Servidores apresentam lista de exigências ao governo Lula em jornada de luta em defesa do serviço público
A lista de reivindicações ao governo Lula é extensa e não é à toa. Os servidores públicos federais trazem à tona na jornada de luta que ocorre nesta semana, temas que impactam diretamente na vida dos brasileiros.
As atividades que ocorreram na segunda-feira (15), em Brasília (DF) e outros estados, continuam nesta terça (16), com mais iniciativas envolvendo diferentes categorias do funcionalismo.
A Mobilização Nacional dos Servidores Públicos começou com os trabalhadores em educação cruzando os braços por 48h, reivindicando o cumprimento de cláusulas acordadas na Campanha Salarial.
Nada mais emblemático que no Dia dos Professores (15/10), a categoria precise parar de trabalhar para obrigar o governo a cumprir com suas competências.
Em Brasília, pela manhã ocorreu o seminário “Não à PEC 65: Sim ao Banco Central que o Brasil precisa”. O evento foi sediado na Câmara dos Deputados e contou com a presença de economistas, parlamentares e outras categorias.
“Essa PEC representa mais um avanço em tudo aquilo que é contra o povo. Representa mais um passo em prol do sistema financeiro frente aos direitos da classe trabalhadora. isso é o que está em jogo”, alerta Fabiano dos Santos, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas que esteve presente no evento.
“Há uma necessidade urgente de mobilização. Mas contra todos os ataques aos direitos como é o caso do arcabouço fiscal, que precisa ser revisto. Hoje, toda a política do país está a serviço dos mais ricos e não da classe trabalhadora”, conclui.
Ainda na capital federal, no período da tarde foi realizada uma audiência pública pela valorização do serviço público e contra a Reforma Administrativa, que continua ameaçando os servidores ainda no governo Lula.
Para fechar o dia em Brasília, os servidores ainda realizaram um ato na Esplanada dos Ministérios contra a Reforma Administrativa e pela reabertura da Mesa Central de negociações.
Independência de classe
Em São Paulo os servidores se reuniram para um ato em frente a sede administrativa do INSS, por volta das 10h da manhã. A CSP-Conlutas também esteve presente em apoio às categorias.
Os servidores do INSS iniciaram uma forte greve contra o governo no âmbito da Campanha Salarial. Por sua vez, o poder público tem atacado o movimento de diversas formas como o corte de ponto dos grevistas, perseguições e manobras com entidades pelegas.
“Essa coisa de ameaçar trabalhadores com demissões, corte de pontos e judicialização é coisa de burguês da iniciativa privada e é isso que os servidores estão vivendo sob o governo Lula”, denunciou Atnágoras Lopes, representante da CSP-Conlutas no ato.
“Nós precisamos enfrentar, apoiado na força das greves, para fazer a disputa ideológica. A defesa do serviço público se enfrenta contra a terceirização e as privatizações. Neste marco, o critério da independência de classe é fundamental. Se os trabalhadores do INSS chegam a 90 dias de greves sozinhos, a culpa é da direção majoritária do movimento que não trabalhou por uma greve nacional e, pelo contrário, atuou para proteger o governo”, conclui Atnágoras.
A fala de Antágoras revela a necessidade de romper com as grandes centrais sindicais que, atualmente, blindam o governo do PT. A real defesa dos interesses dos trabalhadores está atrelada a autonomia frente a qualquer governo ou patrão.
Aposentados na luta!
As mobilizações continuam na manhã desta terça-feira (16), com os aposentados e pensionistas assumindo o protagonismo na luta. Trata-se do 18º Encontro Nacional do Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas.
A atividade na Câmara dos Deputados também traz à pauta a necessidade de luta contra a PEC 66, que estende a Reforma da Previdência de Bolsonaro a estados e municípios, dificultando o acesso dos servidores a aposentadoria.
Além disso, também será reivindicada a aprovação da PEC 06, ou PEC Social, que isenta de taxação benefícios de servidores aposentados e pensionistas, que dedicaram toda vida a exercer um trabalho voltado à sociedade.
Toda força à luta do funcionalismo
A CSP-Conlutas não apenas declara todo apoio ao funcionalismo em suas batalhas como está junto efetivamente na luta, nos piquetes e manifestações. Defender os servidores é garantir condições de melhoria dos serviços prestados à população.
E para que isso se concretize e fundamental que todas as centrais sindicais coloquem peso na luta contra o Arcabouço Fiscal que limita os investimentos, as reformas da Previdência e trabalhista e pelo fim do pagamento da falaciosa dívida pública!