Greve nas IFES: Governo segue enrolando, mas mobilizações aumentam
Ao final do mês de abril, após mais de um mês de greve de Técnicos Administrativos na Educação (TAES), de quase duas semanas de greve de docentes nas Instituições Federais de Ensino (IFES), de diversas mobilizações nos estados e uma jornada de lutas em Brasília, o governo apresentou propostas que, de fato, não contemplam as pautas apresentadas, mas confirmam a importância das greves e das lutas.
Por um lado, está mantida a proposta de reajuste zero nos salários em 2024 e imposição de um reajuste apenas nos benefícios (auxílio alimentação, auxílio creche e contrapartida nos planos de saúde), excluindo os aposentados de qualquer reposição de perdas. Além disso, não foi apresentada nenhuma proposta concreta que ponha fim às distorções nas carreiras, e o governo não se comprometeu a revogar diversas medidas autoritárias do governo Bolsonaro. Por outro lado, a última contraproposta apresentada no dia 19 de abril, de zero reajuste em 2024, e de reajustes apenas em 2025 e 2026, que não repõem as perdas, foi rejeitada pelas categorias representadas pela Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), pelo Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e pelo ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
O mês de maio vai começar com greves de TAES em mais de 60 de universidades, e de docentes da base do sindicato nacional de docentes do ensino superior em mais de 40 IFES, entre universidades, institutos federais e Cefets. Apesar de alguns dirigentes sindicais recomendarem assinatura de acordos rebaixados, como uma forma mal disfarçada de tentarem acabar com as greves e pouparem o governo de desgastes políticos, as mobilizações estão em ascenso, numa luta para que o governo recue em sua posição de não garantir mais verbas e salários dignos nas universidades públicas, ao mesmo tempo em que segue privilegiando os setores rentistas e ligados ao chamado agronegócio.
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