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Cyro Garcia é pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro pelo PSTU

PSTU Rio de Janeiro

10 de janeiro de 2024
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Uma voz alternativa para os trabalhadores e trabalhadoras da capital fluminense | Foto: Romerito Pontes

Cyro Garcia é pré-candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro pelo PSTU. Aposentado do Banco do Brasil, Cyro foi presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro de 1988 a 1991. Em 1993, foi deputado federal por 10 meses, como suplente de Jamil Haddad. Formado em Direito pela UFRJ e mestre e doutor em História pela UFF, Cyro também lecionou por 20 anos em faculdades particulares.

Na década de 1980, foi um dos fundadores e dirigentes do PT e da CUT. Em 1992, foi expulso do PT e fez parte da fundação do PSTU em 1994. Rompeu com a CUT em 2004, por sua política de conciliação e capitulação ao primeiro governo Lula, e foi um dos fundadores da CSP-Conlutas. Atualmente, é presidente do PSTU Rio de Janeiro.

Manifesto da pré-candidatura de Cyro Garcia

Os trabalhadores cariocas convivem diariamente com cenas de guerra na cidade, resultantes da disputa por territórios entre facções do tráfico e milícias e de uma política de segurança pública que criminaliza pobres e negros. Os serviços públicos não atendem a população, os transportes são o maior exemplo, caros e ruins.  O desemprego e os empregos precários não permitem sequer uma vida digna a população. Esses problemas atingem com mais força os setores da classe trabalhadora mais vulneráveis. Mulheres, pessoas LGBTIs, negras e negros são os mais atingidos pelos graves problemas que nos afligem. Diante deste cenário, apresentamos a pré-candidatura de Cyro Garcia à prefeitura do Rio e convidamos você a discutir conosco.

Violência e segurança pública

São muitos os aspectos da violência em nossa cidade e estão interligados. A disputa de territórios por tráfico e milícia provavelmente é o que mais afeta a vida dos cariocas. Recentemente assistimos uma demonstração de poder das milícias, que paralisaram a cidade queimando dezenas de ônibus e fechando vias. O tráfico vem retomando áreas que estavam com a milícia. Isso mostra o peso que o comércio ilegal de drogas possui no Rio. Diante disso, a política de segurança de Claudio Castro com cumplicidade de Eduardo Paes é continuar fazendo operações policiais nas comunidades, que não resolvem o problema e fazem vítimas entre os trabalhadores, inclusive crianças, como foi o caso de Thiago, Agatha e tantos outros. As principais vítimas são negras e negros, principalmente a juventude. O componente racista na violência estatal é inquestionável.  Junto com isso, os crimes de ódio, o feminicídio, os assassinatos de pessoas LGBTIs, colocam os setores mais oprimidos da nossa sociedade como aqueles que correm mais risco de sofrer violência

É preciso enfrentar esse cenário. Essa política de segurança já se mostrou ineficiente e genocida. Defendemos a legalização das drogas e que a produção e comercialização seja organizada pelo Estado. Esse é o único jeito de enfrentar diretamente os interesses dos envolvidos nesse negócio, os que mais lucram com o tráfico e que estão muito longe das favelas. Os impostos recolhidos com esta atividade seriam revertidos em educação e saúde, devendo a população ser orientada quanto ao uso dessas substâncias. Defendemos a desmilitarização da Policia, uma polícia civil única, com direito a sindicalização e controlada pela população. Achamos que os trabalhadores devem ter o direito de organizar sua autodefesa contra o banditismo do tráfico e da milícia e também contra a violência estatal.

Os serviços públicos não atendem a população

Quem precisa usar ônibus no Rio sabe o desespero que é. Péssimas condições, superlotação, linhas que desaparecem, demora no trajeto, passagem caríssima e etc. No metrô e demais transportes públicos não é diferente. O carioca é humilhado cotidianamente no trajeto entre a casa e o trabalho. Nessas condições, uma situação especialmente degradante é a das mulheres trabalhadoras que além de conviver com todas as mazelas expostas acima, ainda passam pelo constrangimento de sofrer assédio sexual dentro dos transportes públicos.  E quando chega o fim de semana aí é que o transporte não funciona mesmo. Afinal trabalhador não pode ter acesso ao lazer? Um absurdo!

Outros serviços também refletem esse caos. Nas clínicas da família existe déficit de equipes médicas, sem falar nos médicos especialistas. Quem precisa de exames fica bastante tempo na fila de espera. As escolas estão com estruturas precárias, tem falta de profissional e, nesse calor, grande parte das escolas não são climatizadas. É preciso dar um basta nesta situação!

E a situação dos empregos?

O Rio é um dos estados com maior taxa de desemprego do país e isso se reflete na cidade. Além disso, grande parte da força de trabalho está na informalidade.  A maioria de empregos com carteira assinada paga salários baixíssimos. O reflexo disso é que mais de 50% da população da região metropolitana recebe menos de um salário mínimo e não consegue pagar suas dívidas. No trabalho, e na falta dele, também se reflete a condição dos setores oprimidos. Mulheres negras e negros e LGBTIs tem os piores empregos, com os piores salários, ao mesmo tempo que são os primeiros a serem demitidos quando vem a crise.

A explicação deste cenário está no processo de desindustrialização pelo qual vem passando o Rio nas últimas décadas e que acabou com centenas de milhares de empregos diretos e indiretos. Os ricos e poderosos da cidade do Rio lucram muito com isso e não estão interessados em modificar esse cenário.

Expropriar os bilionários!

Enquanto os trabalhadores sofrem com todos esses problemas que elencamos, meia dúzia de ricos ganham cada vez mais dinheiro as nossas custas. É o caso de Jorge Moll, dono da rede de saúde Dor, que ficou ainda mais rico durante a pandemia. Ou Jorge Paulo Lehman, que recentemente esteve ligado ao escândalo das Americanas. O que esses dois tem em comum é que são bilionários que vivem no estado do Rio. O Rio possui cerca de 3 dezenas de bilionários. Para resolver os problemas dos trabalhadores defendemos expropriar a riqueza desses bilionários e colocá-la a serviço da classe trabalhadora.

Nenhuma pré-candidatura apresenta um programa de governo para os trabalhadores

Até aqui o atual prefeito, Eduardo Paes, lidera todas as pesquisas e é o favorito no pleito. Paes está em seu terceiro mandato e é um dos grandes responsáveis pelo caos que descrevemos. O PT de Lula integra sua gestão estando a frente de três secretarias e provavelmente estará na mesma chapa. Outra pré-candidatura que ainda não tem nome definido, será defendida por Bolsonaro e a ultradireita. Certamente defendem atacar os trabalhadores e destilarão ódio contra os setores oprimidos. Uma terceira pré-candidatura merece destaque, Tarcísio Motta do Psol. Diz querer enfrentar a extrema direita, mas, sendo base do governo Lula, não tem condição de se apresentar enquanto alternativa para a classe trabalhadora.

Defender uma revolução socialista

É necessária uma voz que fuja das respostas fáceis. Uma voz que seja alternativa para os trabalhadores. Que não espalhe a ilusão de que é possível governar para todos. Que diga nitidamente que a tarefa é construir um governo socialista dos trabalhadores. Que é fundamental a tarefa de enfrentar a extrema direita, mas que só é possível fazer isso com independência de classe. Portanto, é necessário ser oposição de esquerda ao governo Lula e lutar contra seus ataques. É com essa tarefa que apresentamos a pré-candidatura de Cyro!

Queremos dialogar com cada ativista do movimento, cada trabalhador em seu local de trabalho, moradia ou lazer. Venha construir essa alternativa conosco!

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