Lutas

Carestia: sete em cada dez brasileiros reduziram compras de alimentos

CSP Conlutas, Central Sindical e Popular

2 de agosto de 2022
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Pesquisa do Ipec, encomendada pelo C6 Bank, revelou que sete em cada dez brasileiros deixaram de comprar algum item no supermercado nos últimos seis meses por causa da alta da inflação.

O levantamento mostra que 72% dos brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet eliminaram algum item da lista de compras do mercado nos últimos seis meses devido à alta de preços.

A carne virou artigo de luxo. De acordo com a pesquisa, 72% dos entrevistados não compram mais carne de primeira e 28% cortaram também a carne de segunda. Além disso, 15% deixaram de consumir carne suína, de frango ou peixe, e 26% deixaram de levar para casa carnes processadas como linguiça e salsicha.

O leite, outro vilão da alta da inflação, também foi reduzido. Nos supermercados, o preço do leite longa vida é encontrado entre R$ 7 e R$ 10. Segundo a prévia da inflação de julho, o preço do produto subiu 22% no mês e já acumula alta de 57% no ano em 12 meses. Segundo o Ipec, 37% dos consumidores deixaram de levar o produto para casa.

Muçarela (54%), iogurte (44%) e óleo de soja (18%) também estão entre os produtos que foram excluído da lista de compras. A pesquisa entrevistou 2.000 pessoas.

Aumento de salário

Itens de fora da cesta básica também não param de subir. É o caso da passagem aérea (122%), dos transportes por aplicativo (65%) e do óleo diesel (59,6%). Nos 12 meses anteriores a junho, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) já chega a 11,9%.

É nesse cenário que várias categorias, como metalúrgicos, petroleiros, trabalhadores dos Correios, da indústria da alimentação e químicos, realizam suas campanhas salariais neste segundo semestre e prometem uma forte mobilização para repor as perdas salariais.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, filiado à CSP-Conlutas, por exemplo, reivindicam reajuste de 18%. A Campanha Salarial da categoria também exige a criação de um gatilho salarial de 5%. Se aprovado, esse mecanismo irá reajustar os salários automaticamente toda vez que a inflação atingir o mesmo percentual.

Os trabalhadores não aguentam mais ir ao mercado e se surpreender com preços mais altos toda semana. Mesmo cortando itens da lista de compras, a conta não fecha no fim do mês. Por isso, a Campanha Salarial já começou forte. Não vamos aceitar que nossos salários sejam ainda mais rebaixados”, disse o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Petroleiros também estão em luta. As bases da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) realizam mobilizações nessa semana com atrasos para pressionar a Petrobrás a apresentar uma proposta que garanta reajuste real de salários e valorização dos direitos do ACT. A federação discutirá também a necessidade de construção da greve da categoria a partir da terceira semana de agosto, antes do fim da data-base.

Todo apoio à luta dos trabalhadores!