Guerra, golpe e catástrofe ambiental: o capitalismo nos levará à barbárie
Ainda nos primeiros dois meses de 2024, já vemos dados e fatos que mostram como o capitalismo está levando a humanidade à barbárie econômica, social, política e ambiental.
Este tem sido um dos verões mais quentes de toda a História do Brasil. Com uma mistura de calor extremo em algumas áreas, fortes chuvas, inundações e todo tipo de desastre ambiental. O aumento das tragédias e as bruscas mudanças do padrão climático e ambiental já são frutos do aquecimento global, causado pela alta emissão de carbono na atmosfera, promovido pelo modo de produção capitalista.
Novos estudos vêm revelando que o planeta se aproxima rapidamente de um ponto que não terá mais volta, ameaçando concretamente a própria vida humana.
Os desastres naturais não são naturais, mas sociais, dado que são frutos da ação humana e esta é organizada em algum tipo de sociedade, sendo, no momento histórico atual, o sistema capitalista. Com isso, conseguimos entender as dificuldades que a humanidade está tendo para reduzir as emissões de carbono. O problema é que a forma como o sistema capitalista funciona, com base no poder dos grandes monopólios, que devastam a terra para ter lucros e enriquecer os bilionários, é uma trava e impede que ocorram as mudanças na velocidade que seria necessária para diminuir o aquecimento global.
Para além do meio ambiente, a catástrofe social
O capitalismo vem promovendo outra catástrofe diretamente social. Estamos falando dos bilhões de pessoas condenadas à fome, à miséria, ao desemprego, aos baixos salários, a trabalhos precários e todo tipo de dificuldades para ter uma vida digna. Os dados reunidos e divulgados pela Oxfam sobre a desigualdade social no planeta são demonstrações de que a responsabilidade pela crise social que existe no mundo, hoje, é do próprio capitalismo e do modo como ele funciona.
Estamos falando do aumento da concentração e centralização de capitais e riquezas na mão de cada vez menos empresas e menos países, todos estes cada vez mais ricos. Isso se reflete, também, em uma desigualdade interna nos países. No Brasil, por exemplo, com a disparidade entre os lucros que vão para poucos e os salários que vão para muitos, a situação sempre piora em detrimento do trabalhador.
Mesmo os programas de investimentos, anunciados por Lula para reindustrializar o país, não se chocam contra o domínio das multinacionais e da burguesia na economia brasileira. Enquanto não enfrentarmos os bilionários capitalistas, que controlam as riquezas do país, não teremos nem desenvolvimento nem melhorias das condições de vida dos trabalhadores e trabalhadoras. E, ainda, sequer derrotaremos a ultradireita bolsonarista que se alimenta desse sistema.
E, assim, seguiremos aprofundando os índices de desigualdade social, mesmo que possamos ver algum parco investimento aqui ou ali. Se não mudar o sistema, mesmo mais investimentos, ao contrário de se traduzirem em um desenvolvimento real do país, significarão mais dominação imperialista, mais submissão aos interesses burgueses e mais exploração e opressão para os trabalhadores e o povo pobre.
Genocídio na Palestina: a podridão do capitalismo a céu aberto
O capitalismo mundial vem demonstrando cada vez mais ser um sistema podre. Talvez o maior exemplo disso sejam as guerras que voltam a ganhar peso e relevância nesse momento de maior crise e decadência deste sistema.
O que está ocorrendo, hoje, na Palestina é um genocídio promovido pelo Estado fascista de Israel. Esse país só existe porque tomou as terras dos palestinos, expulsando-os de suas casas, destruindo suas cidades, massacrando e assassinando milhões de jovens, mulheres e crianças, o que pode ser configurado como uma limpeza étnica. Denunciar a ideologia sionista, que alimenta isso, não tem nada a ver com ser antissemita.
Dizer que o que se passa na Faixa de Gaza é um genocídio comparável ao holocausto dos nazistas é dizer a verdade. O problema da fala do Lula é que o povo palestino precisa de muito mais neste momento. Afinal, há um genocídio em curso. E não se pode ser conivente com um país ou governo genocida. É preciso exigir que o governo Lula rompa as relações diplomáticas, econômicas, militares e políticas com Israel.
Os bolsonaristas se colam na defesa de Israel. Misturam religião e política e se aproveitam da fé do povo para defender um genocídio e um governo de ultradireita. Esses deputados bolsonaristas chegam ao ridículo de propor o impeachment de Lula, por conta de ter chamado o genocídio promovido por Israel de genocídio.
Mas, é curioso que 20 deputados que assinaram o pedido de impeachment são da própria base aliada do governo. O que demonstra como não podemos confiar neste governo, afinal ele é composto por setores do Centrão, por ex-bolsonaristas e por grande parte da burguesia brasileira, além de apoiado pelo imperialismo mundial.
É preciso independência de classe para lutar contra a crise do sistema e as ameaças da ultradireita
Enquanto isso, foi revelado, aqui no Brasil, que não só se aventou a possibilidade de um golpe no país em janeiro de 2023, como de fato tentaram. E quando viram que não tinham força suficiente, tentaram causar uma confusão para criar as possibilidades para o golpe. As revelações da operação da Policia Federal demonstram que uma parte importante da cúpula militar é golpista e outra parte foi conivente, ao saber da trama e deixar correr solto.
O governo Lula, infelizmente, não vem tomando nenhuma atitude para punir os militares golpistas. Na verdade, vem fazendo acordões, acenos e tentando conciliar com os golpistas, confiando apenas na Justiça para enfrentar a ultradireita.
Isto tudo demonstra a importância de construir uma oposição de esquerda ao governo Lula. Não só porque, para enfrentar Israel até o fim, é preciso ter essa independência em relação ao governo Lula. Mas, também, para enfrentar a própria ultradireita bolsonarista. É preciso chamar os trabalhadores e trabalhadoras a lutar. É preciso enfrentar os golpistas, a burguesia e o sistema capitalista que promove isso tudo.
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