Internacional

Professor palestino é detido em aeroporto com a família e sofre ameaça de deportação arbitrária no Brasil

Muslim M. A. Abuumar era aguardado pela Polícia Federal no Aeroporto de Guarulhos, e foi detido com a esposa grávida, um filho pequeno e a sogra

Soraya Misleh

22 de junho de 2024
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Um cidadão palestino que denuncia as atrocidades cometidas por soldados israelenses está, desde esta sexta-feira, dia 21, detido com sua família no Aeroporto de Guarulhos, ameaçado de deportação arbitrária e sem qualquer justificativa plausível. Está acompanhado de sua jovem esposa grávida de sete meses, um filho pequeno e a sogra. Além disso, tem um irmão que vive no Brasil e é naturalizado brasileiro, já tendo vindo visitá-lo outras vezes. A última foi no ano passado.

Muslim M. A. Abuumar é professor universitário e vinha da Malásia onde, além de residente e docente da Universidade da Malásia, é diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia e Oriente Médio. Logo na chegada ao aeroporto, Muslim já era aguardado pela Polícia Federal, que o chamou pelo nome ao detê-lo para interrogatório. O mais provável é que a polícia brasileira tenha sido contatada por algum serviço de segurança estrangeiro, como a Mossad,o serviço secreto do Estado sionista.

Não é de hoje que tem havido criminalização, ameaças e perseguição àqueles que denunciam o genocídio em curso em Gaza e a limpeza étnica na Cisjordânia. Essa ação parece ser um salto num movimento de criminalização no Brasil. A pergunta que a Polícia Federal fez a esse cidadão é: “Você apoia a resistência?” Normalmente, para entrada de um visitante no Brasil, as questões são distintas, o que causa estranhamento. Mesmo que essa resposta seja afirmativa, no Brasil apoiar a resistência do povo palestino não é crime.

Esse jovem palestino não é investigado, não responde a crimes e nem é procurado internacionalmente. Portanto, nada justifica a detenção arbitrária pela Polícia Federal. Sua esposa grávida chegou a passar mal nesta sexta-feira à noite e teve que ser encaminhada a um hospital. Esta é uma violação brutal ao direito humanitário que o Brasil não deve permitir.