Socialismo

Conversando sobre marxismo, materialismo histórico e automovimento. Entenda como as coisas mudam

Adriano Espíndola, de Uberaba (MG)

13 de junho de 2024
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Vocês já pararam para pensar sobre como as coisas mudam? Como um grão de milho vira uma espiga? Como a água vira gelo? Como uma sociedade passa por transformações? Muitas vezes, a gente pode achar que as coisas mudam por acaso, ou porque algo de fora as empurrou. Mas Marx e Engels, baseados nas ideias de Hegel, descobriram que não é bem assim.

O marxismo, a partir do materialismo histórico – que é uma forma de entender a história considerando que são as condições materiais (econômicas e sociais) que determinam a consciência e as ideias das pessoas, e não o contrário – demonstra que tudo no mundo, desde as coisas da natureza até a sociedade, muda por causa de forças internas, de contradições que existem dentro delas mesmas. Os pensadores marxistas chamaram isso de “automovimento”.

Vamos pegar um exemplo: uma semente de feijão. Dentro dela, existe uma contradição: a casca dura que a protege, mas que também impede o broto de sair. É essa contradição, essa luta interna, que faz a semente germinar e virar um pé de feijão. O mesmo acontece numa fábrica. Lá dentro, existe uma contradição básica: os patrões querem aumentar seus lucros, enquanto os trabalhadores querem melhores salários e condições de trabalho. É dessa contradição que nascem as greves, as lutas sindicais, os conflitos diários no chão de fábrica. E o que vemos na fábrica, vemos também na sociedade como um todo. Por que as revoluções acontecem? Não é por acaso, nem porque alguém de fora quis. É porque dentro da sociedade existem contradições, interesses opostos – entre os trabalhadores e os patrões, entre os que têm tudo e os que não têm nada.

São essas contradições, essas lutas internas, que fazem a sociedade mudar e se transformar. É por isso que Marx dizia que a luta de classes é o motor da história.

É isso que significa “automovimento”. Não é uma palavra difícil, é só uma forma de entender que a mudança vem de dentro, das lutas e contradições internas.

Então, caros leitores, quando olharem para o mundo, lembrem-se: as coisas não mudam por mágica, mas por causa das contradições que existem dentro delas. E são essas contradições que nós, trabalhadores, precisamos entender e usar a nosso favor, para transformar a sociedade e construir um mundo mais justo.

Cada luta que travamos – por melhores salários, por condições dignas de trabalho, por nossos direitos – é parte dessa grande luta para transformar a sociedade. E, se em cada uma destas lutas, conseguirmos entender que a nossa opressão e exploração, está a serviço da manutenção dos lucros dos grandes patrões, está a serviço do capitalismo, faremos avançar a consciência da necessidade de uma revolução socialista e de um partido revolucionário que ajude a classe trabalhadora na compreensão deste caminho.

Nós, do PSTU, estamos aqui, com vocês, no dia a dia de sua vida. Somos formados por pessoas que vivem do seu trabalho, ou seja, trabalhadores, que buscam conscientizar dia a dia mais e mais trabalhadores do que falamos acima. Venha conhecer nosso partido.