Estudantes encerram acampamento na USP e seguem mobilizados em apoio à Palestina
Foi aprovado um calendário de mobilização e retomada do acampamento no próximo dia 22
Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) encerraram na noite desta quinta-feira, 9, o acampamento em apoio à Palestina. Na noite da última terça-feira (7), o vão do prédio de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) foi ocupado por barracas, somando-se ao movimento que vem ocorrendo em diversas universidades pelo mundo. A iniciativa partiu de 40 organizações estudantis, que integram o Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP).
A exigência principal é que a USP rompa os convênios com universidades e organizações israelenses, como a “Israel Corner”, que ajudam a desenvolver a tecnologia de guerra usada contra o povo palestino. O Centro Acadêmico do Curso de Letras (CAELL-USP) lançou um abaixo-assinado, que foi incorporado pelo ESPP, exigindo que a instituição, as demais universidades do país e o governo brasileiro rompam relações com o Estado de Israel.
“O acampamento foi uma ação importante, trouxemos para dentro da USP o debate e a luta contra o genocídio imposto em Gaza por Israel, fazendo essa discussão ecoar para além dos muros da universidade, ganhando destaque na mídia e nos somando a uma ação que acontece em universidades de diversos países”, pontua Mandi Coelho, coordenadora do CAELL-USP e ativista do Coletivo Rebeldia.
“Encerramos o acampamento, mas seguiremos mobilizados. Aprovamos um calendário de lutas para pressionar a USP a romper os convênios com as universidades israelenses. Não podemos ser cúmplices do genocídio realizado em Gaza”, completa a coordenadora do CAELL.
Entre as ações aprovadas pelos estudantes está um novo acampamento a ser realizado a partir do próximo dia 22. O objetivo é pressionar a Congregação da FFLCH, instância máxima da Faculdade, a votar o fim dos convênios. A próxima reunião ordinária da Congregação da FFLCH está marcada para o dia 23. Os representantes discentes protocolaram um oficio solicitando a inclusão dos convênios com as universidades e instituições israelenses na pauta da reunião.
“De acordo com o Estatuto, nós temos o direito de pedir a inclusão de pautas na reunião da Congregação, e assim fizemos. Somos os representantes estudantis eleitos pela comunidade, através do voto. Cobramos que a direção da FFLCH respeite o Estatuto e inclua o tema na pauta”, ressalta Mandi Coelho, que também é representante estudantil na Congregação da FFLCH.
Calendário de lutas
Os estudantes aprovaram o seguinte calendário de lutas e ações
– Organizar um plebiscito com a comunidade universitária sobre o rompimento geral das relações acadêmicas da USP com Israel;
– Construir o ato do dia 15, data que marca o início da Nakba palestina;
– Retomar o acampamento no dia 22, visando pressionar a Congregação da FFLCH;
– Realizar no dia 22 uma feira palestina junto da comunidade árabe;
– Seguir e ampliar a campanha com o abaixo-assinado.