SP: Trabalhadores da Pepsico do Brasil entram em greve contra a jornada 6×1 e 6×2
Trabalhadores cruzaram os braços nas fábricas das cidades de São Paulo e Sorocaba
Em assembleias realizadas no último domingo (24), trabalhadores da Pepsico do Brasil das fábricas de Itaquera (Zona Leste de São Paulo) e Sorocaba aprovaram greve contra a jornada 6×1 e 6×2 que vem sendo imposta pela empresa sem diálogo com os trabalhadores. Os trabalhadores já realizaram diversas solicitações para debater o tema, sem resposta por parte da empresa.
A greve na Pepsico é a primeira no país no momento em existe uma forte campanha no Brasil pelo fim da jornada desumana de 6×1. No último dia 15, protestos de ruas aconteceram em diversas cidades, agora essa mobilização começa a entrar nos locais de trabalho. Essa jornada de folga em apenas um dia na semana é considerada excessiva e desumana com base em uma rotina estressante, implicando em problemas físico e mental.
A militância do PSTU, junto com as ativistas da CSP-Conlutas, acompanha a greve na Pepsico, conduzida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp). Nosso total apoio e solidariedade aos grevistas.
Não à escravidão moderna: abaixo a escala 6×1
A luta pelo fim da escala 6×1 tem forte apoio porque escancara a real situação da classe trabalhadora no Brasil. A maioria dos trabalhadores está ou já trabalhou nessa escala. Ela simboliza a precarização da juventude trabalhadora, que ora está desempregada ou na informalidade, ora é obrigada a encarar jornadas exaustivas e abusivas, como a escala 6×1, ou a escala 12×36, banco de horas, ou dois empregos em escalas intercaladas.
Se depender dos capitalistas, a classe trabalhadora trabalhará até morrer!
O Brasil tem uma das maiores jornadas de trabalho do mundo. É preciso exigir que o governo Lula deixe de corpo mole e não meça esforços para implementar esta medida. Mas, dado o arcabouço fiscal, o pacotaço contra os trabalhadores que será anunciado em breve, fica difícil acreditar que o governo fará algo de concreto em defesa do fim da escala 6×1. Afinal, fazem um governo para agradar o mercado e os capitalistas.
Vem com a gente lutar pelo fim da escala 6 por 1. Será nas ruas, na ação direta que essa batalha será definida. Não podemos depositar esperança nesse Congresso Nacional de deputados que sempre aprovam medidas a favor dos grandes capitalistas.
Só a mobilização pode pressionar a tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que pede o fim dessa escala desumana. Mas é preciso ir além, exigir nas ruas um programa dos trabalhadores contra a superexploração, que proíba imediatamente a escala 6×1, garanta a redução da jornada e um conjunto de medidas para que os capitalistas paguem a conta. Os lucros dos bilionários capitalistas não podem estar acima do bem-estar e vida dos trabalhadores.
O PSTU defende:
– Pela proibição da escala 6×1 já! Mínimo de duas folgas na semana!
– Redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais, sem redução de salários e direitos, para que todos trabalhem!
– Que os capitalistas paguem a conta! Congelamento do preço dos alimentos e produtos de consumo básico!
– Revogação da reforma trabalhista, lei das terceirizações e PL dos aplicativos!
– Por emprego digno, salário justo e mais direitos, ampliar a CLT! Nenhum vínculo empregatício sem CLT e ir além! Direitos iguais para trabalho igual! Aumento geral dos salários rumo ao salário-mínimo que garanta alimentação, moradia e lazer para o trabalhador e sua família!
– Por uma sociedade socialista, onde a riqueza produzida pelos trabalhadores seja controlada democraticamente e colocada a serviço do desenvolvimento humano e da natureza!