Quem não viu racismo na Bola de Ouro, não entendeu nada
Muitos equivocam-se a considerar que não houve racismo na Bola de Ouro, premiação realizada ontem pela revista France Football, citando principalmente dois argumentos: primeiro, o fato de ser uma eleição; segundo, de que a Bola de Ouro já foi entregue para outros jogadores negros na história.
Nesse sistema desigual e opressor, uma pessoa negra tem que ser dezena de vezes melhor que uma pessoa branca para ser considerada a melhor. Depois de muita luta, hoje eles até toleram jogadores negros. O que eles não suportam é a insubmissão, a denúncia e a luta permanente contra o racismo. E Vini Jr é um desses imprescindíveis que colocou uma causa social, a luta contra o opressor, acima de suas conquistas individuais.
Mas quem são eles? A elite europeia branca e racista. Os herdeiros dos responsáveis pela escravidão de continentes inteiros. Que 40% dos mais de 100 jornalistas escolhidos para votar sejam europeus é sintomático. Eles ainda pensam que a Europa é o mundo. Se os jornalistas são incapazes de uma avaliação objetiva sobre futebol e tenha pesado o voto contra Vini, como dizem alguns analistas, só mostra que grande parte da grande impressa esportiva europeia é servente do racismo dessa elite branca burguesa.
A tentativa é levar Vini à desmoralização. Mas sua postagem afirmando que fará 10 vezes mais se for preciso, e que não estão preparados para o que vem, mostra que não só continuará dando show em campo, mas que não arredará o pé da luta antirracista.
Vini passará para a história como um herói da luta antirracista, enquanto a União das Associações Europeias de Futebol (Uefa) e a elite europeia tiveram seu racismo desnudado, provando que são parte do lixo racista e capitalista que precisa ser varrido do mundo.
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