Curitiba (PR): Entre Cristina e Pimentel, é voto nulo!
No primeiro turno apresentamos, por meio da candidatura de nosso camarada Samuel de Mattos, uma alternativa para a classe trabalhadora. Frente à uma Curitiba com ônibus entupidos, empregos precários, sem direitos e um abandono geral de tudo à mais de 5km do Centro, apresentamos um programa para atender as necessidades de quem precisa trabalhar para sobreviver. Nossas propostas enfrentam os super ricos dessa cidade, pois essa é a única forma de resolvermos os problemas da nossa classe de forma definitiva. Denunciamos aqueles que tentam convencer os trabalhadores de que é possível humanizar o capitalismo, sem deixar de combater a ultradireita.
No segundo turno, vamos continuar com a mesma política, chamando o voto nulo. Sobrou para nossa classe escolher entre a guilhotina ou a forca. Por um lado, temos Pimentel (PSD), um piá de prédio, que não tem ideia do que é ralar o mês todo para colocar comida na mesa. O único motivo dele estar onde está hoje é porque vem de família rica e que sempre esteve na política, um verdadeiro playboy. Apadrinhado por Greca, Ratinho e disputa com Cristina (PMB) a benção do genocida Bolsonaro.
Pimentel promete que vai resolver os problemas que ele mesmo criou durante esses últimos 8 anos como vice na gestão Greca. Ambos são responsáveis por mais de 10 mil crianças que estão na fila à espera de uma vaga nas creches, pelo transporte público com a passagem mais cara do país, pelo déficit de mais de 90 mil casas, pelas terceirizações que precarizam os serviços públicos, como a saúde, e que geram postos de trabalho precários, para encher os bolsos do setor privado.
Por outro lado, temos Cristina. A “bolsonarista raiz”, que sua diferença com Pimentel consiste em falar abertamente aquilo que Pimentel pensa, mas não tem coragem de falar em voz alta. É a representante da ultradireita que tem como centro a hipócrita defesa dos costumes tradicionais, ou “conservadores”, como ela mesmo gosta de falar. A campanha de Cristina possui esse viés ideológico já que propostas são praticamente inexistentes, inclusive com boa parte sendo gerada por inteligência artificial.
O pouco que tem de propostas não fogem do que já temos hoje: mais terceirização, como as propostas de comprar consultas médicas em clínicas privadas; continuar com a perseguição aos servidores, que são quem de fato faz os serviços públicos funcionar, apesar de toda a precarização; e espalhar fake news, como dizer que crianças morreram de infarto após tomar vacina da COVID. Esse é o cenário lamentável para a classe trabalhadora de Curitiba.
Não há “menos pior” entre dois algozes do capital
Algumas pessoas se perguntam, será que não seria melhor votar no “menos pior”? Mas nós devolvemos a pergunta: que menos pior é esse que passou os últimos 8 anos atacando os trabalhadores de Curitiba e vai continuar fazendo isso a partir de 1º de Janeiro?
Muito se fala nas diferenças de discurso entre os candidatos para apontar o “menos pior”, mas pouco se fala nas suas similaridades. Ambos os candidatos representam o que há de pior para os trabalhadores da cidade. Mesmo que Cristina seja a expressão mais nojenta do bolsonarismo e reproduza seu discurso conservador, Eduardo não é diferente no programa. Ambos foram apoiados por Bolsonaro (mesmo que em proporções desiguais), ambos continuarão com o projeto de privatização da educação, saúde e outros serviços públicos, ambos armarão e usarão da Guarda Municipal para reprimir o povo pobre e trabalhador, ambos não enfrentarão os bilionários e poderosos da cidade. Independente de quem ganhar, ambos irão ceifar nossos direitos com um sorriso no rosto. A real diferença é que Cristina vai falar uma ou outra barbaridade que Pimentel não teve coragem de falar.
Desde a redemocratização do Brasil em 1988, estamos escolhendo entre o candidato menos pior da vez. Isso só levou à vitória de Bolsonaros, Cristinas e Pimenteis. Entra e sai eleição e nossa vida não melhora! A verdade é que as eleições não passam de um teatro para os poderosos da vez escolherem o representante de suas vontade, é impossível arrancar qualquer melhoria para os trabalhadores. O PSTU repete o que repetiu durante toda campanha: o único meio de mudar a lógica desse sistema é organizando os trabalhadores da cidade para a tomada do poder. Não podemos ficar sujeitos a escolher de 4 em 4 anos entre a guilhotina e a forca!
A posição vergonhosa da dita “esquerda”
Não é nenhuma surpresa a posição em cima do muro dessa turma, visto que no primeiro turno apresentaram programas extremamente rebaixados. O PT abriu mão de lançar Carol Dartora ou outros nomes próprios, como a militância de base gostaria, para apoiar Ducci (PSB), imposto pela direção nacional do partido. Ducci é do mesmo partido de Alckmin, vice de Lula, que é conhecido por descer a lenha em professores e envolvido em esquemas de roubo de merendas. A base do PT foi bem rápida em apontar que Ducci votou a favor do impeachment da Dilma, mas a direção do partido já perdoou vários “golpistas”, inclusive basta ver que nestas eleições municipais, o partido está no mesmo palanque que o PL de Bolsonaro em 85 cidades. Sabemos que ainda tem muitos militantes honestos neste partido, então fazemos uma pergunta a estes camaradas: é possível mudar o rumo do PT? O próprio Lula já fala abertamente que o PT precisa ir mais à direita se quiser ganhar a próxima eleição.
Mas Ducci é pior que “ex-golpista”, ele foi o responsável pela licitação absurda do transporte público que temos hoje, contribuindo diretamente para o sucateamento e a passagem mais cara do país. Se é verdade que deu crise na base do PT, também é verdade que assim que começou a campanha ela sumiu rapidinho. Até Renato Freitas, um dos mais críticos à candidatura, tirou foto abraçado com Ducci.
Por isso, não nos espanta a posição do PT em liberar o voto no segundo turno, que não passa de um voto envergonhado no Pimentel. Toda essa promiscuidade é justificada em nome do combate a ultradireita, como se o caminho para derrotar a ultradireita fosse através das urnas. Se eleições resolvessem alguma coisa, hoje não estaríamos com dois candidatos bolsonaristas no segundo turno.
A ultradireita é fruto da experiência negativa da classe trabalhadora com o PT, combinada com uma forte crise econômica. O PT chegou ao poder após prometer mundos e fundos para os trabalhadores, mas continuou a governar para os bilionários deste país, jogando as migalhas para nós. Bolsonaro e sua trupe se colocaram como alternativa, como algo novo e que romperia com o modo de governar do PT que prometia e depois dizia que não dava para fazer. A partir disso, a nossa classe acabou caindo nos braços da ultradireita. Por isso dizemos que para enfrentar a ultradireita é preciso colocar fim as condições que deram base a ela. É preciso garantir emprego digno para todos, moradia, saúde, educação, aposentadoria, acabar com todas as mazelas que a nossa classe enfrenta. Mas o PT não se propõe a fazer isso, pelo contrário continua governando com Lira que era o parceiro de Bolsonaro até ontem.
O PSB e PDT seguem a mesma linha do PT. Inclusive a vereadora eleita pelo PDT, Lais Leão, já fala abertamente que não se pode ficar neutro e que existe uma alternativa que é menos pior. Pelo menos, ela foi mais honesta e defende abertamente sua posição de votar em Pimentel.
O PSOL chama corretamente voto nulo, mas diz que vai impulsionar uma frente antifascista na cidade, sem dizer uma virgula sobre qual seria o programa dessa frente. Isso é porque também precisam justificar suas alianças e a direitização do seu programa. Basta ver que não tiveram coragem de defender a estatização do transporte público na cidade. Defenderam o fortalecimento da Guarda Municipal armada e ainda tiveram a coragem de dizer que os problemas da GM estavam relacionados com a sobrecarga dos guardas, enquanto a juventude negra e periférica sofre com a violência deles diariamente. Essa direitização do PSOL não é um caso isolado. Temos o exemplo de São Paulo, onde Boulos abandonou as pautas dos movimentos, como fim das terceirizações, legalização das drogas, legalização do aborto, fim da Guarda Municipal, entre muitas outras. Isso tudo para se transformar em candidato palatável para a burguesia, se negando, inclusive, a se posicionar diante do genocídio que acontece na Palestina.
Preparar a luta e construir uma alternativa socialista e revolucionária!
Por isso dizemos, vote nulo! Venha com a gente construir uma alternativa para a nossa classe. Nós precisamos de uma partido revolucionário que não tenha medo de botar o dedo na ferida e que coloque toda sua força em organizar e mobilizar os trabalhadores para lutar por uma sociedade justa e igualitária, uma sociedade socialista. Um partido que dedique todas suas forças a disputar a consciência da nossa classe, tirá-la dos braços da ultradireita e dos reformistas, aqueles que querem reformar o irreformável. Venha militar com PSTU!