Avançar na luta pela construção de uma alternativa socialista e revolucionária
Bolsonaro foi derrotado. A noite do domingo do segundo turno eleitoral tornou-se um carnaval de felicidade que tomou às ruas Brasil. Festejar era preciso. O presidente genocida, misógino, racista, lgbtifóbico, inimigo dos povos originários e da classe trabalhadora não foi reeleito. O projeto de ditadura que Bolsonaro defende não foi respaldado nas urnas.
Nós do PSTU demos nossa contribuição para a derrota de Bolsonaro. No primeiro turno, apresentamos candidatura própria à presidência da República. Vera e Raquel foram porta-vozes de um programa socialista e revolucionário, que partia das necessidades mais sentidas pelo povo pobre e trabalhador do nosso país e apontava a importância de derrotar o projeto reacionário e ultraliberal de Bolsonaro, sem ceder ao projeto de conciliação de classes de Lula e do PT.
Voto crítico
No segundo turno, chamamos o voto crítico em Lula para derrotar Bolsonaro. O voto foi crítico porque avaliamos que a chapa Lula-Alckmin e a Frente Ampla, construída com setores da burguesia, não vão resolver os problemas da classe trabalhadora brasileira e seus setores mais oprimidos. Mas, diante das ameaças às liberdades democráticas, fomos com tudo fazer a campanha do segundo para derrotar Bolsonaro.
Nossa campanha, no segundo turno, manteve a tarefa central do primeiro: derrotar Bolsonaro e a ultradireita, e lutar pela construção de uma alternativa socialista e revolucionária, apontando o caminho a ser tomado para que a fome, o desemprego e a miséria acabem.
Fizemos campanha nas ruas, nas ocupações, quebradas, portas de fábricas e escolas, dizendo quais medidas têm que ser adotadas para que o camponês tenha terra para plantar e que os povos indígenas e quilombolas possam ter suas terras demarcadas. Mostrando como o machismo, a lgbtifobia, o racismo e xenofobia têm que ser combatidos. Chamando a juventude e a classe trabalhadora a se organizarem.
Lembrando, ainda, que essa luta nós travamos combatendo Bolsonaro e a Frente Ampla, construída por Lula e o PT, que fez uma campanha propagandeando esperança, sem dizer como isso será concretizado.
Uma realidade diferente
Lula e o PT, com o apoio do PSOL e o PCdoB, fizeram a promessa de que o povo brasileiro voltaria a comer churrasco e tomar cerveja no final de semana. Faziam alusão ao ao primeiro mandato petista, em 2002; mas a realidade socioeconômica é muito diferente de duas décadas atrás. Lula sabe disso.
Para garantir comida na mesa do povo brasileiro, que hoje têm mais de 33 milhões de pessoas passando fome, é preciso enfrentar os super-ricos, que ficam com toda a riqueza produzida pelos trabalhadores.
Mas será se Lula vai fazer isso? Vai expropriar os super-ricos, taxar as grandes fortunas, fazer as necessárias reformas agrária e urbana ou fortalecer os serviços públicos? Não há como resolver os problemas do povo pobre e trabalhador sem mudar a estrutura econômica do Brasil. Não tem como governar para a Casa Grande e a Senzala. De que lado Lula ficará?
Nosso lado
Nós do PSTU temos um lado: estamos com a classe trabalhadora e os setores historicamente marginalizados e discriminados. Não depositamos nenhuma confiança e esperança no governo Lula. Vamos seguir lutando pela organização independente dos trabalhadores e trabalhadoras, batalhando por nossas pautas e construindo uma alternativa socialista e revolucionária.
Socialismo
Para vencer, precisamos de uma direção revolucionária!
Pela Frente Ampla que foi construída e pelas experiências com os governos do PT, Lula seguirá governando para a Casa-Grande, apontando medidas paliativas, como o Bolsa-Família, ao povo pobre. Para seguir garantindo a riqueza e os privilégios dos senhores da Casa-Grande, vai aplicar um plano econômico que ataca os trabalhadores.
Quando chamamos o voto crítico em Lula já apontávamos o limite de seu programa, que no marco do capital, vai de encontro às necessidades da classe trabalhadora. Por isso, não nos confundimos com a campanha geral da Frente Ampla, como fazem a Unidade Popular (UP) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), que, no segundo turno, se somaram na campanha de forma acrítica, ajudando a jogar água no moinho das ilusões espalhadas pelo PT e Lula.
A classe trabalhadora precisa se organizar, de forma independente, sem confiança no governo (mas, sim, contra o governo), e lutar para que os ricos paguem pela crise. Da mesma forma, devemos construir a unidade de ação para combater a ultradireita, que seguirá atuando. A mobilização e organização independente da classe trabalhadora precisam estar a serviço de uma estratégia revolucionária, para mudar a sociedade e pôr um fim ao capitalismo, e construir o socialismo.
Isso exige uma direção. Não qualquer direção. Precisamos de uma direção revolucionária, dedicada à classe trabalhadora, que não se deixe corromper, que não faça alianças com a burguesia e que defenda, a fundo, o programa da revolução socialista. Essa direção só pode ser um partido revolucionário. É esse partido de luta, democrático e internacionalista que o PSTU luta para construir.
Precisamos de todos e todas vocês para construir essa ferramenta para a nossa classe. Vocês sabem que o PSTU não oferece nem cargos nem privilégios. Só podemos oferecer uma bandeira sem as manchas da traição e a perspectiva de uma luta permanente pela revolução socialista que liberte a classe operária e a humanidade da exploração e da opressão.
Venha para o PSTU!