Paraná: Por um 1º de Maio classista e internacionalista em Curitiba!
Um chamado a todos os partidos de esquerda, sindicatos e demais organizações da classe trabalhadora
Primeiro de Maio é uma data histórica. É dia internacional de luta dos trabalhadores e trabalhadoras contra a exploração e a opressão. Portanto, é necessário construir manifestações e atos por todo o país para marcar este importante dia. Por isso, nós do PSTU Curitiba, defendemos a organização de um ato classista e internacionalista em nossa cidade. Um dia para denunciar todos os ataques dos patrões e dos governos, tanto federal quanto estadual e municipal. Também prestar solidariedade às categorias que estão em greve neste momento. O que não nos falta, são motivos.
A Curitiba do prefeito Greca é a outra Curitiba
Curitiba é uma das principais capitais do país. Está entre os cinco municípios brasileiros que concentram 27% de toda a riqueza nacional. Segundo o IBGE, em 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) da cidade foi de R$ 88,3 bilhões, ocupando a 6ª posição no ranking nacional.
Para se ter uma ideia, o PIB de Curitiba representa sozinha 17,8% do PIB do estado e a região metropolitana de Curitiba é responsável por mais de um terço do PIB estadual, 34,6%.
No entanto, toda essa riqueza, que é fruto do trabalho da nossa classe, é altamente concentrada nas mãos de poucos. A realidade é que a maioria da população sobrevive contando as moedas. Apesar de todos os milhões gastos pelo prefeito Rafael Greca (PSD, para tentar mostrar uma cidade linda e maravilhosa, o que temos é uma cidade desigual. Faltam vagas nas creches, transporte público lotado com passagem cara, empregos precários e saúde sucateada. A verdade é que esta cidade inteligente só existe para poucos.
A nível estadual as coisas não diferentes, o governador Ratinho Jr (PSD) garante milhões em isenções fiscais aos grandes empresários e ao agronegócio. Enquanto precariza os serviços públicos. Somos o estado com mais escolas cívico-militar, 312 ao total. Um programa do antigo governo Bolsonaro que trata a educação dos filhos dos trabalhadores com uma questão de polícia, ao mesmo tempo que as escolas estão precarizadas e os professores sub valorizados, sendo que boa parte da categoria é temporária, PSS( Processo Seletivo Simplificado).
E na esfera nacional, apesar de uma importante vitória da classe trabalhadora em ter derrotado Bolsonaro nas urnas, o ex-presidente representa o que há de mais podre nessa sociedade com seu projeto ditatorial para o país, com intuito de explorar ainda mais os trabalhadores, a situação não anda nada boa para quem tem que trabalhar para sobreviver.
A picanha não veio e os preços dos alimentos não param de subir. É por isso que no segundo turno das eleições passada chamamos o voto crítico em Lula/Alckmim alertando os trabalhadores que não podíamos ter nenhuma confiança neste governo. Pois, o programa de Lula não era capaz de resolver as nossas necessidades mais básicas. Esta aliança com os grandes empresários e o agronegócio não tem espaço para os trabalhadores. Se antes era o teto de gasto de Temer, agora é o arcabouço fiscal. O governo cortou mais de 4 bilhões em bolsas de estudos em 2024 – educação básica e farmácia popular – para garantir o pagamento da dívida pública.
Então, se por um lado os governos de Temer (vice da Dilma) e Bolsonaro atacaram pesado os trabalhadores, por outro também é verdade que Lula não dá um pio sobre revogar estas medidas, como a reforma Trabalhista, reforma da Previdência e a Lei da Terceirizações. Inclusive, cabe lembrar que o povo do PSOL embarcou nesta cano. Desde o primeiro turno das eleições, dizem para os trabalhadores que tínhamos que votar em Lula/Alckmim, porque iriam revogar estas reformas.
Um chamado a todos os partidos de esquerda, sindicatos e demais organizações da classe trabalhadora
Por isso, estamos fazendo este chamado a todos pela construção de um primeiro de maio de luta, classista e internacionalista. Começar desde já organizando grandes plenárias com todos dispostos a lutar contra todos os ataques dos governos e dos patrões.
É preciso colocar nosso time em campo. O caminho para garantir uma vida digna a todos que dão o sangue para que a sociedade funcionem é a organização e a mobilização permanente contra os super ricos e os governos de plantão, os quais garantem todos as medidas jurídicas e legais de toda essa exploração. Toda pobreza e desgraça que a nossa classe enfrenta é fruto desse sistema que só quer saber de lucro! Para isso lutam de forma incansável para reduzir nossos direitos.
E são esses elementos que rebaixam nossas condições de vida combinado com as decepções com governos ditos de “esquerda” que abrem caminho para a ultra direita. E dizemos mais: ” deixar de organizar a classe para lutar, com esse discurso de que não podemos bater no governo,porque a ultra direita está a espreita é justamente o adubo que pode dar condições da ultra direita voltar ao poder.
Portanto cabe a nós, os trabalhadores, organizar e lutar não só para recuperar o que nos roubam, mas também lutar por uma alternativa de um governo dos trabalhadores, tomando em nossas mãos o controle da produção e colocar tudo isso a serviço de melhorar nossa vida e não para deixar uma meia dúzia ainda mais ricos.
O capitalismo só tem desgraça a nos fornecer, temos um imenso avanço tecnológico que poderia significar uma vida muito melhor. No entanto, essa mesma tecnologia-que é construída pelos trabalhadores- significa mais precarização na nossa vida. Quando olhamos para o mundo vemos guerra na Ucrânia e palestina. Na Ucrânia, os trabalhadores enfrentam uma das principais potências militares resistindo a invasão de Putin. Já na Palestina, estamos diante de um verdadeiro genocídio apoiado pelo imperialismo estadunidense e seus parceiros, são mais de 70 anos de resistência do povo palestino a este massacre contínuo.
Exigimos!
—Revogação da reforma da previdência que roubou nossa aposentadoria;
— Fim da reforma trabalhista e as terceirizações que legalizam a precarização do trabalho nos jogando em um processo de semiescravidão;
— Revogação imediata do novo ensino médio que precariza a educação dos filhos da classe trabalhadora e abre as portas para a privatização da educação pública;
— A prisão do então presidente da assembleia legislativa do paraná, Ademar Traiano, e seus cúmplices, no caso de corrupção e a expropriação dos bens dos corruptos e corruptores;
— Que o governo atenda as reivindicações de todos os setores em greve;
— Suspenção imediata do pagamento da dívida pública e auditoria popular;
— Todo apoio aos trabalhadores argentinos contra os ataques de Milei!
— Todo apoio à resistência ucraniana contra a invasão de Putin!
— Todo apoio a resistência palestina! Palestina livre do rio ao mar! Pelo fim do estado genocida de Israel!
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