Natal (RN): Contra Paulinho e a extrema direita, voto crítico em Natália
As eleições para a prefeitura de Natal chegaram ao segundo turno e o cenário que se apresenta é a disputa entre Paulinho Freire (União Brasil) e Natália Bonavides (PT). Dois projetos políticos que, apesar de suas diferenças, representam setores capitalistas da cidade. No primeiro turno, o PSTU apresentou Nando Poeta e Tiago Silva como alternativa independente, revolucionária e socialista para enfrentar as candidaturas dos ricos e poderosos, bem como a conciliação de classes do PT. Agora, porém, para impedir o avanço eleitoral da extrema direita, representada por Paulinho Freire, e dialogar com uma parte importante dos ativistas e trabalhadores, indicamos o voto crítico em Natália Bonavides.
Sem ilusões no PT, voto crítico em Natália Bonavides contra Paulinho Freire e a extrema direita
Trata-se de um voto contra a extrema direita e seu programa reacionário, mas crítico ao PT porque também não temos acordo com o programa petista de conciliação de classes. Estaremos junto com milhares de jovens e trabalhadores que almejam derrotar a extrema-direita nas urnas. Mas alertamos que a política de “Frente Ampla” do PT com setores burgueses não resolve os problemas estruturais enfrentados pela população, pois busca conciliar os interesses dos capitalistas e dos trabalhadores, perpetuando o sistema de exploração e até ajudando a extrema direita. Nosso objetivo segue sendo a necessária construção de uma alternativa socialista e revolucionária que organize as lutas da nossa classe e das comunidades mais pobres da cidade, rumo ao projeto de uma revolução socialista.
Não temos ilusões nem confiança no PT. Seremos oposição de esquerda e socialista ao governo de Natália, caso seja eleita, porque repetirá em Natal o que Lula faz no país contra os trabalhadores. Assim como também estaremos na linha de frente de combate contra um eventual governo de Paulinho Freire. A extrema direita até pode ser derrotada nas eleições, mas seguirá existindo no país e precisa ser derrotada, de fato, nas ruas por uma alternativa socialista e revolucionária, que enfrente os capitalistas e a conciliação de classes.
Paulinho Freire (União Brasil) e o avanço da extrema direita
Paulinho Freire representa a continuidade do prefeito bolsonarista Álvaro Dias (Republicanos), que desmantelou serviços públicos e privatizou áreas essenciais como saúde e educação. Atrelado à elite empresarial e aos setores mais reacionários da política, sua candidatura reforça uma agenda de austeridade brutal. Paulinho está aliado a grupos que defendem pautas contrárias às liberdades democráticas, como setores neofascistas e paramilitares, além de contar com o apoio de Bolsonaro, Rogério Marinho (o famigerado pai da Reforma Trabalhista) e políticos de direita e extrema-direita, como o Senador Styvenson Valentim. No Congresso Nacional, Paulinho Freire votou pela libertação do deputado Chiquinho Brazão, à época do União Brasil, um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson. O candidato da extrema direita também votou pela anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Paulinho diz que é oposição ao PT, mas aprovou o arcabouço fiscal e seu partido tem 3 ministérios no governo Lula.
O PT e a conciliação com os interesses capitalistas
O PT não é mais o partido que foi dos trabalhadores. Hoje busca administrar o estado burguês dentro dos limites do capitalismo, mantendo alianças com partidos que são historicamente inimigos dos trabalhadores. Em 85 cidades pelo país, o PT fez aliança com o PL, partido de Bolsonaro, vencendo em 45. Em Natal, a campanha de Natália Bonavides está coligada com partidos como MDB e PRD, da base bolsonarista. No RN, a governadora Fátima (PT) é aliada das oligarquias, tem como vice Walter Alves, e governa criminalizando os direitos dos trabalhadores, a exemplo dos pedidos de ilegalidade das greves dos servidores públicos. No governo federal, Lula governa com a burguesia e o centrão, impondo o arcabouço fiscal (mesma política do teto de gastos de Temer e Bolsonaro), que congela e corta investimentos públicos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura. O arcabouço fiscal, inclusive, contou com a aprovação de Paulinho e Natália no Congresso.
Continuar a luta por um projeto socialista e revolucionário
No primeiro turno, o PSTU apresentou um projeto socialista e revolucionário, enfrentando a extrema direita, as oligarquias e o PT. Inclusive, apontamos o erro da maioria do PSOL e também da UP, que fizeram uma adesão (sem nenhuma crítica) à campanha petista com setores da direita. Mesmo com as dificuldades impostas por um sistema eleitoral desigual, que favorece aqueles que governam para os ricos e poderosos, conseguimos levar nossa mensagem a milhares de pessoas. Agora, convidamos os companheiros do PCBR, LSR, MRT e outros apoiadores, que votaram no PSTU no primeiro turno, a continuarem conosco por uma alternativa de independência de classe, socialista e revolucionária, indicando o voto crítico em Natália Bonavides, mas sem adesão ao projeto petista. Precisamos derrotar tanto a extrema direta quanto a conciliação de classes e sua política do “mal menor”. Vamos seguir organizados e na luta por uma Natal Socialista.
