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Indígenas do povo Pataxó-hã-hã-hãe foram baleados no Sul da Bahia

O cacique Nailton foi atingido e sua irmã, Nega Pataxó, foi assassinada, informa a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib)

Redação

21 de janeiro de 2024
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Ruralistas da região cercaram a área com dezenas de caminhonetes, enquanto a polícia atirava contra os indígenas

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informa que na tarde deste domingo, 21/01, três lideranças indígenas do povo Pataxó-hã-hã-hãe foram baleadas, durante um conflito com a Polícia Militar (PM) e fazendeiros do grupo autointitulado “Invasão Zero”, na retomada do território Caramuru, município de Potiraguá, no extremo sul da Bahia.

O cacique Nailton foi atingido e sua irmã, Nega Pataxó, foi assassinada. Duas pessoas foram espancadas e uma mulher teve o braço quebrado. Outros feridos foram hospitalizados, mas não correm risco de vida.

Ruralistas da região cercaram a área com dezenas de caminhonetes, enquanto a polícia atirava contra os indígenas. Eles se mobilizaram através de um chamado de WhatsApp, que convocava os fazendeiros e comerciantes para realizar a reintegração de posse da fazenda com as próprias mãos. Dois fazendeiros foram presos por porte ilegal de arma. Um vídeo mostra os feridos no chão, ainda sem socorro, sendo cercados pelo grupo de ruralistas, que comemoravam a violência.


A retomada da fazenda de seu Américo, no território Caramuru, iniciou na madrugada deste sábado, 20/01. A região enfrenta os desmandos de fazendeiros invasores que se dizem proprietários das terras tradicionais e acusam o povo de ser “falso índio”. A aprovação do marco temporal acentua a intransigência dos invasores, que se sentem autorizados a praticar todo tipo de violência contra as pessoas.

Exigimos uma apuração imediata do caso e punição aos assassinos. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) tem qye expulsar da PM todos os policiais envolvidos e prendê-los, juntos com os fazendeiros assassinos.

O governo Lula tem que sair do campo do discurso e tomar ações concretas pela demarcação de todas as terras indígenas, para por fim a essa escalada de violência que atinge os povos da região sul da Bahia e de outras regiões do Brasil.