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Medidas de Tarcísio e Derrite aumentaram a violência policial em São Paulo

Deyvis Barros, de São Paulo (SP)

9 de dezembro de 2024
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Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite aumentaram a violência policial como política de governo | Foto: Reprodução Redes Sociais

Após uma enxurrada de casos de violência policial que vieram à público, o governador de São Paulo Tarcísio, Tarcísio de Freitas (Republianos) e o seu secretário de Segurança Pública, Guilher Derrite, saíram para defender a Polícia Militar (PM) como “uma instituição de quase 200 anos de bons serviços prestados para a população” e que os crimes da polícia são “casos isolados”. Nada mais longe da verdade do que essa narrativa.

Tarcísio disputou a eleição de 2022 prometendo, entre outras coisas, entregar uma polícia mais violenta e, desde o início do seu mandato, se empenhou em cumprir essa promessa. Ao contrário da imagem que um setor da burguesia tenta passar, de que seria um governo de direita, mas moderado, Tarcísio tem um projeto que se apoia em uma política econômica ultraliberal com ataques aos direitos do povo e a soberania do estado e que é sustentada com uma forte repressão contra as periferias, particularmente aos jovens negros e contra os movimentos sociais.

Não é casual que o governador tenha escolhido Guilherme Derrite como seu secretário de Segurança Pública. O ex-PM que foi afastado da Rota (tropa de elite super violenta da PM), segundo ele mesmo, por excesso de mortes, e eleito deputado federal em 2018, é um defensor de uma polícia que mata negros e periféricos.

A reação popular contra a violência e a covardia da polícia no estado colocou Tarcísio na defensiva e o fez começar a adotar medidas parciais para sinalizar que estaria disposto a mudar de rumo. Mas a redução da violência policial sob o governo Tarcísio só será possível com uma derrota real do governador, começando com a queda de Derrite e a punição exemplar dos policiais envolvidos em casos de violência e abusos.

Veja abaixo 5 medidas de Tarcísio e Derrite que ajudaram a aumentar a violência policial e que provam que uma PM assassina é um projeto de governo:

1. “Tô nem aí”. Tarcísio e Derrite liberaram a polícia pra matar!
O governador estimula a violência policial. Ao ser denunciado pelas operações Verão e Escudo, que deixaram juntas 84 mortos na Baixada Santista, disse que “pode denunciar até pra liga da justiça, tô nem aí”. A PM matou um menino de 4 anos e o governador elogiou Derrite pelo “trabalho revolucionário”. Esse mesmo Derrite, antes de ser expulso da Rota, disse que que era “vergonhoso” um policial não ter ao menos três assassinatos no currículo.

O discurso e as ações de Tarcísio e Derrite dão um sinal para a polícia de que podem matar que terão o apoio e a proteção do governo.

2. Tarcísio e Derrite fizeram uma guerra contra as câmeras corporais usadas pela PM
Após 2 anos de uso das câmeras corporais a letalidade da polícia em São Paulo havia diminuído 63,7%. Apesar disso, Tarcísio e Derrite fizeram de tudo para tirar as câmeras dos uniformes de policiais e, quando foram obrigados, criaram um procedimento que o policial só liga a câmera se quiser, deixando os policiais livres para desligar as câmeras quando estão cometendo violências contra a população ou mesmo atos de corrupção.

3. Ataques contra a Ouvidoria da PM
Um sonho do Bolsonarismo e da “Bancada da Bala” é acabar com a Ouvidoria da PM do estado de São Paulo, que permite que a população denuncie casos de violência e abuso policial e é obrigatoriamente dirigida por um civil. Não conseguindo isso, Derrite acabou de criar uma ouvidoria paralela, formada pela PM, para esvaziar o controle social sobre a ação da polícia.

Mesmo com todos os limites que possa ter a Ouvidoria, os ataques do governo e do bolsonarismo contra ela vão no sentido de aumentar a impunidade dos policiais.

4. Mudança de regras para afastamento de policiais e desmanche de comissão para controle da força
Tarcísio e Derrite estabeleceram que agora apenas o subcomandante da PM pode afastar um PM criminoso, dificultando ainda mais o procedimento. Além disso, a Comissão de Mitigação e Riscos que era convocada cada vez que uma intervenção policial resulta em mortes foi esvaziada pelo governo.

Nada disso resolvia o problema, mas eram medidas de controle que foram desmontadas ou dificultadas.

5. Tarcísio e Derrite mudaram o comando da PM para oficiais mais violentos
Este ano, Derrite trocou quase toda a cúpula da PM, incluindo postos estratégicos. A medida foi adotada no calor das operações Verão e Escudo, quando a ordem governo era matar, incluindo várias pessoas que não tinham nenhuma relação com o crime. Em meio a essas operações, o governador e seu secretário colocaram no comando da polícia oficiais que estavam a favor da luta contra as câmeras e de instituir uma polícia mais violenta.

Organizar o povo trabalhador e a periferia contra violência policial

A gravidade do momento exige que todos os movimentos sociais, sindicatos e partidos comprometidos com a classe trabalhadora se unam na luta pelo fim da violência policial e demissão imediata de Derrite.

Não podemos permitir que Tarcísio e seu secretário continuem com seu projeto de transformar a periferia e especialmente os jovens negros em alvo de uma política de morte. Não haverá descanso para o governador enquanto nossas vidas não estiverem seguras.

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