Declarações

Fortaleza-CE: Para derrotar André Fernandes e o bolsonarismo, PSTU chama voto crítico em Evandro Leitão

PSTU Ceará

12 de outubro de 2024
star5 (7 avaliações)
(Foto: reprodução/Instagram)

O primeiro turno das eleições municipais se encerrou com André e Evandro passando ao segundo turno, após uma eleição acirrada e marcada por baixarias. O PSTU tem orgulho de ter apresentado uma chapa encabeçada por Zé Batista e Malu, que defendeu uma alternativa socialista e revolucionária, enfrentando a extrema direita e, ao mesmo tempo, se posicionando como oposição de esquerda e socialista ao governo Lula e ao governo Elmano, mesmo em um processo completamente desigual que mantém no poder aqueles que governam para os capitalistas.

Agora, no segundo turno, quando não poderemos apresentar uma candidatura independente, defendemos o voto crítico em Evandro. Fazemos isso não porque concordamos com o projeto de defesa dos bilionários capitalistas de Evandro Leitão, mas porque entendemos o desejo de milhões de trabalhadores e jovens que esperam que o bolsonarismo seja derrotado eleitoralmente. Contudo, não deixaremos de denunciar e nos opor ao projeto de conciliação de classes, à “Frente Ampla” defendida por Evandro, pelo PT e seus aliados.

Em Fortaleza, neste segundo turno, há a possibilidade de um representante da ultradireita ser eleito. André Fernandes (PL) defende um projeto ultraliberal contra o povo trabalhador. Ele é um dos principais articuladores do bolsonarismo no Nordeste, tendo o ex-presidente participado diretamente de sua atual campanha. Filho de um pastor da igreja evangélica, já foi acusado de utilizar a estrutura da igreja para fazer campanha e foi condenado por atos machistas contra jornalistas. Afirma ser antissistema, mas, como ex-youtuber de vídeos preconceituosos, sobrevive desde os 20 anos como deputado, primeiro estadual e agora federal, beneficiando-se do sistema e da estrutura parlamentar. Inclusive, possui diversos processos pelo financiamento dos atos golpistas de janeiro de 2023.

Votamos criticamente em Evandro Leitão, sem ilusões sobre sua candidatura ou um eventual governo. Desde já, anunciamos que seremos oposição de esquerda a um possível governo seu. Os trabalhadores devem se mobilizar para garantir suas reivindicações por melhores condições de vida. Pois sabemos que Evandro não irá atender dado seu compromisso com setores dos bilionários capitalistas. O programa de Evandro e os compromissos firmados durante toda a sua campanha foram com os capitalistas, com o governo Lula, com o governo Elmano e com vários partidos e figuras da direita. Precisamos lembrar que, até outro dia, Evandro era do PDT, que governa a prefeitura de Fortaleza e é também responsável por todas as mazelas que este governo aplicou na cidade. Exemplos incluem a Taxa do Lixo, a reforma da Previdência, que atacou violentamente o funcionalismo público, e um nítido favorecimento às áreas mais ricas da cidade em detrimento da periferia.

Evandro, além de aliado de Lula, terá como modelo o modo petista de governar. Lula, como presidente, governa em aliança com o Centrão, mantendo ataques como as reformas da Previdência e, só em 2024, já cortou bilhões da saúde e da educação, além de, recentemente, ter cortado os benefícios conhecidos como BPCs de 670 mil idosos e pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza. No Ceará, o PT governa o estado, primeiro com Camilo e agora com Elmano, priorizando os ricos em detrimento dos setores mais explorados. Um exemplo disso foi a taxação dos aposentados em 14% e a reforma da Previdência, realizada na véspera do fim do ano e em regime de urgência, para evitar protestos populares. Em relação à saúde e à educação, fortaleceu as parcerias público-privadas, permitindo as privatizações disfarçadas nesses setores.

O projeto que Evandro apresentou para a eleição municipal deste ano assume a mesma lógica de Lula: continuar governando para os capitalistas, entregando migalhas ao povo trabalhador. Por isso, o nosso voto é crítico. Mantemos firme nosso compromisso com o nosso programa apresentado no primeiro turno. Portanto, o voto crítico no 13, neste segundo turno, não significa apoio ao seu programa ou ao seu futuro governo. Continuaremos na trincheira dos trabalhadores, lutando contra os ataques do governo e reafirmamos nossa posição de oposição de esquerda a qualquer governo, seja o ultraliberalismo bolsonarista de André ou a conciliação de classes da “Frente Ampla” defendida por Evandro.