Eva Ganc, presente!
No dia 8 de dezembro de 2021, Eva Ganc foi acometida por um infarto, vindo a óbito. Infelizmente, sua passagem não foi socializada. Os militantes ao perceberem seu silêncio foram procurá-la, assim sabendo do ocorrido. Eva, de origem judia, professora e jornalista, filiada ao PSTU, ex-militante orgânica do partido por questões de saúde, feminista do Movimento Mulheres em Luta (MML), colaboradora do Quilombo Raça e Classe (QRC). Participante assídua da CSP CONLUTAS – Central Sindical e Popular, desde a sua fundação, sempre participou de grandes debates sobre a conjuntura, sobre as opressões e exploração. Nos últimos anos, anos militava no Coletivo de Artistas Socialistas (CAS), contribuindo nos debates sobre cultura e era um ferrenha defensora do Manifesto de Fundação da Federação Internacional da Arte Revolucionária (FIARI), escrito por Breton e Trotsky. Eva foi sempre guerreira e revolucionária!
Ela era também uma pessoa muito sensível às artes. Produziu muitos quadros de pinturas, muitos doados aos movimentos. Antenada com tudo, uma pesquisadora, sempre com a preocupação de aprofundar a condição das mulheres trabalhadoras no mundo, como internacionalista e poliglota que era.
Sua trajetória vem de longe, desde a época da ditadura dos anos de chumbo, onde contribuiu com folhetins e jornais feministas na Baixada Fluminense. Trabalhou na antiga Tribuna como revisora e jornalista de bairro, foi cofundadora do Movimento Unificado de Bairros (MUB) de Nova Iguaçu. Ela e seu companheiro, que era integrante do PCB, foram duramente perseguidos pela ditadura militar, refugiaram-se na Baixada Fluminense por muitos anos. Nos anos 90, militando nos movimentos sociais, fez parte da Frente Única Revolucionária (FUR), militou no MTL, corrente política que ajudou a fundar o PSOL. Ingressou ao PSTU em 2008.
Eva contribuiu com a luta popular, com movimentos feministas e de artistas alternativos. Nos círculos de debates da esquerda, ela era uma militante popular, muito querida entre a esquerda revolucionária e sempre dedicou sua vida à defesa e à luta da causa da esquerda socialista revolucionária.
Eva Ganc, presente, hoje e sempre!