Juventude

Acampados em apoio à Palestina, estudantes cobram a realização da reunião da Congregação da FFLCH – USP

Reunião da instância máxima de deliberação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, que ocorreria nesta quarta-feira, 8, foi suspensa

Roberto Aguiar, da redação

8 de maio de 2024
star5 (2 avaliações)
Acampamento de estudantes em apoio à luta palestina Fotos Maísa Mendes

Desde o dia 7 de maio, estudantes da Universidade de São Paulo (USP) estão acampados no vão dos cursos de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) em solidariedade ao povo palestino. Os manifestantes exigem o fim das relações acadêmicas com a universidade de Haifa, que viola direitos palestinos e são cúmplices do genocídio atual.

Representantes estudantis na Congregação da FFLCH, instância máxima de deliberação da Faculdade, protocolaram oficio no último dia 6, solicitando a inclusão do tema dos convênios com a universidade de Haifa na pauta. Ontem, os estudantes foram surpreendidos com mensagens enviada pela coordenação da FFLCH comunicando a suspensão da reunião, sem apresentar justificativas.

De acordo com o Estatuto, nós temos o direito de pedir a inclusão de pautas na reunião da Congregação, e assim fizemos. Somos os representantes estudantis eleitos pela comunidade, através do voto. Contudo, fomos surpreendidos com o cancelamento da reunião extraordinária agendada para hoje, dia 8. Estamos cobrando da direção da FFLCH a realização da reunião extraordinária, com a inclusão da pauta por nós solicitada como nos garante o Estatuto”, afirma Mandi Coelho, representante estudantil na Congregação da FFLCH e coordenadora do Centro Acadêmico do Curso de Letras (CAELL-USP).

Hoje, a direção da FFLCH emitiu uma nota onde diz respeitar e ver com normalidade o direito à livre manifestação, em referência ao nosso acampamento. Mas suspende a reunião da Congregação de forma sumária e sem justificativas, impedindo o livre debate e que a instância máxima da FFLCH delibere sobre o tema. Isso não é democrático. Exigimos a realização da reunião extraordinária”, completa Mandi.

Leia também

Estudantes norte-americanos se manifestam em defesa da Palestina

Abaixo-assinado

Esta semana, o CAELL lançou um abaixo-assinado on-line, “que visa fazer com que a USP e demais universidades brasileiras rompam todos os convênios de cooperação acadêmica e científica com o Estado de Israel, que há sete meses impõe um verdadeiro genocídio na Faixa de Gaza e territórios ocupados na Palestina”, destaca Mandi.

O abaixo-assinado foi incorporado pelo comitê “Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) e pode ser acessado aqui.

Acampamento

O acampamento continua e ganha apoio da comunidade universitária. A ação é realizada por mais 40 organizações estudantis, que integram o comitê “Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP)”, surge inspirada nos movimentos ao redor do mundo que explodiram nos Estados Unidos e hoje estão na Grã Bretanha, França, Espanha, Irlanda, Alemanha, Holanda, Austrália, Japão, México e diversos outros países.

Os estudantes dizem que os convênios da USP com universidades e organizações israelenses, a exemplo do ‘Israel Corner’, ajudam a desenvolver tanto a tecnologia empregada por Israel no genocídio palestino, como as bases científicas e acadêmicas de sustentação da ideologia e do Estado sionista perpetuando a produção de conhecimento voltada ao genocídio e ao apartheid racista do sionismo.

Leia também

Estudantes acampam na USP em apoio ao povo palestino