Lutas

Fortaleza (CE): Depois do golpe na eleição do sindicato, Resistência (PSOL) e PCB promovem assembleia sem democracia

No sindicato da construção civil de fortaleza métodos antidemocráticos tem sido a prática da atual diretoria nas assembleias da campanha salarial

Roberto Aguiar, da redação

30 de maio de 2024
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A categoria está no meio da campanha salarial, mas a direção do sindicato segue com os métodos antidemocrático, impedindo o debate e a participação da base.

“Na última assembleia, o microfone não foi aberto aos trabalhadores. Só a diretoria falou. Além de negar a palavra a nós da oposição, nos atacaram, tentaram jogar a categoria contra nós, tentaram nos colocar para fora do espaço que deveria ser o mais amplo e democrático possível, já que deveria armar a luta contra os patrões”, pontua Zé Batista.

“Mas ao contrário disso, foi um espaço burocratizado, pois não querem ir à greve, por isso, não deixaram a base falar. Os operários querem melhorar a proposta enviada pela patronal, eles não aceitam. A base que incorporar a luta pelo vale-combustível e ir à greve, mas direção burocrática quer aceitar a proposta rebaixada dos patrões”, denuncia o integrante da oposição.

Zé Batista destaca que a categoria questiona hoje os métodos burocráticos da atual direção, que é chamada de golpista nos canteiros de obras. Na última assembleia, a oposição resolveu se retirar, mais da metade dos presentes saíram juntos.

“Não podíamos ser parte do circo instalado pela direção burocrática do sindicato. Não podíamos aceitar as ameaças feitas a nós. Somos defensores de assembleias democráticas, que sirvam para organizar a luta contra os patrões, como sempre foi na história do nosso sindicato, história que hoje é rasgada e jogada na lata do lixo pela atual diretoria”, denuncia Zé Batista.

“Mas a luta segue junto com a base, nos canteiros de obras. Vai ser na unidade com a categoria, organizando a luta por baixo, em cada canteiro de obras que vamos organizar à greve e fazer valer a vontade da categoria. Seguiremos com a base, na luta”, finalizou.

Impugnação da chapa da oposição foi um golpe na eleição

Neste mês, aconteceu a eleição para a escolha da nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza. O que era para ser uma eleição democrática, prática historicamente presente na entidade, foi um show de falta de democracia e de usos de métodos burocráticos. A atual direção, composta por militantes da Resistência (PSOL) e PCB, impugnou a chapa da oposição, formada por militantes do PSTU e independentes, ligada à CSP-Conlutas.

Desde o início do processo eleitoral, manobras e métodos burocráticos foram aplicados pela diretoria atual, sempre buscando impedir que a categoria decidisse democraticamente escolher a nova diretoria do sindicato. O objetivo sempre foi impugnar a chapa da oposição, pois tinham medo de enfrentar a chapa “Oposição – Juntos & Misturados”.

Até conluio com administradores das empresas a atual gestão realizou para perseguir, demitir e impedir a filiação dos membros da chapa da oposição. Temos provas disso e estão anexadas ao processo que questiona a legitimidade da eleição. A justiça, inclusive, mandou inscrever a oposição, mas, através de uma manobra na comissão eleitoral, onde a atual gestão tinha a quase totalidade dos membros (tinha somente um membro da oposição), não reconheceram a Chapa 2.

“Esses métodos burocráticos precisam ser abolidos do movimento sindical. Isso nunca fez parte da história de luta e de democracia do nosso sindicato. Isso macha a história do nosso sindicato e desmoraliza o movimento dos trabalhadores”, afirma Zé Batista, integrante da chapa da oposição.

“Nós agradecemos o apoio e a solidariedade que estamos recebendo da base da categoria, que não aceita essas manobras e esses métodos burocráticos da atual gestão”, completa.