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Temporais causam destruição no RS e revelam a negligência de governos. CSP-Conlutas se soma à campanha de solidariedade

Número de mortos já passa de 30 pessoas; mais de 70 estão desaparecidos

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

3 de maio de 2024
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Com fortes chuvas há uma semana, a população do Rio Grande do Sul enfrenta um verdadeiro caos. Já são mais de 30 mortes confirmadas e pelo menos 70 desaparecidos, segundo informou a Defesa Civil na manhã desta sexta-feira (3). Bairros inundados, casas e pontes destruídas, estradas interditadas, corte no abastecimento de água e luz, risco de desabastecimento de combustível.

Alagamentos já afetaram mais de 200 municípios do estado. Milhares de pessoas estão desalojadas. Pela TV e nas redes sociais, as imagens são dramáticas, com pessoas sendo resgatadas do telhado das casas completamente inundadas e moradias sendo levadas pelas águas.

Nesta quinta-feira (2), a barragem 14 de Julho, na cidade de Bento Gonçalves, foi rompida, e um alerta de evacuação para a população ribeirinha que vive na região foi emitido. A estimativa é de que o nível do rio aumente de 2 a 4 metros.

Se no início da semana, as cidades do interior eram as mais afetadas, a situação se agrava também na capital Porto Alegre. “O rio Guaíba com 3,5 metros já é considerado inundação. Ontem ultrapassou 4,24 metros e hoje a previsão é que passe de 4,7 metros, repetindo a tragédia histórica de 1941. A entrada de Porto Alegre e a região da rodoviária já foram tomadas pelas águas”, relatou nesta sexta-feira a professora e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Rejane Oliveira, que mora na capital gaúcha.

A sede da CSP-Conlutas também foi atingida. A região também foi afetada pelas enchentes e os bombeiros determinaram o fechamento do prédio até uma nova avaliação.

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Negligência dos governos

Em menos de um ano, tivemos quatro fortes temporais, em junho, setembro, novembro e agora em abril. E a cada tragédia fica escancarada a incompetência e negligência do governo Eduardo Leite em ter políticas preventivas e medidas para agir nessas situações emergenciais. No ano passado, foram 81 mortes. Na última semana, já são mais de 30”, denuncia Rejane.

As fortes chuvas que caem sobre o Rio Grande do Sul desde sábado são resultado de uma conjunção de fatores meteorológicos, mas ambientalistas e climatologistas afirmam que o pano de fundo para essa situação é a crise climática em curso em todo o planeta, responsável por eventos cada vez mais extremos, de temporais a secas. Crise climática que tem a responsabilidade direta da ação humana e do sistema capitalista. Ao mesmo tempo, a postura dos governos é de negligência e incompetência.

O fato é que essa situação é uma tragédia anunciada. Esses eventos climáticos extremos são consequência do capitalismo cada vez mais destrutivo, que prioriza o agronegócio que desmata, envenena o solo, a especulação imobiliária, as privatizações, medidas que agravam a crise climática e gera esse caos. E quem mais sofre é a população mais vulnerável, os mais pobres, a classe trabalhadora, indígenas, quilombolas, ribeirinhos”, afirmou Rejane.

Ao mesmo tempo, não existe uma política preventiva, de enfrentamento e para mitigar os efeitos dessa crise climática. Por isso, a cada período de chuva é esse caos. Se houve uma estrutura mínima isso não aconteceria. As pontes que desabaram, por exemplo, não têm manutenção. Houve queda ainda no primeiro dia de chuva”.

Não há verba para resolver esses problemas no estado, mas tem para pagar a Dívida Pública a banqueiros. Sem falar nas privatizações. A Corsan e a CEE Equatorial foram privatizadas e agora em meio a esse caos simplesmente não se responsabilizam pela falta de água e luz”, denuncia também Rejane.

Toda solidariedade e exigir dos governos assistência aos atingidos

A CSP-Conlutas se solidariza com a população do Rio Grande do Sul, se soma à campanha em apoio aos atingidos e deu início à uma arrecadação financeira (confira aqui a nota da Central)

As contribuições devem ser feitas via PIX, através da chave: financeiro@cspconlutas.org.br, ou ainda via depósito/transferência para Banco do Brasil, agência 3520-3, conta corrente 26261-7, CNPJ 07.887.926/0013-23 – CSP-Conlutas Central Sindical e Popular.

As doações serão destinadas pela direção estadual do RS da CSP-Conlutas à assistência de famílias atingidas.

Juntamente a isso, exigimos do governo de Eduardo Leite (PSDB), governos municipais e do governo federal a imediata assistência aos atingidos e o restabelecimento de serviços essenciais.

Os governos devem colocar em prática um plano de obras públicas que possa garantir a reconstrução das moradias e locais destruídos, atendendo, prioritariamente, as populações que vivem em áreas de risco. Pela suspensão do pagamento da Dívida Pública, para garantir dinheiro público para as reais necessidades da população.

É preciso enfrentar a crise climática, causada pela ganância e irracionalidade capitalista. Isso implica enfrentar de imediato os interesses do agronegócio, da especulação imobiliária, as privatizações, e acima de tudo, avançarmos na luta por uma sociedade socialista.