Editora Sundermann chega aos 20 anos com mais de 140 títulos publicados
Jorge Breogan e Luciana Candido, do Conselho Editorial da Sundermann
Em 2023, a Editora Sundermann comemora vinte anos. Comemoramos nosso projeto político-editorial pautado no combate cotidiano aos stalinistas, falsificadores da história da luta da classe trabalhadora.
Ao longo dessas duas décadas, a editora se consolidou como uma das mais longeva no mundo dentro de seu perfil trotskista. É a editora que mais publica as obras do revolucionário argentino Nahuel Moreno e do revolucionário russo León Trotsky em língua portuguesa.
São mais de quinze títulos de Trotsky já publicados, e os leitores podem aguardar novidades deste autor no próximo período. Aonde vai à Inglaterra?, inédito em português, está sendo editado e deve ser lançado em 2024. Além disso, ainda este ano, a editora vai relançar Stálin, o grande organizador de derrotas, A revolução traída, Teoria da revolução permanente e Em defesa do marxismo.
O papel estratégico da editora no partido revolucionário
A prática política é inseparável da teoria revolucionária. O partido revolucionário não é um grupo de intelectuais que se debruça de forma abstrata sobre a teoria marxista, mas também não é um mero agrupamento de pessoas que lutam com bravura pelas conquistas econômicas e imediatas da classe trabalhadora e da população explorada. É sobretudo um instrumento de luta pelo poder.
Não se pode vencer o inimigo sem o conhecer, ou seja, não se pode lutar contra a burguesia sem saber, a fundo, como ela exerce seu poder econômico e político, tarefa para a qual o marxismo se mostrou o instrumento mais capaz até hoje.
A burguesia se organiza em nível mundial e sobrevive graças às forças armadas dos países que controla e de governos subservientes dos países periféricos do capitalismo.
A toda essa força, devemos opor uma organização internacional, um exército de revolucionários munidos das ferramentas necessárias, que vá para a ação disposto a disputar corações e mentes das massas trabalhadoras. Uma dessas ferramentas é, sem dúvida, a teoria, que nos permite entender a realidade em que atuamos e suas contradições.
Entendemos que o papel da editora não se resume a publicar e vender livros. Nossa linha editorial é uma arma ideológica para disputarmos a consciência das massas, elevarmos nosso nível teórico e político e, assim, fortalecer o partido.
No dia a dia, precisamos cada vez mais nos dedicarmos às leituras teóricas, pois escutar com atenção debates, falas políticas e discussões acaloradas sem entender as polêmicas faz com que as dúvidas passem despercebidas, e os questionamentos teóricos fiquem para depois.
Diariamente somos bombardeados com a ideologia burguesa e reformista. Sofremos ataques políticos e às vezes os entendemos de maneira superficial. Ao não nos dedicarmos à leitura teórica e ao estudo diário, colocamos em risco o próprio marxismo, que sofre com o revisionismo e com distorções teóricas para justificar grandes traições à classe trabalhadora.
Ao nos fortalecermos no plano teórico, nos fortalecemos como militantes, melhoramos nossa agitação e nossa propaganda e avançamos rumo à solidificação do programa revolucionário. Nossos objetivos vão além de melhorias nas universidades e na relação trabalhador-patrão. Almejamos uma transformação econômica e social.
Vamos celebrar!
Para marcar nossos vinte anos, estamos lançando a coleção Havia alternativa ao Stalinismo?, do historiador e sociólogo marxista russo Vadím Rogóvin. Trata-se de uma obra rara, composta de sete tomos, inédita em língua portuguesa. Foi traduzida do original russo e é um dos mais completos estudos sobre a URSS.
Nesta obra, o autor se debruçou principalmente sobre os arquivos secretos da ex-URSS, abertos a partir da década de 1980: documentos estenografados de reuniões, congressos e conferências, material da imprensa e até correspondência pessoal, além do Boletim da Oposição, publicado de forma clandestina no exterior entre 1929 e 1941.
No campo do combate às opressões, acabamos de lançar O marxismo e as opressões – Teses sobre opressões (LIT-QI), organizado pela jornalista responsável do Opinião Socialista, Mariúcha Fontana. Sobre a luta das mulheres trabalhadoras, vamos lançar em agosto Feita por elas, narrada por elas: a greve das operárias terceirizadas da LG, de Ana Paula Santana Souza e Érika Andreassy.
No terreno da luta de classes internacional, publicamos o livro Hong Kong em revolta: a batalha nas ruas e o futuro da China, de Au Loong-Yu, ativista e autor marxista hongkonense, exilado no Reino Unido.
Na literatura, lançamos o livro Çem Poesias, de Tadeu Melo, com o qual estamos concorrendo ao Prêmio Jabuti de 2023.
Novo Portal
Sundermann mais fácil para você!
Em junho, foi ao ar o novo site da editora, mais funcional e moderno, para atender às necessidades de nossos leitores. Com ele, lançamos o novo selo em comemoração aos 20 anos.
Além disso, finalmente a Sundermann está entrando de vez no mundo dos e-books. Em breve você poderá ter nossos títulos no seu dispositivo de leitura.