SP | Após uma forte greve, metroviários forçam governador pagar abono salarial
Após um dia de forte greve, os metroviários forçaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) a apresentar oficialmente, pela primeira vez após o início das negociações em 11 de janeiro, uma proposta de abono referente ao pagamento da PR (Participação nos Resultados) entre 2020 e 2022.
Foi apresentada a proposta de abono no valor de R$ 2 mil, abertura de negociação sobre a PR (Participação nos Resultados) de 2023 e nenhuma retaliação aos grevistas. Essa proposta levada à assembleia da categoria que aconteceu hoje, pela manhã. Por maioria, a categoria aprovou a proposta, que só saiu por conta da greve. O metrô estava intransigente.
“A greve colocou o debate na sociedade sobre a ‘Catraca Livre’, quando os metroviários desafiaram o governador, comprometendo-se a trabalhar, caso a população fosse transportada sem pagar tarifa. O governo mentiu, disse que aceitava, mas entrou na Justiça para reverter a decisão. Ficou demonstrada a verdadeira face mentirosa desse governo“, diz Narciso Soares, militante do PSTU e vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
A proposta de reposição para os metroviários foi considerada uma “merreca”, se comparada ao dinheiro público repassado para as linhas privadas. “Não é o que queríamos, mas foi arrancada na força da luta. O que esteve em jogo nesse processo foi um cabo de guerra com o governador. E a categoria se mostrou unificada e deu uma lição de luta, o que acumula forças para seguir a luta contra as privatizações, por contratação, em defesa dos nossos direitos e por catraca livre à população”, completa Narciso Soares.
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A votação apertada (21 votos num universo de mais de 3 mil) para encerrar a greve, mostra a indignação da categoria contra o governo Tarcísio, pela falta de propostas anteriores e pela proposta apresentada não ser boa. Mostra também a disposição de luta, que seguirá em defesa de um metrô público, com prestação de serviço com qualidade à população, barrando o processo de privatização iniciado nos governos anteriores e mantido pelo atual governo.