No interior de SP, 13 trabalhadores ingressam no PSTU em ato de filiação coletiva
Letícia Banzatto, de São José do Rio Preto (SP)
Neste último domingo (4) estivemos com trabalhadores e trabalhadoras que se filiaram ao PSTU e discutiram conosco o nosso programa para a classe trabalhadora.
São moradores de Guaraci, uma pequena cidade do noroeste paulista às margens do Rio Grande, com uma população em torno de 11 mil habitantes, a 75 km de São José do Rio Preto, ficando perto de Icém, Altair, Olímpia, Barretos, Fronteira (MG) e Frutal (MG). Era distrito de Olímpia e emancipou-se em 1944. Sua economia é dominada pelo agronegócio e pela produção sucroalcooleira, sem atividade comercial e industrial significativa. A partir dos anos 1970, o boom da laranja deu um impulso à economia local, mas a partir dos anos 1990 e, especialmente, nos anos 2000, a lavoura canavieira, a partir da instalação da usina de açúcar e álcool, Vertente, passou a ser a maior fonte de empregos e arrecadação da cidade.
Esses 13 companheiros que passam a engrossar nossas fileiras são mulheres e homens trabalhadores, negros e brancos, operários da usina, agricultores, professoras, donas-de-casa, trabalhadores da saúde e um ex-PM. Vieram de Pernambuco, do Maranhão e de Minas Gerais em busca de melhores condições de vida e de trabalho nesta pacata cidade conservadora e coronelista, como eles mesmos a caracterizam.
No entanto, com o aprofundamento da crise capitalista, somada às crises econômica, social, política e sanitária, as condições de sobrevivência da nossa classe tem se tornado ainda mais difíceis. O desemprego e subempregos, a fome e a miséria, o aumento do preço dos alimentos e dos combustíveis, assim como do gás de cozinha e demais necessidades básicas, provam que esse sistema é pensado e organizado para atender aos interesses dos grandes capitalistas e não para atender às necessidades dos trabalhadores, da juventude e do povo pobre, que são os que produzem toda a riqueza.
Mas no lugar de depositarem todas as suas esperanças nas eleições e nos partidos burgueses ou reformistas, ou de abaixarem a cabeça e aceitarem a desgraça imposta, essas trabalhadoras e trabalhadores de Guaraci, reconheceram a imprescindibilidade do partido revolucionário. Perceberam que são poucas famílias a se apropriarem de toda a riqueza da cidade e querem construir uma alternativa para os trabalhadores que de fato possa mudar não somente suas vidas, mas também do conjunto dos trabalhadores.
Partiu deles a ideia de um ato de filiação coletiva ao PSTU, onde pudéssemos mostrar aos demais setores oprimidos e explorados de Guaraci, que ali existe resistência, e muita disposição de luta para organizar a classe trabalhadora e construir uma saída que de fato mude a vida em Guaraci, no Brasil e no mundo.
Nesta ocasião, pudemos contar com a presença de camaradas do PSTU de diversas cidades do noroeste paulista, assim como da camarada Vera, pré-candidata à presidência, Altino Prazeres, pré-candidato ao governo de São Paulo e Cristiane Banhol, pré-candidata à deputada estadual. Estes camaradas puderam saudar e dar boas-vindas aos companheiros de Guaraci, como também puderam apresentar o nosso programa para a classe trabalhadora e, consequentemente, debater sobre a importância de construir o PSTU e a revolução socialista.
Um desses companheiros é o Adelmo, pernambucano, operário do campo, “trabalhador da roça”, como ele diz, que veio trabalhar há 3 anos com a laranja e depois na usina. Veio para Guaraci com a esposa e filha depois do convite de seu amigo José Carlos e sua companheira Maria Patrícia. Segundo ele, sua filiação ao PSTU se deve ao fato de que já lutaram muito junto de outras organizações, e que queriam um partido que lutasse pela população, pelo povo trabalhador e pobre. Entendendo que o PSTU vai ajudá-los a construir a luta em Guaraci, já que no dia-a-dia foram vendo como as coisas acontecem e procurando uma melhora, entenderam que a melhor decisão seria entrar numa organização socialista e revolucionária. Esperando melhorias na organização da luta dos trabalhadores, diz querer fazer parte dessa família, “porque um partido é uma família, o que a gente espera é isso aí”!
Outra companheira que tivemos o prazer de ter conosco, foi a Milene, vinda de Centralina – MG, há 3 anos em Guaraci. Ela nos disse que o PSTU tem visões que farão a diferença, que não têm falcatrua, nem bandidagem, que é um partido que quer renovar e dar mais segurança e estabilidade para as mulheres, principalmente, para as mulheres negras, porque a luta é grande. “Eu não vejo que o racismo vem da própria pessoa, não! O racismo vem de outras pessoas que não entendem a situação, porque você tem que se pôr no lugar do outro, você tem que entender o sofrimento do outro pra você poder abrir a boca e falar da situação. Então eu vejo que o PSTU é um partido que vai mudar, que vai fazer a diferença sim, tanto pra classe trabalhadora, pros pobres, pros negros, pros indígenas, seja pra aquele que for cidadão, ser humano, vai fazer a diferença”!
Quando perguntamos à Milene o porquê de escolher o PSTU, ela disse: “Porque não vejo segurança, não vejo estabilidade, não vejo que vai fazer a diferença os outros partidos, não vejo. Olha chego a arrepiar… Não vejo. Eu vejo esse partido como uma luz no fim do túnel, porque o brasileiro precisa dessa luz, ele precisa de uma esperança e o PSTU é a esperança”.
Quando perguntamos o que a levou a tomar a decisão de entrar no PSTU, ela responde: “Tudo que tem acontecido em todos os partidos pra trás, a gente vem vendo em televisão e a televisão mostra só o lado bonito da situação. Não é! As coisas não é assim, você tem que enxergar o outro lado da situação, tudo que tem acontecido no país, não só no nosso país, como em outros países também. E assim, pela minha filha, ela é apaixonada em estudar e eu quero o melhor, o melhor pra minha filha que é negra, inteligente e eu falei pra ela ‘não deixa essa pele te dizer quem você é. Essa é só uma pele. Vai estudar, faz a diferença, a diferença, porque somos mulheres, não somos o sexo frágil’. Não vejo que a mulher seja o sexo frágil, eu vejo que a mulher é a diferença do nosso país”.
Foi um dia histórico para todos nós! Fomos recebidos com muito carinho e disposição por esses camaradas, que certamente mostrarão a força do setor consciente da classe trabalhadora na construção de um novo mundo. José Carlos e Maria Patrícia, anfitriões e referência para todos esses companheiros, nos possibilitaram além de um dia lindo e quente, com comida muito boa e farta, um debate político de alto nível e a compreensão de que só a revolução socialista muda a vida! Outros outubros virão, outras manhãs de sol e de luz e estaremos todos e todas lá, ombro à ombro!