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Bahia: Carta da professora da Ufba, Sandra Marinho Siqueira, de ingresso no PSTU

PSTU-BA

3 de abril de 2023
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Professora da Ufba, Sandra Marinho Siqueira, milita há mais de duas décadas na construção do trotskismo no Brasil | Foto: Acervo Pessoal

                                      “A vida é bela. Que as futuras gerações a livrem de todo o mal e opressão e possam desfrutá-la em toda sua plenitude”.

                                                   “Ela virá, a revolução conquistará o direito não somente ao pão, mas também à poesia.” (Leon Trotsky)

É com muita alegria, firmeza política e têmpera revolucionária que comunico o meu ingresso nas fileiras do PSTU. A decisão de entrar no partido foi fruto de um período de profunda análise das organizações partidárias no campo da esquerda, em particular da tradição Marxista, Leninista e Trotskista, pois, desde que conheci o Trotskismo nos anos 1990, militando em organizações trotskistas, conhecendo a história e o grande legado do revolucionário Leon Trotsky, não tive qualquer sombra de dúvida que estava trilhando o caminho certo.

Militei por mais de duas décadas em uma organização partidária trotskista, tendo me afastado, em 2016, por diferenças políticas e organizativas, em especial no que tange à pouca relevância que esta organização dava ao combate às opressões. Após esse período, me dediquei com muito afinco à militância sindical, mas tendo a plena consciência de que não era suficiente de nenhuma forma, pois sempre fui uma mulher de partido e sentia muita falta de estar vinculada a uma organização partidária.

Ainda em 2022, comecei a estudar e analisar as posições programáticas e políticas do PSTU, a ler os seus materiais e conhecer melhor o legado da corrente internacional da qual faz parte (Liga Internacional dos Trabalhadores-LIT/QI), bem como passei a acompanhar e atuar nas lutas concretas na Bahia conjuntamente com os militantes desse referido partido, particularmente em Salvador, engajando-me, em seguida, na campanha da companheira Vera Lúcia nas eleições presidenciais de 2022.

No movimento docente, havia composto, como 2ª vice-presidente da Regional Nordeste 3, a última diretoria do Andes-SN (2020-2023), e me desliguei dela em razão da necessidade de defender a continuidade da filiação do ANDES-SN à CSP-Conlutas, após a decisão da direção da entidade pela desfiliação. Travei o debate internamente e levei até às últimas consequências a defesa da CSP-CONLUTAS e da permanência do ANDES-SN na entidade, pois se trata da central mais combativa, que reúne o setor mais avançado da vanguarda brasileira e que, ao longo da sua história, tem mantido a sua independência de classe frente aos governos de plantão.

Professora Sandra Marinho Siqueira tem uma história de luta ao lado da classe trabalhadora | Foto: Acervo Pessoal

O 41º Congresso do Andes, ocorrido em fevereiro de 2023, no Acre, infelizmente, selou essa ruptura, o que considero um dos maiores erros táticos da história de nosso sindicato docente, evidentemente, um erro estimulado conscientemente pela atual direção, fato este que me aproximou cada vez mais ao Coletivo Andes em Luta (CAEL), que atua no seio da categoria de professores do ensino superior e na base do ANDES, coletivo este impulsionado pelo PSTU e independentes.

Voltei do Congresso convencida de ingressar no PSTU e dedicar o melhor que disponho para colaborar efetivamente com o crescimento do Partido na Bahia e no país, contribuir com a formação de quadros, com a construção do Movimento de Mulheres em Luta (MML) e fortalecer o campo de oposição de esquerda ao governo de frente amplíssima (Lula/Alckmin), ao governo estadual de Jerônimo/PT e o municipal de Bruno Reis (União Brasil).

Finalizo esta carta me colocando inteiramente à disposição do projeto de edificação do partido revolucionário no Brasil, o PSTU. Tenho ciência de que estamos num contexto difícil para a atuação dos revolucionários, pois, de um lado, temos que lutar contra a ultradireita e, de outro, ser oposição de esquerda ao governo burguês de colaboração de classes de plantão, e enfrentar, pacientemente, as muitas ilusões que parcelas dos lutadores e da classe trabalhadora ainda nutrem com esse governo. Apesar das dificuldades e desafios do momento histórico, precisamos mais do que nunca nos organizar e dedicar-nos ao crescimento do Partido e seu entroncamento no seio da classe trabalhadora.

Ao mesmo tempo, conclamo aos lutadores e lutadoras do nosso país e da Bahia que venham construir o PSTU, um partido marxista que luta cotidianamente para independizar a classe operária e demais explorados e oprimidos da influência burguesa e do reformismo, com o objetivo histórico de superar a ordem capitalista e construir o socialismo.

Como afirmou Leon Trotski: “Se o capitalismo é incapaz de satisfazer as reivindicações que surgem infalivelmente dos males que ele engendra, então que morra!”.

Viva a revolução e o internacionalismo proletário!

Sandra Marinho Siqueira
03/04/2023 – Salvador, Bahia