Governador Elmano Freitas (PT) quer liberar pulverização aérea de agrotóxicos no Ceará
PSTU repudia e chama os movimentos sociais a ir à luta para barrar essa proposta absurda
Reginaldo Ferreira de Araújo, militante do PSTU-CE, ativista da CSP-Conlutas e do Movimento 21
Em reunião com latifundiários, representantes do agronegócio cearense, o governador Elmano de Freitas (PT) disse que vai liberar a pulverização aérea de agrotóxicos por drones para fins agrícolas. O Ceará é o único estado do país a ter uma legislação – Lei Zé Maria do Tomé (16.820/2019) – que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos. O governador petista, quando deputado, foi coautor da lei, que teve legalidade reconhecida e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como parte de uma luta em defesa da saúde e do meio ambiente.
Essa é uma lei que serve de exemplo e deveria ser implementada em todo o Brasil. Contudo, fomos surpreendidos com a fala do governador Elmano de Freitas, em reunião com grandes produtores e latifundiários do estado, que irá encaminhar até o final do mês uma lei que autoriza os drones a jogar veneno no povo cearense.
É uma vergonha um governador, que tem no seu histórico de vida ter sido assessor jurídico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), foi coautor da Leia Zé Maria do Tomé, e agora faz o jogo do agronegócio e dos latifundiários.
O PSTU repudia veementemente essa proposta absurda de Elmano de Freitas. Vários movimentos sociais, a exemplo do MST, do Fórum Cearense pela Vida no Semiárido (FCVSA/ASA-CE) e a Articulação Cearense de Agroecologia (ARCA Agroecológica), também já emitiram nota em repúdio à proposta de liberação da pulverização aérea de agrotóxicos por drones no estado do Ceará para fins agrícolas.
Chamamos a todos os movimentos contrários a essa proposta absurda do governador cearense a organizar uma agenda lutas para barrar essa proposta que coloca em risco a vida do povo cearense.
Também fazemos o chamado para que os movimentos sociais rompam suas relações políticas com o governo de Elmano de Freitas, que é inimigo dos trabalhadores e aliado do agronegócio e dos latifundiários.
Temos que ir à luta com a mais ampla unidade dos movimentos sociais, mas com independência de classe frente a governos e patrões. Mobilizar para barrar essa proposta que favorece o agronegócio. Queremos nossos alimentos livres de veneno, e nenhuma morte causada por intoxicação de agrotóxicos em nosso Estado. O lucro não pode estar acima da vida!
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