Declarações

SP: Combater a extrema direita com independência de classe

Lutar contra as propostas neoliberais e antidemocráticas 

PSTU-SP

27 de agosto de 2024
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Pablo Marçal e Ricardo Nunes

As recentes pesquisas eleitorais em São Paulo mostraram um rápido crescimento do coach Pablo Marçal, que se mostrou ser um representante mais raivoso da extrema direita.

O atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e Marçal são parte de um mesmo projeto reacionário para São Paulo. Não é à toa que o vice de Nunes, indicado por Bolsonaro, é um ex-capitão da Rota cuja marca é defender uma abordagem distinta, mais ofensiva, na periferia do que nos bairros dos ricos. Como prefeito, é braço direito de Tarcísio na privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), do Metrô e CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bem como fez com as creches conveniadas e as OS’s (Organizações Sociais).

Já Marçal se apresenta como uma alternativa antissistema, apesar de se relacionar muito bem com o mesmo, como mostram os seus financiamentos e a sua impunidade perante os crimes que já cometeu. Ideologicamente, Marçal defende uma pauta ultraliberal, que leva à completa destruição dos serviços públicos. Também vende a ideia de que todos podem prosperar no capitalismo, basta empreender, mas evidentemente não conta que, para prosperar, ele mesmo teve de se relacionar com o crime e por isso foi condenado. Junto com Marçal vem toda a campanha de ódio contra as mulheres, LGBTIs e negros. 

Ainda que não seja o representante oficial do Bolsonaro em São Paulo, não temos dúvida: Marçal representa um projeto reacionário e, assim como Nunes, deve ser combatido. E a nossa candidatura estará ao serviço disso.

Perante esse novo cenário, Guilherme Boulos (PSOL) fez um chamado de campanha para o ato “São Paulo pela democracia e sem bolsonarismo”. Nós achamos que São Paulo tem de lutar contra o bolsonarismo e seus ataques às liberdades democráticas, mas não vemos na candidatura de Boulos o caminho para isso. Para ser consequente com essa luta, é preciso um programa de defesa da classe trabalhadora, de ruptura com a burguesia, já que a extrema direita é expressão de um programa burguês. E a candidatura de Boulos não se propõe a romper o poder da burguesia e rebaixa o programa para conciliar com ela. 

A tática de Boulos busca colocá-lo como mais viável eleitoralmente diante do bolsonarismo, por isso acirra ainda mais a polarização. Porém despreza que a extrema direita não é um fenômeno apenas eleitoral, mas social, porque tem apoio de um amplo setor do povo trabalhador desiludido – com razão – com os governos petistas.

Boulos (PSOL e PT), para além de ser o representante do Governo Federal nas eleições em São Paulo, também vem se aliando a setores do próprio bolsonarismo como o senador Giordano e a própria Marta, que até alguns meses atrás era da gestão de Nunes. Convidou um comandante da Rota para construir as suas propostas para segurança pública, que passa inclusive por dobrar o efetivo da GCM aumentando ainda mais a repressão à juventude pobre da periferia.

Nessas eleições apresentamos a candidatura de Altino à prefeitura de São Paulo, porque acreditamos que combater a extrema direita passa por defender propostas radicais e anticapitalistas à esquerda, defender uma alternativa revolucionária e socialista, o que só é possível enfrentando os grandes bilionários de São Paulo e não se sentando com eles. Essa é a única forma de acabar com a miséria do povo, com a barbárie capitalista contra os mais pobres e oprimidos, com a destruição ambiental.