Amazonas volta a registrar mais de 200 queimadas em um único dia
Manaus amanheceu novamente encoberta por onda de fumaça
Hoje, dia 31/10, Manaus amanheceu, mais uma vez, encoberta por fumaça, devido às queimadas na floresta amazônica. A capital do Amazonas vive uma grave crise ambiental, agravada pelas queimadas e pela seca histórica que atinge a região. O estado, tem o pior índice de incêndios para o mês de outubro dos últimos 25 anos. Até domingo, dia 29, foram quase 4 mil, de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Em nota enviada à imprensa, a Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) informou que as partículas de fumaça intensificadas sobre Manaus provêm sobretudo de queimadas registradas na Região Metropolitana de Manaus (120 registros) e no estado do Pará (3.965 registros). Ontem, Manaus bateu recorde histórico de calor com 39,2ºC, por volta das 15h, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Em todo o mês de outubro, dos dez municípios que mais queimam a Amazônia, dois são do Amazonas: Lábrea e Boca do Acre, ambas localizadas no Sul do estado. Essa região, que concentra uma forte presença de agropecuaristas, é chamada de “arco do fogo e do desmatamento.
Lábrea é a segunda cidade do bioma com mais queimadas durante o mês. Até o domingo, foram 515. Já Boca do Acre registra 348 focos de incêndios.
Desde setembro, o Amazonas sob decreto de estado de emergência ambiental por conta das queimadas e da estiagem. A seca já afeta todos os 62 municípios do Amazonas.
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Catástrofe ambiental
A sanha dos grandes capitalistas pelo lucro tem levado a humanidade à barbárie. O agronegócio, as mineradoras, madeireiras e todos aqueles que veem nos recursos naturais somente um meio para ampliar seus bilhões são os responsáveis pela catástrofe ambiental que atinge o planeta. Esses sanguessugas precisam ser parados ou seremos arrastados para uma morte lenta e dolorosa.
Há uma negligência dos governos com a catástrofe ambiental, pois o Estado, como um balcão de negócios da burguesia, está a serviço da garantia do lucro dos capitalistas. Pouca importa o meio ambiente. O lucro em primeiro lugar. A determinação dos governantes para manter os lucros dos banqueiros e empresários está encurtando nosso tempo aqui na Terra.
Já estamos caminhando para o final do 10º mês do governo Lula, mas o que vimos foi uma preocupação em garantir um arcabouço fiscal a favor dos ricos e com as reformas neoliberais que ainda precisam implementar para garantir sua “governabilidade”. Enquanto nossas florestas seguem pegando fogo; a população da Amazônia sofre com a seca dos rios; no Sul, pessoas perdem tudo o que tem com chuvas, enchentes e tempestades.
Socialismo ou barbárie
O capitalismo e seus governos não irão resolver a catástrofe ambiental que eles criaram. A luta contra o colapso ambiental precisa ser assumida pela classe trabalhadora e suas organizações. Há muitos exemplos de lutas dos trabalhadores em defesa do meio ambiente, como o combate travado por Chico Mendes, na Amazônia, ou dos trabalhadores da mineração, contra a sanha das mineradoras e pelo banimento do amianto.
Essa pauta precisa voltar aos sindicatos, envolver comunidades e ambientalistas. Os trabalhadores e trabalhadoras devem aproveitar a sua experiência vivida com desastres ambientais e exigir que os seus sindicatos entrem na luta por um planeta habitável e defender condições de trabalho dignas frente aos fenômenos climáticos extremos.
Mas, o combate à crise ambiental exige mais. Exige uma reorganização drástica da economia em escala global, que estabeleça uma relação racional com a natureza e realize uma revolução das forças produtivas, para garantir uma verdadeira transição energética.
Isso só é possível com a construção de uma sociedade socialista, onde o poder político e econômico emane da classe trabalhadora. Ou o capitalismo é superado ou a humanidade seguirá para a barbárie e o ecocídio.