Rede Sindical Internacional se fortalece e chega à sua 5ª edição
O Encontro da Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Lutas será realizado logo após o 5º Congresso Nacional da CSP-Conlutas, nos dias 10, 11 e 12 de setembro, em São José dos Campos (SP). O evento também está em sua quinta edição e vem se fortalecendo, cada vez mais, como um espaço de solidariedade e cooperação internacional entre trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias e setores profissionais.
O último Encontro ocorreu em abril de 2022, na cidade de Dijon, na França. Agora, no Brasil, o objetivo é aprofundar o debate em torno de temas importantes para a Rede Internacional.
Dentre eles, destacam-se o combate às opressões, o anticolonialismo, o controle operário e o enfrentamento à extrema direita no mundo. A defesa do meio-ambiente, dos povos originários e a Campanha de Ajuda Operária à Ucrânia também serão destaques do Encontro.
“Serão vários temas importantes. Além destes, debateremos a luta contra o fascismo e a criminalização dos movimentos sociais, os direitos das mulheres trabalhadoras, o combate ao racismo e à xenofobia, as reformas da Previdência e as questões específicas das categorias de trabalhadores e trabalhadoras”, explicou Fábio Bosco, um dos representantes da CSP-Conlutas no Encontro.
A solidariedade ativa aos trabalhadores ucranianos
Na atual conjuntura, a luta dos trabalhadores da Ucrânia se tornou uma referência para a classe trabalhadora mundial. A resistência ucraniana contra a Rússia tem mostrado o potencial dos trabalhadores organizados para derrotar as grandes potências e construir um mundo diferente.
“A Rede Sindical Internacional lançou a Campanha de Ajuda Operária à Ucrânia. Essa campanha é muito importante. Já enviamos três comboios com ajuda humanitária, que foram muito bem recebidos pelos sindicatos ucranianos. Recentemente, duas organizações sindicais ucranianas se filiaram à Rede”, destacou Bosco.
Ainda de acordo com Fábio Bosco, a Rede Sindical Internacional vive um momento muito positivo, de consolidação, e espera receber, para este Encontro, 70 participantes, de 16 países.
“A Rede tem potencial para atrair muito mais participações internacionais. Mas, há obstáculos, criados pelo governo brasileiro, para a obtenção de vistos e, também, dificuldades econômicas devido ao aumento no preço das passagens internacionais”, avaliou o dirigente da CSP-Conlutas.
Lutas pelo mundo
Neste último ano, a classe trabalhadora esteve muito ativa em vários países. Na Ucrânia, o povo pegou em armas para enfrentar a invasão russa. Na França, houve um levante popular contra a Reforma da Previdência, uma manifestação extraordinária contra a privatização da água e uma protestos contra o assassinato, pela polícia, de um jovem de origem árabe.
A situação é de efervescência, como demonstram a grande mobilização das mulheres iranianas contra a opressão a que são submetidas, a revolta dos povos originários no Sul do Peru e, agora, em Jujuy, na Argentina. As greves na Venezuela e os manifestações populares em Angola também compõem o atual quadro de agitação.
“São todas lutas que enfrentam o capitalismo e o crescente autoritarismo. É necessário criar e fortalecer um mecanismo de solidariedade internacional, para ampliar cada uma dessas lutas”, defendeu Bosco.
América Latina
Durante o encontro, as lutas na América Latina também vão ocupar um espaço bastante importante, a exemplo do levante em Jujuy, que uniu a luta dos povos originários contra mineradoras internacionais e professores e funcionários públicos, em greve, além do movimento piqueteiro, alicerçado nos bairros. Todos juntos para enfrentar uma reforma autoritária promovida pelo governo.
“Há, ainda, as greves na Venezuela, a reorganização sindical no Equador, a luta pela liberdade dos presos políticos em Cuba, e outras lutas muito importantes”, comentou o representante da CSP-Conlutas.
Fábio Bosco também lembra que, em todo o mundo, o capitalismo e os grandes monopólios são responsáveis pela carestia, pelo desemprego, a precarização da Educação e da Saúde, e pelo fim das liberdades democráticas em todas as partes.
Trabalhadores, uni-vos!
Internacionalismo: uma necessidade cada vez maior
Ele destacou, ainda, que os capitalistas têm suas organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) ou o Banco Mundial. Por isso, a classe trabalhadora também precisa se organizar internacionalmente, para resistir às desgraças do capitalismo. Mas lamenta que as principais organizações sindicais do mundo não estejam à altura dessa tarefa e critica as escolhas que elas fizeram.
“A Confederação Sindical Internacional prega uma parceria com os patrões, enquanto a Federação Sindical Mundial defende governos capitalistas que se disfarçam de socialistas. A Rede Internacional que estamos construindo é totalmente independente de patrões e de governos”, ressaltou.
O representante da CSP-Conlutas destaca, ainda, as principais características da Rede Internacional, que chega agora ao seu 5º Encontro mais fortalecida do que antes. “Ela é combativa, defende a democracia operária, é internacionalista e une camaradas de distintas tradições políticas. Para nós socialistas, ela cumpre um papel muito importante, ao construir a solidariedade internacional entre os trabalhadores e trabalhadoras de várias partes do mundo”, finalizou Bosco.