PE: Na luta contra as opressões, bloco ‘Cabelo de Fogo’ realiza 10º desfile no Carnaval de Olinda
O bloco é uma homenagem a companheira Sandra Fernandes e seu filho Icauã, vítimas da violência machista
As ladeiras de Olinda, cidade histórica de Pernambuco, serão ocupadas pelos foliões do bloco ‘Cabelo de Fogo’, que há 10 anos desfila na terça-feira de Carnaval. Este ano, o cortejo, que será acompanhado pela Orquestra 100% Camará, traz como tema a luta contra as opressões do Brasil até a Palestina. A concentração será a partir das 14h, no Fortim do Queijo (Rua Manoel Borba, no bairro Carmo).
O bloco é uma homenagem à companheira Sandra Fernandes e seu filho Icauã, vitimas da violência machista, que nos deixaram nas vésperas da festa preferida de Sandra, no carnaval de 2014.
Há 10 anos, tivemos um Carnaval muito doloroso para todos nós, em especial para as mulheres e todas militavam com ela. Na época, Sandra era dirigente do Sindicato Municipal dos Profissionais do Ensino da Rede Municipal do Recife (Simpere), além de ser militante do PSTU.
“Ficamos com a tarefa de transformar esse luto, em luta. Por isso, criamos um bloco que denuncia o machismo e toda forma de opressão e, ao mesmo tempo, mantém viva a alegria de Sandra, seu amor pelo carnaval, com seu cabelo vermelho e sua presença marcante nos festejos e na luta por uma sociedade sem opressão e exploração”, afirma Cláudia Ribeiro, da direção do PSTU Pernambuco.
“Nosso Estado é conhecido pelas lindas manifestações culturais que mostram a criatividade e cultura do nosso povo. Mas apresenta um triste cenário de altos índices de violência contra a mulher, assassinatos de travesti e racismo, que se expressa na violência policial. Por isso, o bloco sai fervendo e frevando contra toda forma de opressão”, completa Cláudia.
O 10° ano do bloco também vai denunciar o genocídio que ocorre na Palestina, um massacre fundado no racismo, no preconceito, na intolerância, praticado por Israel, que há mais de 70 anos rouba o território do povo palestino e seu direito a existência plena com justiça e liberdade.
“Vamos dizer abaixo a opressão, do Brasil até a Palestina. No meio da folia vamos cantar, dançar e gritar para que não tarde o tempo em que o povo palestino possa festejar a própria cultura em paz em suas terras. Assim como lutar para por fim ao machismo, ao racismo, a LGBTfobia e a xenofobia. Nossa luta pela construção de uma sociedade onde toda a opressão e exploração não caibam mais, a luta por uma sociedade socialista, estará presente no Carnaval”, finaliza Cláudia Ribeiro.
“Cabelo de Fogo é vermelho paixão
Cabelo de Fogo, aqui não cabe opressão
Vem faiscando, tira brasa do chão e vai chamando todo mundo pra fazer revolução!”
Venha para o ‘Cabelo de Fogo’ celebrar o Carnaval!
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