Meio ambiente

São Carlos e região ardem em fogo

Natan Moreira

25 de agosto de 2024
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Durante esta semana, São Carlos e região convivem com o fogo, afetando a saúde e a segurança da população. São diversos focos na área rural e próximo às cidades, provocando congestionamento nas estradas da região e nuvens de fuligem que atingiram a cidade de São Carlos nos dias 22 e 23.

Essas nuvens de fuligem causaram grande desconforto na população e geraram uma série de problemas respiratórios, que, somados ao tempo seco, sem chuvas há meses, agravam ainda mais a saúde pública. O sistema único de saúde, já sucateado, se mostra incapaz de atender à demanda crescente.

Além disso, a população do acampamento Capão das Antas sofre com queimadas que ameaçam a segurança das casas e moradores do acampamento de reforma agrária, enquanto os bombeiros e prefeituras não prestam o devido apoio com o envio de serviços de socorro e caminhões de água.

Emergência Climática evidencia catástrofe capitalista

Nos últimos anos, o país e o mundo têm enfrentado eventos climáticos cada vez mais extremos. Recentemente, o Rio Grande do Sul sofreu com chuvas intensas que causaram muitas mortes e destruição, sendo a população mais pobre a mais afetada pela perda de suas casas. Soma-se ainda a inabilidade dos governantes do estado e do governo Lula em dar o devido apoio às famílias, oferecendo menos de 15 mil reais para as vítimas.

A região central do estado de São Paulo tem sofrido com períodos de estiagem e queimadas, frutos do desmatamento promovido em favor do plantio de monoculturas e pela mecanização da lavoura. Inclusive, há previsão de tempestades de areia na região devido à colheita da cana-de-açúcar, que deixa o solo exposto. Nos últimos três anos, a região enfrentou essa situação diversas vezes.

A necessidade da reforma Agrária sob o controle dos camponeses

A emergência climática é fruto do capitalismo, que promove a agricultura de monocultura e a derrubada das florestas, modificando completamente o clima, como a desertificação de áreas pelo plantio de eucaliptos, e pela mecanização da lavoura, que extrai e polui a água do aquífero Guarani, que cobre grande parte do Brasil. Além disso, essa grande produção agrícola serve apenas aos grandes latifundiários, destinados à exportação, enquanto a população passa fome.

Apesar da grande campanha e do apoio de setores da reforma agrária, como o MST, à eleição do governo Lula 3, esses setores encontram-se desiludidos pela falta de destinação de terras para a reforma agrária. Em São Carlos, diversos acampados aguardam há anos a regularização fundiária do Capão das Antas. Apesar de muitos anos de luta, diversas promessas foram feitas, mas a população ainda sofre com a falta de serviços e apoio da prefeitura, como no caso das queimadas registradas em 23 de agosto de 2024.

Por isso, a reforma agrária é urgente e deve ser comandada pela população camponesa e pela classe trabalhadora organizada em seus conselhos. Não podemos permitir que a reforma agrária seja comandada pela burguesia, como ocorreu com o programa Minha Casa, Minha Vida, que explora ainda mais a classe trabalhadora com o aval do governo Lula.