Manifesto por uma alternativa socialista, revolucionária e dos trabalhadores no Paraná
Por uma alternativa que se enfrente com os ricos, para garantir uma vida digna ao povo pobre e trabalhador do Paraná e que acabe com a exploração e toda forma de opressão.
Estamos diante de uma situação terrível para o povo trabalhador aqui no Paraná e em todo o país. Mesmo o Paraná sendo o segundo maior produtor de grãos do país e o Brasil sendo um dos maiores produtores de alimentos do mundo, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil e mais da metade da população sofre com algum grau de insegurança alimentar, ou seja, não se alimenta de forma adequada.
No Brasil, milhões de desempregados e subempregados, e no Paraná não é diferente. Apesar do governo Ratinho Junior gastar uma fortuna em publicidade para apresentar um Paraná lindo e maravilhoso, a população pobre e trabalhadora do estado sabe muito bem que essa não é nossa realidade. A verdade é que quando temos a sorte de estar empregados, são empregos precarizados, sem direito a férias, décimo terceiro salário e com salários de fome. A grande verdade é que os mais pobres têm se virado nos trinta para tentar colocar comida na mesa.
O preço dos combustíveis é um absurdo! É inadmissível em um país como o Brasil, onde produzimos petróleo mais do que suficiente para atender as necessidades do povo, que o preço dos combustíveis esteja nas alturas. Bolsonaro a beira das eleições tenta tomar algumas medidas para baixar o preço dos combustíveis e buscar aliviar seu grau de desgaste político, mas sabemos que essas medidas não passam de uma maquiagem eleitoral, porque não acaba com PPI (preço de paridade importação) que é o verdadeiro motivo pelos preços altos. Ou seja, os combustíveis são produzidos em real e vendido em dólar para garantir super lucro aos acionistas que nunca pisaram na empresa. Quem paga a conta é o povo pobre e trabalhador, enquanto Bolsonaro e Ratinho Jr fingem que nada tem a ver com isso.
Como sempre isso atinge em cheio os mais pobres, temos visto neste momento muitas famílias voltarem a usar lenha para cozinhar ou outras formas que geram enorme risco de acidentes. Enquanto isso, os acionistas da Petrobras viram seus lucros, neste ano, aumentarem 1400% em relação a 2021, as custas de uma miséria cada vez maior do povo.
O lucro líquido da Petrobras em 2021 foi de R$ 106,6 bilhões, aqui está o problema. É preciso estatizar a empresa sob o controle dos trabalhadores. Imaginem, só com o lucro da Petrobras de 2021, seria possível quase triplicar o valor dos benefícios proposto por Bolsonaro e garantir combustíveis a preço de produção para o povo. Porém, não é possível resolver os problemas mais básicos do povo pobre e trabalhador sem tirar dos ricos. É preciso um auxílio de verdade, de pelo menos um salário-mínimo a todos os desempregados, estendendo o benefício a todos os 67 milhões que dependiam do Auxílio Emergencial. Mas, para isso é preciso enfrentar os super ricos e não se aliar a eles como faz o PT, que ao invés de denunciar a insuficiência desta PEC, ainda vota junto com Bolsonaro.
A PEC eleitoreira de Bolsonaro, conhecida como PEC do Desespero, prevê gastar R$ 41 bilhões apenas até dezembro, o que é completamente insuficiente para resolver o problema da fome. Mesmo aumentando o auxílio de R$ 400 para R$ 600, não é o suficiente para garantir uma cesta básica que, por exemplo, em março custava R$ 701,59 em Curitiba. O PIX caminhoneiro passa longe de resolver os problemas da categoria.
Junto a isso estamos vendo o aumento da violência contra os setores oprimidos, mulheres, negros e LGBTIs. Só para se ter uma ideia, são registrados mais de 4.600 casos de violência doméstica contra a mulher todos os meses no Paraná. Esses são elementos de uma sociedade cada vez mais degradante, que é incapaz de resolver os problemas mais básicos da humanidade.
A desigualdade social só aumenta!
É mentira que as coisas ficaram ruim para todos. Diante de toda esta situação desastrosa que o povo pobre e trabalhador está enfrentando, atravessada por uma brutal pandemia que matou mais de 600 mil brasileiros e destes mais de 40 mil paranaenses, vimos alguns poucos aumentarem suas fortunas. Em meio a pandemia surgiram 42 novos bilionários no Brasil. No mundo surgiu um novo bilionário a cada 26 horas, muitos deles ligados ao setor farmacêutico. Ou seja, os ricos ficaram ainda mais ricos à custa do sangue e suor dos trabalhadores, pois o que sobrou para os trabalhadores nesta pandemia foram as demissões, cortes nos direitos e mortes!
Toda esta situação é no mínimo revoltante! Como o povo pode viver na miséria diante de todo esse avanço tecnológico? De toda essa capacidade produtiva que temos? Como?
Tudo isso só se explica se entendermos como o sistema capitalista funciona. Hoje, tudo é produzido com o objetivo de gerar lucro, não de melhorar a vida das pessoas. É por isso que temos uma capacidade impressionante de produzir alimentos ao mesmo tempo em que a fome aumenta. Enquanto o que nos sobra é cada vez mais desempregos, trabalhos precarizados, sem direitos, temporários e trabalhos por aplicativos, o número de bilionários aumenta. É assim que se explica que, ao mesmo tempo que pagamos preços absurdos nos combustíveis, os acionistas da Petrobras aumentaram seus lucros em 1400%.
O capitalismo é incapaz de melhorar nossa vida. Na verdade, isso nem é objetivo dele. A grande maioria do povo tem enfrentado péssimas condições de vida para garantir que uma pequena minoria de burgueses, os grandes empresários, banqueiros e latifundiários, continuem lucrando como nunca. Bolsonaro e governadores, assim como Ratinho Jr, são quem gerenciam esse grande balcão de negócios no momento.
É preciso enfrentar os super-ricos e poderosos!
Para que possamos garantir uma vida melhor para o nosso povo, precisamos enfrentar esses ricos e poderosos. Precisamos colocar toda a capacidade de produção que temos a serviço de melhorar a vida do povo e não para enriquecer uma pequena minoria.
Garantir uma produção organizada e planejada. Tomando medidas para preservar e recompor o meio ambiente, pois este sistema não só nos coloca em situações de precariedade como também coloca em risco a própria existência da humanidade, com uma destruição desenfreada para aumentar seus lucros. Uma pesquisa da SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou o desmatamento de áreas de Mata Atlântica em 439 cidades do país, das quais 70 ficam no Paraná. Só para se ter uma ideia, o Paraná se encontra em terceiro na lista dos estados que mais desmatam áreas de Mata Atlântica.
Mas, para isso é preciso que os trabalhadores se organizem, porque os ricos jamais vão abrir mão de seus super lucros e acabar com a exploração de boa vontade. Precisamos nos organizar para tomar em nossas mãos o poder político da sociedade, nos organizando em conselhos populares. Só assim conseguiremos garantir as medidas econômicas e políticas para acabar com todas as injustiças, toda forma de exploração e opressão.
Nossas candidaturas são contra o sistema!
Nestas eleições serão apresentados projetos que pretendem convencer o povo pobre e trabalhador que as coisas estão indo bem e que é preciso se manter assim, aqui no Paraná não será diferente. Ratinho Jr (PSD) e seus aliados, que administram esse balcão de negócios da burguesia paranaense e que gastam milhões em publicidade para tentar esconder a verdadeira realidade dos trabalhadores no Paraná, na verdade têm o projeto de garantir os interesses dos grandes empresários e latifundiários.
Por outro lado, também existem aqueles que dizem que é preciso tornar esse sistema mais humano, que é preciso ter um projeto de desenvolvimento, que é preciso uma aliança com os setores “progressistas” para governar, parte deles, aliás, até ontem chamados de golpistas. É nesta linha, por exemplo, que vai aparecer a candidatura do Requião (PT) aqui no estado e nacionalmente a chapa Lula-Alckmin. Ambos se propõem governar com e para a burguesia, tentando iludir os trabalhadores com o discurso que é possível governar para todos.
Estes partidos tem revezado a administração deste sistema há décadas, sempre prometendo melhorar nossas vidas. Mas vai eleição e vem eleição e a nossa situação é sempre ruim ou menos pior. Precisamos duplicar imediatamente o salário mínimo, rumo ao mínimo do Dieese, garantir emprego para todos através de um plano de obras públicas, respeitando o meio ambiente. Todos os trabalhadores devem ter carteira assinada, férias e 13º salário. Jornada de seis horas diárias de trabalho, sem redução salarial.
Os ricos, uma minoria absoluta, são os donos das grandes empresas. Eles não ficaram ricos trabalhando, mas explorando os trabalhadores. Estão cada vez mais ricos, ganhando fortunas e vivendo no luxo. A fonte da sua riqueza, então, é a exploração da classe trabalhadora. Muitos acham natural que os ricos continuem ricos e sejam donos dessas empresas. Nós não. São os trabalhadores que constroem a riqueza do país, e são eles que devem administrar.
Por isso, queremos estatizar as empresas e expropriar as fortunas dos 315 bilionários que controlam esse país e passá-las ao controle dos trabalhadores. Precisamos expropriar as grandes empresas agropecuárias para a produção de alimentos baratos para a população. Defendemos expropriar os bancos para anular as dívidas dos trabalhadores, dos pequenos comerciantes e para investir nos planos de obras públicas necessários ao Paraná e Brasil. Defendemos a total estatização, sob controle dos trabalhadores, da Petrobras, Copel, Sanepar e reestatizar a Vale do Rio Doce, a CSN e todas as empresas que foram privatizadas, incluindo as empresas de energia e de telefonia.
Não existe forma de “governar para todos”, como propõe Lula ou Requião. Ou se governa com e para a grande burguesia, ou se governa com e para os trabalhadores, como nós propomos.
Para poder fazer isso, é preciso de um governo socialista e dos trabalhadores que, apoiado na mobilização da nossa classe e da maioria do povo, governe com e para os explorados contra o capital. Só atacando os ricos se pode resolver a miséria dos pobres.
É neste sentido que lançamos nacionalmente as pré-candidaturas da companheira Vera à presidência e da indígena Raquel Tremembé para vice. No Paraná não será diferente. Por isso, lançamos as pré-candidaturas de Professor Ivan ao governo do estado e de Phill Natal para vice-governador. Além destes companheiros, também irão compor nossa chapa os pré-candidatos Samuel a Deputado Federal e Professora Samara a Deputado Estadual.
O Brasil precisa de uma revolução socialista e, para isso, serão estes tribunos que irão apresentar a necessidade de avançarmos na organização, na consciência, na luta dos de baixo e na construção de uma alternativa revolucionária. Divulgar esse programa é o objetivo de nossas candidaturas e das demais candidaturas do PSTU e do Polo Socialista Revolucionário no Brasil.