Governador Tarcísio de Freitas privatiza escolas e reprime manifestantes que lutam em defesa da Educação pública
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está avançando com o seu projeto de privatização dos serviços públicos. Dessa vez, quem entrou na mira foi a Educação. 31 escolas, da capital e do interior, foram vendidas na Bolsa de Valores como uma mercadoria qualquer.
O primeiro lote, com 17 unidades de ensino, foi arrematado pelo consórcio Novas Escolas Oeste SP, formado pelo fundo de investimentos TRX e pela Engeform, empresa sócia da Consolare, que administra cemitérios na capital paulista. Mesmo sem experiência no ramo, o consórcio receberá, a cada mês, quase R$ 12 milhões dos cofres públicos, para realizar a manutenção das escolas, a limpeza, a segurança e a alimentação, por 25 anos.
O segundo lote foi arrematado pelo consórcio SP+ Escolas, liderado pela empresa Agrimat, que irá construir e fazer a gestão de 16 escolas no interior do estado, também por 25 anos. O governo vai pagar R$12 milhões mensais para a empresa construir e administrar as escolas localizadas nas cidades de Aguaí, Arujá, Atibaia, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Guarulhos, Itapetininga, Leme, Limeira, Peruíbe, Salto de Pirapora, São João da Boa Vista, São José dos Campos, Sorocaba e Suzano.
Repressão
“Tarcísio avança nas privatizações apoiado na lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs), criada por Lula, lá em 2004. Assim como, nas regras do Novo Ensino Médio, que Lula não revogou. A privatização das escolas em São Paulo foi financiada pelo BNDES, que é de responsabilidade do governo federal. É dinheiro público sendo transferido a grupos privados. Dinheiro que deveria ser investido pela melhorar a Educação, mas o que ocorre são constantes cortes no orçamento da Educação”, diz a Professora Flavia, coordenadora da Apeosp – Subsede Lapa e militante do PSTU.
Para tentar conter a revolta contra o projeto, o governador bolsonarista utilizou a Força Tática da Polícia Militar para reprimir duramente estudantes e professores que protestavam em frente à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa/B3), no centro da capital paulista.
“O governo cercou as imediações da Bovespa. Quando tentamos nos aproximar do local, a polícia respondeu com o uso de bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete. Mas seguimos com o protesto, na linha de frente com os estudantes”, relata a Professora Flávia.
Seguir a luta!
O plano do governador de São Paulo é privatizar a administração de mais 143 escolas do estado. Professores, estudantes, trabalhadores da Educação, especialistas e movimentos sociais alertam que essa política trata a Educação como mera “mercadoria” e transforma as escolas públicas em “empresas”.
“É preciso seguir a luta, com a mobilização independente da classe trabalhadora, para enfrentar esses graves ataques à Educação pública e aos demais serviços públicos. Temos que cobrar do governo Lula que não haja qualquer financiamento do BNDES para a privatização. Assim como que revogue o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), além de exigir o fim da lei das PPPs, que permitem aberrações como essa que Tarcísio e outros governos estão implementando”, finaliza a Professora Flávia.
Leia também
Trabalhadores da educação municipal do Rio de Janeiro aprovam greve por tempo indeterminado