Lutas

Ceará: Com organização pela base, professores e categorias em greve realizam ato unificado

Manifestação aconteceu em Fortaleza, nesta segunda-feira (8)

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

8 de abril de 2024
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Organizada pela base, a manifestação aconteceu em frente ao Palácio da Abolição, sede do governo do estado

Professores da capital e do interior do Ceará realizaram um ato unificado nesta segunda-feira (8), em Fortaleza, que reuniu também categorias em greve da Uece (Universidade Estadual do Ceará), Urca (Universidade Regional do Cariri), IFCE (Instituto Federal do Ceará) e do Detran. Organizada pela base, a manifestação aconteceu em frente ao Palácio da Abolição, sede do governo do estado.

Os manifestantes denunciaram a intransigência e descaso do governo e exigem do governador Elmano de Freitas (PT) o atendimento das reivindicações salariais e de valorização dos servidores públicos. Os professores cobraram ainda a negociação do governo com trabalhadores/as da base, já que o Apeoc (Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará) se nega a ouvir de forma democrática a categoria.

O ato foi convocado após a vergonhosa manobra feita pelo Apeoc na assembleia de quinta-feira (4), que impediu que cerca de 3 mil professores e professoras votassem sobre a deflagração de uma greve. Além da falta de democracia, seguranças agrediram professores o que causou uma verdadeira rebelião da base. A atual direção do Apeoc é acusada de tentar impedir a greve para favorecer o governo do petista Elmano de Freitas.

Em relação às categorias em greve nas universidades e no Detran, o governo tem utilizado decisões judiciais para determinar a ilegalidade das mobilizações e impor multas aos sindicatos.

Além do ato, que reuniu cerca de 1.500 pessoas, mais de 90 escolas pararam nesta segunda-feira. A mobilização conta com o apoio e a solidariedade de várias entidades sindicais, como a CSP-Conlutas, Sindicato da Construção Civil, Rodoviários e de partidos de esquerda.

Luta continua

Em plenária realizada no sábado (6), professores efetivos e temporários, da capital e do interior, discutiram os rumos da mobilização que tem o mote “Greve Geral no Interior e na Capital”.

Os trabalhadores reafirmaram a pauta de reivindicações que inclui: exigência do pagamento retroativo para todos os professores; equiparação salarial entre efetivos e temporários; pagamento das promoções para 100% dos aptos; PVR justa e condizente para os doutores; correção do vale-alimentação para todos os professores; realização de novo concurso público; e plano de investimento do Governo do Estado para melhoria na infraestrutura das escolas. Foi discutida ainda a luta pela revogação do Novo Ensino Médio.

Nesta segunda-feira, professores e professoras aprovaram que seguirão mobilizados nas escolas com uma “operação tartaruga”, reduzindo o tempo das aulas; realização das reuniões zonais para divulgar e fortalecer a luta; e participação de uma comissão da base e das organizações do ato unificado em uma reunião com o governo nesta terça-feira (9). Dia 13 haverá uma plenária online unificada.

O professor Everardo Queiroz, da Oposição “CSP-Conlutas pela Base na Educação”, reafirma que é preciso intensificar a luta, pela base, à revelia da direção pelega do Apeoc.

“É preciso enfrentar os ataques à educação impostos pelos governos, que têm aplicado políticas de precarização e falta de investimentos na Educação. O governo de Elmano, do PT, é um deles e não atende os trabalhadores de forma democrática. Por isso, a categoria apontou desde o dia 4 o indicativo de greve, que a direção pelega do Apeoc tenta impedir”, afirma o professor.

Everardo destaca que a traição do Apeoc reforça que a categoria precisa fortalecer uma oposição unificada, classista e combativa, para derrotar os pelegos. A direção da entidade é composta por militantes do PT, PCdoB e PSOL. “Na assembleia de quinta-feira, as correntes do PSOL – Travessia e Resistência – mudaram de posição e passaram a defender a greve. Agora é preciso coerência e precisam romper com a direção pelega e traidora”, defendeu.

A exemplo da mobilização no Ceará, professores e servidores municipais estão em luta em vários estados e municípios. A CSP-Conlutas reafirma todo apoio às lutas e o chamado à unificação.

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