Opinião Socialista

Especial: 10 anos do Junho de 2013

Redação

7 de junho de 2023
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Av Paulista, junho de 2013 ABr

Há dez anos, o Brasil assistiu a uma explosão social e política. Milhões foram às ruas e tomaram os palácios numa gigantesca, talvez a maior, ação de massas totalmente espontânea, que passou por cima das direções do PT, da CUT e das centrais sindicais burocráticas.

Mas o Junho de 2013 não foi um processo isolado. Estava inserido em um contexto mundial de lutas dos trabalhadores e da juventude por causa das consequências da crise econômica global iniciada em 2007-2008.

Principalmente em 2011, especificamente a partir da revolução na Tunísia, a Primavera Árabe varreu ditaduras no norte da África e no Oriente Médio. Greves gerais na Grécia colocaram em xeque o governo e desmascaram a chamada Troica (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). O movimento dos Indignados tomou as ruas da Espanha, enquanto nos EUA o Occupy Wall Street questionava um dos maiores símbolos do capital financeiro.

Na última década, o Brasil passou por um turbilhão político e social. Foram vários eventos de importância histórica. Não é possível entender a realidade brasileira de hoje sem compreender o que foi o Junho de 2013. Mas ali já estava determinado o que aconteceria nos anos seguintes.

Nada estava definido de antemão. Junho de 2013 e os eventos posteriores são parte de um processo da luta de classes no Brasil que se aprofundou e agudizou a polarização. Por isso, é importante fazer uma reflexão, justamente para tirarmos lições  daquele processo e do que veio depois.

Existiam outros caminhos, desbravados pelas mobilizações dos trabalhadores e da juventude, que poderiam ter nos conduzido por um percurso muito distinto. Porém esse percurso foi abortado, como mostraremos neste especial. 

Há um certo tabu sobre Junho de 2013. Poucos temas políticos e sociais são tão negligenciados pelos analistas, tanto da burguesia quanto do setor majoritário da esquerda, como o PT. Em vez de tentar entender o que realmente se passou, preferem buscar narrativas em base à necessidade de justificar suas políticas. 

Optamos por outro caminho. Trazer à luz o que foi o processo em junho de 2013 e, mais que isso, como ele se ligou aos fenômenos políticos posteriores: a eleição de 2014; os atos de 2015; o impeachment de Dilma em 2016; a luta contra Temer em 2017; a ascensão de Bolsonaro em 2018; e finalmente a volta de Lula em 2023.

Todos os ativistas e lutadores atuais têm uma porção de dúvidas e tentam entender o que aconteceu. Como um processo de lutas daquela magnitude foi encerrado? Os ventos de Junho de 2013 ainda sopram? Como a luta de classes seguiu se desenrolando após esse processo? 

Neste especial do Opinião Socialista, tentamos responder a essas e outras questões.  

Uma explosão social que estremeceu as placas tectônicas do país

A trilha de uma rebelião social

O que foi feito de “Junho de 2013”?

Onde estavam Bolsonaro e a ultradireita?

“A Greve Geral de abril de 2017 poderia derrotar Temer. Mas as direções das grandes centrais e do PT se negaram a dar continuidade à luta”

Especial Junho: Os limites do “Junho de 2013”: uma década de lições para a esquerda