MA: PSTU e Polo Socialista Revolucionário lançam pré-candidaturas em auditório lotado
PSTU-Maranhão
Foi com um sentimento de emoção, indignação e confiança na capacidade de organização da classe trabalhadora que aconteceu o ato de lançamento das pré-candidaturas do PSTU e do Polo Socialista Revolucionário do Maranhão. Cerca de 170 pessoas se fizeram presentes.
O ato contou com a presença da Vera, pré-candidata à Presidência pelo PSTU e pelo Polo Socialista Revolucionário. A mesa foi coordenada pela professora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma) e militante do PSTU, Cláudia Durans, e pelo professor da educação básica e militante da corrente Esquerda Marxista (PSOL), Andrey Rafael.
Na abertura do ato, foi exibido o clipe “Serial Killer” do grupo Gíria Vermelha, que mostra bem como o governo Bolsonaro (PL) utilizou a covid-19 como arma genocida. Na sequência, foi exibido o vídeo em que Kunã Yporã, conhecida também como Raquel Tremembé, e Vera responsabilizam o governo Bolsonaro pelas execuções do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Ao final do vídeo, ecoou o coro de “presente, presente, presente!”, em relação a Bruno, Phillips e muitos outros que tombaram nessas lutas.
Intervenções
Vera fez uma intervenção mostrando de forma simples e didática as contradições do capitalismo, a necessidade de derrotar Bolsonaro e porquê é necessário fazer uma revolução socialista no Brasil.
Logo após, Hertz Dias, pré-candidato a governador do Maranhão, fez um apanhado da situação mundial dos trabalhadores, explicando o porquê da necessidade de construir a Liga Internacional dos Trabalhadores ( LIT) e o papel do PSTU para ajudar a classe trabalhadora a cumprir essa tarefa de se emancipar.
O professor e rapper pontuou elementos da realidade nacional para mostrar que essa realidade é muito mais dura no Maranhão. Hertz demonstrou, também didaticamente, que é justamente a Frente Ampla que pode levar o bolsonarismo a se apropriar do poder no Maranhão, já que são as direções desses partidos, principalmente o PT e PCdoB, mas também uma parte do PSOL, que estão apoiando Carlos Brandão, que até pouco era do partido dos filhos de Bolsonaro, e Weverton Rocha do PDT, cujo vice é o empresário Hélio Soares, filiado ao partido de Bolsonaro, ou seja, ao PL.
Saulo Arcangeli, pré-candidato a senador, apresentou vários dados desta mesma realidade para mostrar que, apesar da vitória política de Flávio Dino sobre a oligarquia Sarney, a base de apoio de Dino são os mesmos grupos econômicos para os quais essa oligarquia governava, inclusive com a presença de uma base aliada sarneysista e bolsonarista . A maior expressão disso é que não houve mudanças expressivas na estrutura social e econômica do estado, inclusive com o aumento das desigualdades e ampliação negativa dos principais indicadores sociais e se transformar no segundo em mortes de lideranças do campo e o primeiro em conflitos.
Depois da fala da Vera, Hertz e Saulo, interviram os pré-candidatos proporcionais como Daniel Pavão, presidente licenciado do Sindicato dos Vigilantes do Maranhão, categoria com expressivo número de participantes no auditório do Sindicato dos bancários.
A pré-candidata Preta Lu, artesã, militante do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, mostrou o significado das filas de navios que se formam na costa marítima de São Luís, demonstrando, a partir dessa constatação, como a riqueza do Maranhão é canalizada para fora, deixando aqui pobreza e miséria.
Já o professor Walter, coordenador do SINPROESEMA de Chapadinha, extremamente emocionado com as palavras de Vera, afirmou que “dizem que o PSTU é pequeno. Mas, não! O PSTU é grande, porque pensa grande!”.
Ativistas
Após a fala dos pré-candidatos, o microfone foi aberto aos ativistas que constroem o Polo Socialista Revolucionário.
Raquel Tremembé fez uma intervenção em solidariedade ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista Dom Phillips, mas lembrando que não devemos naturalizar os mais de 500 anos de genocídio indígena no Brasil e que Bolsonaro é hoje a maior expressão desse crime. Ao término de sua fala, o auditório entoou: “Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não assanha o formigueiro”.
Na sequência, falaram os representantes de movimentos sociais: Dona Máxima, da Reserva Extrativista do Taím; Seu Davi, do Cajueiro; ambas comunidades atacadas pelo governo de Flávio Dino. Outro trabalhador a fazer uso da fala foi o professor James, que compôs o comando de greve dos professores do município de São Luís.
Luanda, do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano, encerrou a sequência de falas afirmando que as nossas pré-candidaturas expressam também a luta que nossos ancestrais travaram por liberdade.
Encerramento
Ao final, o ato foi coroado pela belíssima apresentação da ativista negra e cantora afro, Gisele Padilha, que não deixou a peteca cair. Já era quase 22h e o auditório continuava cheio.
O PSTU e o Polo Socialista Revolucionário agradecem a cada um dos presentes, e fazemos um chamamento a cada um de vocês a se incorporar a essa campanha, que não será fácil, mas tudo indica que será extremamente necessária e vitoriosa.