PA: Repúdio a fala de Helder Barbalho durante a COP 29, no Azerbaijão
Racismo Ambiental para livrar o agronegócio e condenar os povos originários e a população carente!
Rosi Pantoja, de Belém (PA)
A participação ativa da comitiva do governo do Pará, na Conferência das Partes – COP 29, que discute as mudanças climáticas e que está ocorrendo em Baku, no Azerbaijão, iniciou com declarações do Helder Barbalho bastante polêmicas.
No estande de abertura da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o governador sugeriu que com a regulamentação do mercado de carbono, as comunidades indígenas não precisariam realizar a extração de minério ilegal em territórios indígenas, uma afirmação que responsabiliza as comunidades indígenas pelo garimpo ilegal.
Assim o governador do Pará desresponsabiliza os verdadeiros culpados pelo garimpo ilegal e pela destruição dos territórios Yanomami, incentivada por empresários e governos. Mas não somente o garimpo ilegal causa destruição. O garimpo legal também causa destruição como o Porto Trombetas, no município de Oriximiná, ou mesmo a Albrás/Alunorte, em Barcarena, em que as populações locais vivem denunciando as contaminações e a expulsão de comunidades para destruir tudo que há no entrono desta atividade.
Queimadas
Mas como se não bastasse, Helder também se posicionou sobre as queimadas que estão ocorrendo em todo o estado, dando destaque para a o incêndio que afetou a população dos bairros da Condor e Cremação, em Belém.
O governador do MDB, seguindo sua lógica de sempre defender os empresários, se posicionou contra a população que coloca fogo, mas não mencionou nada sobre as queimadas provocadas pelo agronegócio, que tem provocado maior emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), da mineração que afetam as mudanças climáticas, que tem causado maior estiagem, com maiores temperaturas, facilitando as queimadas descontroladas que estão ocorrendo.
Também não mencionou sobre os terrenos vazios nas cidades que só servem para a especulação imobiliária, e deixando a população vulnerável, ao invés de dar destinação as famílias que necessitam de moradia.
Portanto, não podemos ter ilusões que este governo tenha preocupação com os trabalhadores, o povo pobre, as populações tradicionais, indígenas e quilombolas, ribeirinhos. Seu compromisso e interesses estão alinhados com os grandes empresários, o agronegócio, a mineração, o garimpo e as madeireiras.
Por isso, nós do PSTU defendemos:
– Construir a COP 30 paralela pela base, para enfrentar governos e patrões!
– Não ao marco temporal! Pela demarcação e titulação de todas as terras indígenas e quilombolas!
– Por moradia digna para todos!
– Não a exploração de petróleo na foz do Amazonas!
– Precisamos de uma nova sociedade, socialista, na qual os trabalhadores e seus aliados, indígenas, camponeses, quilombolas e a juventude, detenham efetivamente o poder político e econômico.
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