Lutas

São José dos Campos (SP): Após paralisação da fábrica, operários da GM conseguem dois meses de estabilidade

Redação

9 de agosto de 2024
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Assembleia de metalúrgicos da GM Foto Sindmetal/SJC

Na sexta, dia 26, e na segunda, dia 29 de julho, os metalúrgicos da General Motors (GM) de São José dos Campos, em São Paulo, realizaram paralisações contra demissões e em defesa da estabilidade no emprego. A greve obrigou a GM a negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (filiado à CSP-Conlutas).

Em mais de três horas de reunião com a GM, o sindicato cobrou estabilidade para todos, a reintegração dos demitidos e, se os cortes fossem inevitáveis, a abertura de um Programa de Demissão Voluntária (PDV). A estabilidade está garantida até 30 de setembro.

Após a conquista da estabilidade, os operários e operárias da GM suspenderam o processo de paralisação. O estado de mobilização continua.

A luta segue. Recentemente, a montadora contratou 70 trabalhadores, o que deixa evidente que a estratégia da empresa passa pela demissão de funcionários com salários mais altos e contratação de outros, com salários menores. As paralisações mostraram que não aceitaremos essa afronta feita pela GM. Como já é tradição na categoria, vamos nos manter unidos e organizados para lutar em defesa dos empregos”, afirma o presidente em exercício do sindicato, Valmir Mariano, militante do PSTU.

PDV e estabilidade

O sindicato vai manter na pauta da campanha salarial a estabilidade, permanente, no emprego. Também continuará cobrando a abertura de PDV, como alternativa contra demissões.

Agora, vamos jogar toda força na campanha salarial e pressionar a empresa para que nossas reivindicações sejam atendidas. A paralisação foi suspensa, mas a luta em defesa dos empregos continua”, afirma Valmir Mariano.

A GM possui cerca de 3.100 trabalhadores e produz os modelos S10 e Trailblazer.

Zona Sul de SP

Metalúrgicos da MWM entraram em greve contra a precarização do plano de saúde

Metalúrgicos da MWM aprovam greve Foto Sindicato dos Metalúrgicos de SP

Desde o final do mês passado, os trabalhadores e trabalhadoras da metalúrgica MWM, empresa localizada na Zona Sul de São Paulo, estão em luta por melhorias no convênio médico. No dia 29 de julho, realizaram assembleia e pararam o trabalho por algumas horas. Nessa assembleia, aprovaram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 5 de agosto, caso a empresa não aceitasse a proposta. A MWM não atendeu a pauta e, assim, desde a última segunda-feira, os operários cruzaram os braços.

Altino Prazeres, pré-candidato a prefeito pelo PSTU, esteve na porta da fábrica, levando o apoio aos grevistas. “Nesse momento de luta da classe trabalhadora contra os patrões, viemos trazer nosso apoio à greve. A empresa, que acumula lucros milionários com o trabalho dos operários, tenta promover um ataque covarde ao convênio médico. A greve é justa e nossa pré-candidatura e nosso partido, o PSTU, estarão à disposição dessa luta”, disse Altino.

A política dos governos tem sido a precarização e a privatização do sistema de Saúde. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) ampliou a terceirização através das Organizações Sociais, as chamadas OS’s. Nos últimos dias, o governo Lula promoveu um corte bilionário em gastos públicos. Cabe à classe trabalhadora lutar em defesa dos serviços públicos”, completou.

Quando fechávamos esta edição do Opinião Socialista, a greve continuava. A MWM emprega atualmente 1.200 trabalhadores.

Contra o governo Lula

Trabalhadores dos Correios se mobilizam e preparam greve nacional

Os trabalhadores dos Correios aprovaram, em assembleias realizadas em todos os estados, o indicativo de greve nacional da categoria para o próximo dia 8. Quando fechávamos esta edição do Opinião Socialista, a direção da empresa mantinha um impasse nas negociações das pautas apresentadas como parte da campanha salarial. Os trabalhadores mantiveram a data da greve.

A proposta apresentada pela direção dos Correios é de aumento de 6,05%, a partir de janeiro de 2025, e reajuste de 4,11% nos benefícios, como vale-alimentação, a partir de agosto de 2024. A categoria rejeitou essa proposta. A realização de concurso público e mudanças no Plano de Saúde, pautas centrais apresentadas pelos trabalhadores e trabalhadoras, seguiam sem ser atendidas.

De acordo com Geraldinho Rodrigues, militante do PSTU e dirigente da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), a paciência da categoria acabou. “O clima nas bases é de disposição de luta pelas reivindicações. O governo Lula não deu um passo para acabar com a política covarde das terceirizações nos Correios, que sonega direitos e atrasa salários e benefícios de parcela expressiva da classe trabalhadora. Assim como segue sem reverter ataques feitos no governo Bolsonaro, como em relação às férias dos trabalhadores”, disse.

Na última sexta-feira, dia 2, os trabalhadores do Rio Grande do Sul realizaram um dia de mobilização em preparação à greve nacional do dia 8. Em São Paulo, também houve um forte dia de paralisação, realizado na segunda-feira, dia 5.