Ivete Egas, presente: hoje e sempre!
É com profundo pesar que comunicamos o falecimento da camarada Ivete Egas.
Ivete era pedagoga, funcionária da Secretaria de Educação do Amazonas, profissão que se dedicou com competência e muita dedicação. Mas o que definia a Ivete era seu caráter, seu espírito livre, sua firmeza moral, sua irreverência, seu humor ácido e sua autenticidade. Uma mulher integra, forte, destemida, temperada pelas vicissitudes da vida, mas também uma pessoa afetuosa, solidária e sempre pronta a ir à luta.
Do ponto de vista político, Ivete foi uma das mais aguerridas militantes de sua geração. Militou no movimento estudantil universitário e depois na sua categoria profissional, onde liderou várias greves por salário e condições de trabalho. Se destacando na construção de uma Oposição Sindical, em torno do Luta Educador, movimento político que ajudou a fundar sob a bandeira da CSP–Conlutas.
Mas seu envolvimento não se limitou à atuação sindical, sabia que a libertação da classe trabalhadora dependia de um esforço muito mais amplo. Por isso, ingressou desde cedo no PSTU. Partido que abraçou no maior tempo de sua trajetória e fez dele sua trincheira política para sua militância nas lutas cotidianas. Sob essa bandeira imprimiu um caráter proletário e internacionalista nas suas intervenções. Ao mesmo tempo, assumiu tarefas muito mais ousadas, inclusive no campo eleitoral, como candidata a deputada estadual, ao senado, a vice-governadora.
Mas sua trajetória acabou sendo interrompida de forma intempestiva por um acontecimento alheio à sua vontade. No retorno de um Congresso da CSP–Conlutas, realizado em 2015, em Sumaré, Ivete, já em Campinas (SP), sofreu um acidente vascular cerebral grave e precisou ser operada. Mesmo com todos os cuidados médicos que recebeu, às sequelas daquele acidente não permitiram que a companheira recuperasse sua capacidade física. E por isso se afastou totalmente de todas as atividades, inclusive às atividades políticas – ou seja, teve que se afastar de tudo que tinha abraçado politicamente.
A partida da camarada Ivete deixa um vácuo imenso na nossa existência. Mas nos deixa também um forte exemplo de alguém que foi fiel a uma causa e aos seus propósitos até quando foi possível.
O melhor que podemos fazer nesse momento – em homenagem a essa mulher negra, socialista e revolucionária – é continuar a luta contra todas as formas de exploração e todas as formas de opressão.
Deixamos aqui o nosso mais absoluto pesar aos amigos e familiares da camarada Ivete. E conclamamos a plenos pulmões:
Ivete Egas, presente!!!