democrática, com liberdade de cátedra e autonomia acadêmica, controlada pelos trabalhadores e estudantes.

A UERJ é do povo!

Abaixo o AEDA da fome!

Lutar não é crime!

Educação é um direito!

Fora Cláudio Castro!