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Situação das escolas no Rio Grande do Sul: Quando perdemos tudo, a responsabilidade é deles!

PSTU-RS

1 de julho de 2024
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Escola atingida por enchente no Rio Grande do Sul | Foto: Divulgação

Vera Rosane, presidente estadual do PSTU – Rio Grande do Sul

Em 26 de junho, em matéria da RBS TV, foi retratado o panorama da situação dos mais de 40 mil estudantes que ainda não retornaram às aulas (devido às enchentes) e as escolas danificadas sem condição de recebê-los. Tal situação abrange vários aspectos que precisam ser abordados como o prejuízo irreparável aos estudantes, a condição estrutural dos educadores, que também foram imensamente atingidos, e as dificuldades emocionais de darem conta de uma catástrofe anunciada.

Em nada revela-se preocupação dos governos em resolver esse drama, muito menos vemos celeridade na solução. Agora estamos ante um processo onde uma das alternativas postas pelos governos são escolas de campanha, ou seja, lona em pleno inverno gaúcho com tantos prédios públicos a disposição.

A discussão das escolas e da educação precisa ser analisada mais a fundo, para além das enchentes, pois faz parte de um conjunto de posturas que, ao longo dos anos, vem precarizando e desmontando as escolas. Golpeiam um dos principais pilares para a educação, que é o papel do educador e todos os envolvidos no ambiente escolar, através dos vários ataques de suas carreiras, condições de trabalho, falta de autonomia política pedagógica. Esta é uma saga que tem como receituário anunciado a privatização da educação.

Não podemos por nenhum momento perder do horizonte que a burguesia, interessada em privatizar as escolas públicas para seus lucros, já na história utilizou-se de uma catástrofe ambiental para isso. Foi o caso de Louisiana nos EUA, onde após o furacão Katrina, a educação passou de pública para privada, com justificativas de dar conta da reconstrução.

As secretarias municipais e estadual de educação usam muitos mecanismos para reduzir investimentos com a educação. Não é à toa que temos muitas escolas em condições precárias. Por isso dizemos que, por mais alarmante que seja a condição que as enchentes deixaram as escolas, as mesmas já encontravam-se em situação de SOS.

Também é importante falarmos das pressões aos diretores e professores, em tentativas de dividir a categoria. Fatos estes que são anteriores às enchentes e agora aumentam, pois como são poucos para darem conta de muitas tarefas, a superexploração será a tônica.

Não tem uma saída fácil além da auto-organização da escola, famílias e sociedade para enfrentar este desmonte da educação. Os governos seguem seus compromissos com os bilionários. O governador Eduardo Leite (PSDB) e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), querem uma reconstrução a serviço de mais acumulação capitalista, mais privatizações. E o presidente Lula (PT), por seu turno, não adota nenhuma medida que se contraponha à mercantilização da educação, mantém as reformas empresariais (como a do Ensino médio) e os superlucros no setor privado.

O PSTU aponta a necessidade da total independência da classe trabalhadora em sua luta por uma reconstrução urgente a serviço dos mais pobres, que foram os mais prejudicados pelas enchentes. Só a luta pode impor a urgência necessária à comunidade escolar que segue sem aulas. E, ainda mais fundamental, defendemos a luta por uma sociedade socialista que enfrente e exproprie o grande capital para uma solução definitiva das mazelas impostas pelo capitalismo decadente.

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