Mariana (MG): A candidatura revolucionária e socialista do PSTU enfrenta duas candidaturas da burguesia
Bruno Teixeira, operário e dirigente sindical na mineração, e a professora Patrícia Ramos, dirigente do SindUTE, encabeçam a chapa do PSTU
Mariana ficou conhecida mundialmente com o crime ambiental cometido pela Vale e Samarco em 5 de novembro 2015, quando a Barragem do Fundão, usada para guardar os rejeitos de minério de ferro, rompeu. A lama chegou ao distrito Bento Rodrigues até o Rio Doce. Dezenove pessoas morreram, comunidades inteiras foram destruídas e algumas até hoje sofrem com os impactos da tragédia.
O PSTU tem um trabalho histórico na cidade junto aos trabalhadores da mineração, na educação e com a juventude. Nestas eleições, será a única voz da classe trabalhadora. A chapa formada por Bruno Teixeira, operário e dirigente sindical da mineração, e a professora Patrícia Ramos, dirigente do SindUTE, vai enfrentar outras duas candidaturas da burguesia local, que servem aos interesses das mineradoras capitalistas.
Alternativa socialista
O PSDB governa Mariana há anos, mas entrou em crise profunda. Sequer conseguiram apresentar um sucessor ao atual prefeito Celso Costa. A burguesia local buscou construir uma chapa unitária, incluindo o PT e o PL, em apoio a Juliano Duarte (PSB). Mas o PL apresentou candidatura própria no último dia permitido pela justiça eleitoral para as convenções.
Assim, três candidaturas foram registradas: duas da burguesia (Juliano Duarte/PSB e Roberto Rodrigues/PL) e a candidatura socialista e revolucionária do PSTU com Bruno e Patrícia.
“Somos a candidatura compromissada com as pautas históricas da classe trabalhadora, da juventude e do povo pobre. Vamos enfrentar dois representantes da burguesia, que ao longo dos anos vem destruindo nossa cidade e entregando nossas riquezas às grandes mineradoras capitalistas”, disse Bruno Teixeira em entrevista ao Opinião Socialista.
“Mariana sofre as consequências da exploração predatório dos minérios, da destruição ambiental das mineradoras em busca do lucro. A população sofre com preços absurdos nos aluguéis, empurrando a classe trabalhadora a ocupar ou comprar lotes em áreas sem estrutura básica como saneamento ou energia elétrica”, completou.
Patrícia Ramos destacou outros problemas que a população enfrenta na área da educação, da saúde, da cultura e com necessidades básicas como o fornecimento de água: “Falta água nas casas. A cidade é abastecida por caminhões pipas, principalmente em regiões mais altas. A imprensa local aponta que essa operação tem um custo de mais de R$ 10 milhões só com o aluguel desses veículos”.
“A mineração consome em seu processo produtivo mais água dos lençóis freáticos e nascentes que toda a população de Mariana, sem pagar um único centavo por isso. Produzem minérios com nossos recursos, garantem os lucros dos bilionários acionistas, enquanto a população sofre com a falta d’água em casa. Isso precisa mudar. Só a candidatura do PSTU pode enfrentar as mineradoras, pois não temos rabo preso com elas. Nessa luta contra as duas candidaturas da burguesia, chamamos a classe trabalhadora, a juventude, o povo pobre de Mariana a cerrar fileira com a gente. Temos uma alternativa socialista e revolucionária. Contra as mineradoras capitalistas, vamos votar no 16 dessa vez”, concluiu Patrícia Ramos.
Candidatos do PSTU participaram do debate da Band TV em Teresina, Curitiba e Uberlândia
O que deveria ser uma regra básica, virou exceção na falsa democracia dos ricos
Geraldo Carvalho, Samuel de Matos e Gilberto Cunha, candidatos a prefeito de Teresina (PI), Curitiba (PR) e Uberlândia (MG), respectivamente, participaram do debate na televisão realizado pelo canal Bandeirantes. Isso que deveria ser a regra, virou uma exceção na falsa democracia dos ricos. Nas outras cidades, as candidaturas do PSTU não foram convidadas a participar. A lei eleitoral não proíbe que os candidatos dos partidos sem a representação mínima de cinco deputados federais participem dos debates, ela obriga que aqueles que tem a representação tenham a presença garantida. O convite à participação de todos os candidatos fica a cargo das emissoras de TV. Tanto é assim, que o PSTU foi convidado pela Band em três cidades.
“A participação do PSTU nos debates é de extrema importância para apresentar às trabalhadoras e trabalhadores uma alternativa socialista e revolucionária nas eleições. É o momento em que podemos fazer a diferenciação política e programática com as candidaturas da burguesia, que irão fazer propostas que não serão cumpridas”, disse Geraldo Carvalho, candidato a prefeito de Teresina, que também participou de debates na TV Meio e na TV Cidade Verde (SBT).
“Excluir o PSTU dos debates é parte do silenciamento que a imprensa burguesa tenta impor ao programa socialista e revolucionário que o partido apresenta nas eleições. Essa prática dos veículos de comunicação se soma às leis eleitorais que são antidemocráticas e nos negam o direito a participar da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV”, completa Geraldo.
O PSTU tem realizado uma campanha de exigência aos veículos de comunicação para garantir o direito democrático à participação nos debates. Soma-se com a gente nessa luta pelo direito de que a população possa conhecer a proposta de todos os candidatos e não apenas de alguns.