BA: Carta do professor Francisco Pereira de ingresso no PSTU
Francisco Pereira, professor e militante marxista
Aos camaradas do PSTU, dos movimentos sociais e das demais organizações e partidos de esquerda.
Por meio desta carta, venho noticiar o meu ingresso no Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Iniciei a minha militância em 1993, quando ainda começava a vida estudantil, na Universidade Federal do Ceará (UFC). Depois de um contato inicial com um grupo de trotskistas, me aproximei do Partido Operário Revolucionário (POR). Daquele ano até 2016 militei neste partido, do qual me afastei por divergências políticas e organizativas.
De 2016 até o presente venho me aproximando do PSTU por meio de uma experiência comum de militância com os companheiros e companheiras no movimento social aqui em Salvador-BA, participando de reuniões, plenárias, atos e manifestações.
No final de 2021, iniciei a discussão política e programática com o PSTU. Discutimos as posições internacionais, nacionais e programáticas do partido, chegando à conclusão de que temos uma posição comum sobre as principais questões da luta de classes nacional e internacional.
Duas questões principais me motivaram a ingressar no partido: 1) a defesa que o partido faz da estratégia da revolução socialista; 2) a disposição dos camaradas do PSTU de se entroncar com a classe operária, um divisor de águas na esquerda brasileira.
Como membro do movimento trotskista revolucionário nos últimos 30 anos, reivindico em minha trajetória política a obra revolucionária de Marx, Engels, Lenin e Trotsky, os documentos fundamentais dos quatro primeiros congressos da Terceira Internacional, bem como os fundamentos políticos e programáticos da Quarta Internacional, fundada por Leon Trotsky.
Essas experiências e esse conjunto de documentos formam a base do marxismo revolucionário atual e constituem uma importante arma contra as deformações e desvios burocráticos do estalinismo, e o oportunismo das correntes reformistas e da socialdemocracia ao longo do século XX e das primeiras décadas do século XXI.
Na conjuntura atual, de crise do capitalismo em escala mundial e da pandemia do coronavírus, bem como da existência de um governo de extrema direita em nosso país, com Bolsonaro à frente, a classe trabalhadora e os oprimidos têm enfrentado uma ofensiva geral contra os direitos sociais e democráticos e a deterioração das condições de vida e trabalho, com o desemprego e precarização crescentes, inflação alta, rebaixamento de salários, aumento do custo de vida, miséria e fome, além da aprovação de contrarreformas (previdenciária, trabalhista, terceirização) e das privatizações, que afetam diretamente o conjunto dos explorados e oprimidos.
A classe trabalhadora, a população pobre, a juventude e os oprimidos mostraram disposição de luta nas ruas com atos, manifestações e greves, mas foram traídos pela burocracia sindical e pelo eleitoralismo das direções políticas majoritárias que passaram a jogar todas as forças nas eleições que se aproximam, apostando novamente em um governo de conciliação de classes e de alianças com partidos da ordem burguesa.
O PSTU tem se notabilizado não só por sua política de independência de classe como por sua combatividade na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores em todo o país. Durante os últimos anos, o PSTU destacou-se como a vanguarda da classe operária e das grandes lutas e movimentos em nosso país, em particular nas greves e manifestações da classe trabalhadora. Destaco algumas experiências importantes, como as greves durante a pandemia do coronavírus e na atualidade, em particular as greves na Avibras, CSN, MWL, Caoa Chery, professores, etc., em defesa dos salários e contra o fechamento de postos de trabalho.
Enquanto o PT, PCdoB e a maioria do PSOL oferecem aos trabalhadores a política de conciliação de classes com a burguesia e a direita tradicional (Alckmin, Renan Calheiros, etc.), o PSTU tem chamado a construção do Polo Socialista e Revolucionário, aproximando e discutindo com a vanguarda um programa de independência de classe, partindo das reivindicações mais sentidas da classe trabalhadora e dos oprimidos.
Estamos, neste momento, construindo o Polo Socialista e Revolucionário na Bahia, assim como estivemos nos últimos anos construindo a CSP-Conlutas, a mais importante e combativa central sindical de esquerda do país. A candidatura de Vera Lúcia apresentou um programa socialista e revolucionário, que constitui um polo organizador da vanguarda revolucionária em todo o país, em torno da defesa da revolução socialista, da independência de classe e dos interesses fundamentais dos trabalhadores.
Somamos todas as nossas forças no sentido de divulgar esse programa e avançar na construção de uma direção revolucionária, capaz não só de dirigir as lutas cotidianas da classe trabalhadora, mas de avançar na luta pelo fim do capitalismo e pela construção do socialismo.
Como disse antes, comecei a militar em 1993 em Fortaleza, quando ainda era estudante de direito. Batalhei junto com vários companheiros e companheirasque hoje estão fora ou que ainda continuam dentro da antiga organização na qual eu militei. Espero, ingressando no PSTU, contribuir para a organização da classe trabalhadora brasileira e mundial, sob a bandeira do trotskismo, da Quarta Internacional e do marxismo revolucionário.
Convido todos e todas que militaram comigo nos últimos anos a discutir o programa do PSTU e a ingressar nesta organização para fortalecer as fileiras da luta pela revolução socialista.
– Viva a revolução socialista!
– Viva o internacionalismo proletário!
– Viva a classe trabalhadora brasileira!
– Construamos o Partido Mundial da Revolução Socialista!
Salvador-BA, 06/06/2022