Partido

Aracaju (SE): PSTU chama o voto crítico em Niuly Campos – PSOL

PSTU-SE

5 de setembro de 2024
star5 (1 avaliações)
O PSTU se apresentará como uma alternativa revolucionária e socialista em capitais brasileiras nas eleições 2024

Heraldo Goes, presidente do PSTU Aracaju

Estamos diante de um momento político complexo que expressa a degradação o sistema capitalista em todos os aspectos da vida social. Por um lado, os capitalistas concentram bilhões em riqueza, com suas vidas tão luxuosas que parecem ficção para a maioria da população que amarga jornadas de trabalho extenuantes, salários cada vez menos capaz de suprirem suas necessidades básica, inflação dos alimentos, trabalhando em condições cada vez mais degradantes, com direitos cada vez mais reduzidos. O desemprego, o trabalho informal, o desassossego diante de todas as incertezas, das dificuldades de assistência à saúde, educação moradia, aluguel, despejos, a violência em suas mais variadas formas.

Este é o cenário em que se apresentam as disputas políticas nos municípios dos estados brasileiros, que há mais de um ano o país é governado pelo governo de frente ampla Lula/Alckmin (PT/PSB), com tempo igual ao governo de Fábio Mitidieri/Zezinho Sobral (PSD/PSB).

Edvaldo Nogueira (PDT) está ocupando cargos na prefeitura como prefeito ou vice, desde o ano 2000, quando foi eleito como vice do finado Marcelo Déda (PT), ficando fora da prefeitura de Aracaju, de 2012/2016, quando esta foi governada por também finado, João Alves Filho. Ou seja, tem 20 anos que Edivaldo Nogueira está à frente da prefeitura de Aracaju. Inicialmente, na dobradinha PT/PCdoB, e mais recentemente, PDT/PSD, da delegada Katarina Feitoza, eleita sua vice e que renunciou ao cargo para assumir o mandato de deputada federal.

Aracaju é uma capital que há décadas é governada pela dita “esquerda progressista”, excetuando o mandato de João Alves, e mesmo assim ela apresenta as mesmas mazelas vividas pela classe trabalhadora e a mesma concentração de riquezas nas famílias tradicionais e as multinacionais instaladas no Estado.

O parque industrial de Sergipe foi desmontado e vendido, como é o caso da Petrobrás e da Nassau, só para ficar em dois exemplos, sem que prefeitos e governador fizessem nada para manutenção dessas indústrias. Milhares de desempregados e um rastro de destruição ambiental é o que restou.

O que se diz do governo de Edvaldo Nogueira, guardadas as proporções, pode-se dizer dos governos do PT, tanto no comando do Estado quanto do país. No âmbito nacional, esteve fora do comando do país por 6 anos, mas que soma 15 de comando do Estado brasileiro. A Petrobrás foi fatiada e entregue às multinacionais, antes e durante o seu governo, porque este se recusa a enfrentar-se com a sanha se lucros dos acionistas.

Milhões em investimentos estão literalmente jogados no meio do mato no Estado de Sergipe, com a anuência e o silêncio cumplice dos governos, do prefeito de Aracaju e os partidos de esquerda.

Quais foram as mudanças estruturais que substancialmente mudaram na vida da classe trabalhadora brasileira e Aracajuana?

As reformas não foram para melhorar, mas para degradar ainda mais as condições de exploração da classe trabalhadora.

A reforma da Previdência Social feita pelo governo Lula, foi o que levou a ruptura do PT e o surgimento do PSOL. Lula vetou a revogação do Fator Previdenciário (que dificulta o acesso à aposentadoria). E agora tem um novo “teto de gasto” para chamar de seu: o Arcabouço Fiscal, em aliança com o bolsonarista Artur Lira, e o PSOL é base de sustentação desse governo sob a alegação de combate à extrema direita bolsonarista.

O PSTU esteve à frente de todos os embates contra extrema direita, sem capitular e nem fazer alianças com a direita como fazem o PT, o PCdoB e o PSOL, em nome da democracia e da “governabilidade responsável” e da “política do possível” e do “mal menor”.

Como faz o PSOL em São Paulo, na disputa eleitoral na capital, com Boulos, numa aliança amplíssima, tendo como vice, Marta Suplicy (hoje novamente no PT, antes do MDB), que saiu do cargo tinha na prefeitura de Ricardo Nunes (MDB), o candidato de Bolsonaro, para compor a chapa. Tudo em nome de combater a extrema direita.

Edmilson Rodrigues (PSOL), atual prefeito de Belém (PA), eleito em aliança com o MDB, do governador do estado Helder Barbalho, durante seu mandato foi incapaz cumprir a promessa de campanha e de garantir que todos os setores dos servidores municipais recebam um salário mínimo, ao contrário, mandou reprimir os servidores públicos em greve por melhores salários. E, sequer problemas como a coleta do lixo e a instalação de ar-condicionado no transporte público foram resolvidos. A indignação e a decepção é o que marca neste momento a maioria da população de Belém contra a administração do PSOL.

Algumas perguntas temos que nos fazer. Como combater a extrema direita, capitulando e, aliando-se a ela, cedendo as chantagens dela? E sem sequer fazer uma mudança real que favoreça a classe trabalhadora? Não é esse o caminho que fez (re)emergir uma ala da burguesia brasileira que por décadas parecia morta: A extrema direita, altamente liberal e reacionária nos costumes: racista, machista, xenofóbica, LGBTfóbica e golpista? Não foram as décadas de governos do campo da esquerda, que ressuscitaram o que há de mais podre e deplorável na política do país? Não é a experiência, o desengano e o desespero das massas que mundialmente reage aos ataques nefastos dos governos que cedem sempre aos interesses dos grandes capitalistas e que para conter os levantes massacram os trabalhadores, como faz o governo Maduro, na Venezuela? Políticas como as do governo venezuelano, que é apoiado pela maioria da esquerda, favorece ou não, a extrema direita?

Há três décadas o PSTU tem sido uma voz ativa na luta e nas intervenções políticas sobre os mais variados acontecimentos políticos em Sergipe e na capital. Seja participando das disputas eleitorais, nas lutas contra a entrega das empresas públicas e estatais às empresas privadas. Denunciando e lutando com os trabalhadores por moradia, salários, emprego e direitos. Com um programa focado nas necessidades dos trabalhadores, sobretudo, os mais pobres, as mulheres, as LGBTIs, negras/negros, de nossa cidade.

Coisa que muito nos orgulha é o fato de nunca ter vacilado na defesa da classe trabalhadora, de manter nossa independência política e financeira do Estado e dos empresários.

Os mandatos que tivemos e os que teremos serão tribunos a serviço da organização e fortalecimento da classe trabalhadora. Por isso, lutamos com afinco em defesa das liberdades democráticas, que permitam e facilitem a organização e a luta coletiva dos explorados e oprimidos. Justamente por isso, estivemos na linha de frente na denúncia e lutas diretas contra e extrema direita golpista bolsonarista.

Por isso, também, não nos aliamos a outra face da mesma moeda da burguesia “progressista e democrata” como fazem a esquerda brasileira, porque por mais democrática que seja a burguesia capitalista e o seu Estado, estes atuam sempre no sentido de garantir os interesses e necessidades dos grandes proprietários em detrimento das necessidades dos que dependem da venda da sua força de trabalho para sobreviver.

A classe operária e os mais pobres desconhecem a democracia, para esses, ela ainda está por ser construída.

Na capital “da qualidade de vida” dois exemplos emblemáticos são os despejos e ameaças de despejos de famílias que buscam uma coisa básica que é moradia, praticados pela prefeitura de Edvaldo Nogueira para atender aos interesses dos proprietários dos terrenos abandonados ou para especulação imobiliária e das grandes construtoras em Aracaju. Ou o Arcabouço fiscal, o novo teto de gastos, agora do governo Lula, que prioriza os interesses principalmente dos banqueiros, enquanto corta verbas da saúde e da educação, deixando a míngua a população que depende desses serviços e os servidores públicos. Enquanto surgem cada vez mais escolas, universidades, clínicas, hospitais e laboratórios privados para quem pode pagar, isentos de impostos dados por esses governos, que garantem os lucros dos empresários da educação e da saúde.

O governo Lula, que o PSOL e PCdoB integram, destinou zero de reajuste para os servidores públicos, enquanto aumentou em 18% os salários das PMs. Exatamente o setor dos serviços públicos que garante a dominação pela repressão: que bate, prende e mata os da classe trabalhadora.

Essas são diferenças cruciais entre o PSTU e os partidos do campo da esquerda, que se contentam em governar o Estado capitalista, que mantém o controle com mãos de ferro sobre a classe trabalhadora, começando por negros, negras, mulheres, indígenas e as LGTIs.

Para o PSTU, nossa independência em relação a empresários e governos são princípios invioláveis porque os interesses entre as classes sociais são inconciliáveis. E todo partido que se reivindica da classe trabalhadora, que tem por objetivo a sua organização e ação ativa contra todas as formas de exploração e opressão, não pode romper essa barreira. Quando fazem, chegam indubitavelmente onde se encontram o PT e PSOL.

Esse é um momento de polarização política onde os setores mais conservadores se apresentam mais organizados, e o que há de pior e mais antigo aparece como novo, como são os candidatos da extrema direita, bolsonaristas ou não. Onde exaltam o indivíduo e sua ação individual e o privado acima do público e do coletivo. O estimulo ao empreendedorismo para acobertar o desemprego e a impossibilidade de abertura de novos postos de trabalho pela manutenção de jornadas incompatíveis com as novas tecnologias.

Em Aracaju, não teremos candidatos, porque neste momento, estamos focados na reorganização do partido e na formação de novos quadros para as disputas políticas que o momento exige.

Nestas eleições de 2024, apresentamos nosso programa em 15 capitais do Brasil, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Recife e Belém. Faremos isso em um cenário extremamente desfavorável, marcado por reformas políticas reacionárias que nos excluíram dos debates e do programa eleitoral gratuito, além do boicote da mídia empresarial.

Mesmo assim, em 43 municípios, os trabalhadores terão a opção de votar em candidaturas socialistas, construídas com esforço militante e sem um centavo dos patrões. Essas candidaturas estão comprometidas com a transformação radical que nossas cidades e o país tanto necessitam.

Nesta eleição estão concorrendo oito candidatos(as) à prefeitura de Aracaju: Emília Corrêa (PL), Zé Paulo (Novo), Yandra Moura (UB), Danielle Garcia (MDB), Luís Roberto (PDT), Candisse Carvalho (PT), Felipe Vilanova (PCO) e Niuly Campos (PSOL).

Acreditamos que o caminho para construir uma Aracaju e um Brasil que atendam aos interesses da maioria do povo passa pela construção de uma alternativa socialista que denuncie e enfrente a extrema-direita bolsonarista e se posicione como oposição de esquerda ao governo Lula. Infelizmente, esse campo independente não se apresenta nestas eleições.

Para garantir que o orçamento da prefeitura de Aracaju seja direcionado aos interesses e necessidades do povo e dos trabalhadores, é essencial que estes tenham o controle sobre o orçamento, e isso não se faz em aliança com os bilionários, mas se enfrentando com essa minoria privilegiada de poderosos, junto com seus governos fantoches.

Após debate realizado, optamos por votar e indicar aos nosso militantes e eleitores o voto crítico em Niuly e Alexis Pedrão do PSOL. Informando desde então, que caso eleitos, faremos oposição a esquerda, porque o PSOL constitui uma federação com o partido Rede Sustentabilidade, um partido burguês, e pela sua participação no governo de frente ampla de Lula.

Esse voto crítico é um voto contra a extrema direita e o atual prefeito Edvaldo Nogueira, um inimigo da classe trabalhadora e dos mais pobres.  Mas nossa aposta segue sendo a luta direta do povo, via por onde virão as transformações que Aracaju e o Brasil precisam.

Leia também!

Por que votar 16 nestas eleições