SP: Com enredo sobre o Quilombo Quingoma, Escola de Samba Penha é campeão do Grupo de Acesso de Bairros 2
Quilombo das Rosas
No dia 14 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, aconteceu a apuração do desfile das Escolas de Samba dos Grupos de Acesso dos Bairros de São Paulo. Queremos destacar o samba enredo Quingoma, que animou a Escola Campeã da Zona Leste de São Paulo do Grupo de Acesso de Bairros 2 da cidade.
O samba enredo de 2024 da Escola de Samba Penha teve como título o Quilombo Quingoma. Seus compositores foram Ronny Potolski, Nando do Cavaco, André Filosofia, André Ricardo, Celsinho Mody, Thelo e Rodrigo Minueto como intérprete. A escola tem como presidente Everton Gonçalves Coelho e vice-presidente Tato. Fundada em 2019, a Escola de Samba Penha foi vice campeã da série de Acesso de Bairros III Uesp em 2022.
O tema deste ano trouxe uma linda composição e letra em homenagem ao primeiro quilombo brasileiro, que desde 1569 luta pela titulação de suas terras. Toda a história dessa ancestralidade você pode conferir aqui.
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Esta terra yorubá enfrenta a ameaça da especulação imobiliária na Bahia, estado governado pelo PT. Uma bela coincidência entre a homenagem na passarela paulista na Zona Leste de São Paulo e a origem do quilombo tem a ver com a dança dos primeiros negros e negras que para escaparem da escravidão conseguiram o feito depois que a negra Kilu, de beleza inenarrável, ter distraído os capatazes com uma dança sensual. Agora foi a vez do samba colocar na avenida essa história para chamar a atenção dessa sociedade racista. Os fugidos desafiaram a ordem social ainda mais ao preferirem ficar próximos às fazendas, buscando dar auxílio aos que escapassem depois.
Nós do Quilombo das Rosas tivemos a honra de participar do desfile dessa escola que já faz parte da história!
Preto Velho mirongueiro, Saravá!
Ilumina meu terreiro, meu Congá!
Quilombo Quingoma
No toque do tambor, a força do meu samba
Quilombo Quingoma
Negro não tem senhor, resistência quilombora
Cheguei pelas mãos do açoite
Forçado parei na Senzala
Quebrei as correntes da humilhação
Raiou sol da liberdade
Em gotas de suor plantei a igualdade
Sob a luz do luar
Ôôôô um canto em louvor
Ecoou pelos terreiros
Roda gira candomblé
Aos Orixás eu peço axé
Mãos, que emolduram a arte
Cultura por toda parte
Legado que jamais se apagará
Malungo vem pra ver
O Rei, nessa terra ancestral
A Penha se junta a você
Punho cerrado, justiça social