Servidores do Ibama, ICMBio, SFB e MMA iniciam greve
Paralisação foi aprovada em 19 estados, com início entre os dias 24 de junho e 1° de julho
Funcionários do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), SFB (Serviço Florestal Brasileiro) e no MMA (Ministério do Meio Ambiente) deram início nesta segunda-feira (24) a uma greve que, até o dia 1° de julho, deve atingir 19 estados.
A mobilização dos servidores ambientais é uma reação à intransigência do governo Lula, que anunciou o fim das negociações sem atender as reivindicações salariais e de valorização da carreira da categoria.
Segundo a Ascema (Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista de Meio Ambiente), os primeiros estados a ter paralisação são Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Roraima, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Em outros dez estados (Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo) a mobilização começa em 1° de julho.
Somente no Ceará, a greve não foi aprovada.
Operação padrão desde janeiro
Os servidores ambientais estão em paralisação parcial desde o começo do ano. A categoria suspendeu trabalhos em campo, como fiscalizações e vistorias, e tem feito apenas atividades internas.
As negociações com o governo, iniciadas em outubro de 2023, não avançaram, apesar das contrapropostas apresentadas pelos servidores. Há quinze dias, o MGI (Ministério da Gestão e Inovação no Serviço Público) encerrou a negociação, o que levou à intensificação da luta.
Os trabalhadores denunciam que o governo não está aplicando as mesmas condições oferecidas a outras carreiras, como da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. A categoria pede a reestruturação da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (CEMA) e do Plano Especial de Cargos do Ministério do Meio Ambiente (PECMA).
Segundo a Ascema, os trabalhadores do setor enfrentam problemas sérios após 10 anos de abandono, agravados com um desmonte brutal no governo de Bolsonaro. Mais de 4.000 cargos estão vagos na carreira. A evasão dos servidores do último concurso chega a 25%, em média, no Ibama e ICMBio. Além disso, os servidores acumulam uma perda de poder de compra que ultrapassa 75% nos últimos 10 anos.
No sábado (22), o site Metrópoles divulgou que a AGU (Advocacia-Geral da União) decidiu acionar a Justiça para pedir a decretação da ilegalidade da greve. A decisão teria sido tomada em conjunto com o MGI e a Casa Civil e causou indignação entre os trabalhadores que denunciam a incoerência e contradição do governo que faz discurso em defesa dos temas ambientais e se propõe a ser liderança mundial nessa questão.
A categoria destaca ainda a relevância do serviço prestado, já que os servidores ambientais, além de combater em campo facções criminosas fortemente armadas, como na Amazônia, é responsável também pela proteção de direta de mais de 20% de todo o território nacional, pelo licenciamento de atividades e estruturas complexas como usinas hidrelétricas e plataformas de petróleo, além de lidar com uma infinidade de questões socioambientais e climáticas.
A CSP-Conlutas reafirma todo apoio à luta dos servidores públicos federais por reajuste, valorização e em defesa dos serviços públicos!
Abaixo o arcabouço fiscal do governo Lula que sacrifica os investimentos públicos para garantir lucros ao sistema financeiro e especuladores da Dívida Pública!