Mundo Árabe

As ameaças da extrema direita defensora do genocídio palestino pelo Estado sionista de Israel não nos calarão

Fábio Bosco, de São Paulo (SP)

27 de setembro de 2024
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Ato contra o genocídio na Palestina nos 76 anos da Nakba, em SP Foto Maísa Mendes

Dirigentes e representantes da extrema direita como o ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada Carla Zambelli, e o site Brasil Paralelo, realizam uma verdadeira campanha acusando o PSTU de apoiar “um genocídio em Israel”.

Nota da Direção Nacional do PSTU sobre ameaças recebidas por defender o povo palestino

Primeiro, é preciso deixar nítido que o genocídio que ocorre na Palestina, é o genocídio feito pelo Estado de Israel, pelas tropas israelenses contra o povo Palestino. As imagens de Gaza destruída com mais de 50 mil mortos, os bombardeios contra hospitais, escolas, campos de refugiados são provas do verdadeiro genocídio em curso. E é por causa desse genocídio, que o Estado de Israel está no banco dos réus da Corte Internacional de Justiça, por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Atos estes efetuados conscientemente pelos líderes israelenses, e que, por isso, constituem crimes de Genocídio conforme as Convenções de Genebra.

O PSTU se posicionou desde o início ao lado do povo palestino, denunciando não apenas o Genocídio em curso, mas os 76 anos de colonização israelense e seus crimes de roubo de terras, roubo de casas, de expulsão e assassinato de palestinos, o que o Direito Internacional denomina de limpeza étnica e apartheid.

O PSTU não se opõe apenas ao genocídio em curso na Palestina, mas se opõe ao genocídio em curso em qualquer parte do mundo, hoje e sempre, como é o caso do holocausto nazista, ou do atual genocídio de ucranianos pelas tropas de Putin.

Outra questão é o Estado de Israel. O Estado de Israel foi fundado sobre o roubo de terras e de vidas palestinas. Sua razão de existir está em dar continuidade à limpeza étnica do povo palestino. Várias organizações de Direitos Humanos como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch acusam o Estado de Israel de impor um sistema de apartheid contra o povo palestino. Todos os dias, o Estado de Israel prova que sua existência é incompatível não apenas com a existência do povo palestino, mas com todos os povos árabes, como demonstra os criminosos ataques ao Líbano, criticados pela ONU e todos os países. 

Não existe um Estado Palestino em nenhuma parte do território palestino porque o Estado de Israel não aceita, e se opõe a ele pela violência das armas que lhe são entregues pelos Estados Unidos e outras potências colonialistas. Por isso dizemos que só haverá paz no Oriente Médio com o fim desse Estado racista.

Opor-se ao Estado de Israel não é o mesmo que se opor aos judeus ou ao judaísmo. O Estado de Israel e a ideologia que o justifica, o sionismo, não são equivalentes ao judaísmo. O Estado de Israel procura se apresentar como representante de todos os judeus, mas isso não é verdade. Cada vez mais judeus em todo o mundo se levantam para dizer “Não em nosso nome” e “Holocausto nunca mais, para mais ninguém”. É o caso de organizações como o Vozes Judaicas pela Libertação aqui do Brasil, do Jewish Voices for Peace e If Not Now dos Estados Unidos. Por isso dizemos que antissionismo, que é a oposição ao Estado de Israel, não é antissemitismo, que é o ódio contra os judeus e outros povos semitas, ou antijudaísmo.

Nesta luta contra o genocídio na Palestina, estamos na mesma trincheira de todos e todas que lutam contra esse massacre, estamos na mesma trincheira da resistência palestina, que é liderada pelo Hamas. O PSTU não tem acordo político e programático com o Hamas. mas estamos na mesma trincheira de toda a resistência palestina, que envolve várias organizações e praticamente todo o povo palestino.

O PSTU não vai se calar. O PSTU continuará ao lado do povo palestino e faz um chamado a todas as organizações democráticas a rejeitar as ameaças que vêm da extrema direita para silenciar as vozes em defesa dos palestinos.

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